Obsessão: A VIRGEM E O PROFESSOR CEO
Obsessão: A VIRGEM E O PROFESSOR CEO
Por: Anny Shwan
Primeiro dia de aula

São Francisco – Cidade na Califórnia.

Dois dias antes...

Ângela Souza

São Francisco, a cidade que nunca dorme, eu estava mais cochilando que dormindo, já que nem mesmo o nível de isolamento acústico colocado no meu quarto, era suficiente para impedir que os ruídos que vinham do lado de fora fossem ouvidos, pois, entravam pelas diversas janelas que tinha em torno da mansão. O meu maior sonho era morar com os meus avós, que vivem em uma fazenda em Austin. Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi a porta do quarto se abrir. — Bom dia, princesa. — Bom dia, Nina — eu me sentei rapidamente, afastei os meus longos cabelos do rosto. Ela se aproximou e deu o beijo demorado em minha testa, para depois me envolver em um forte abraço. — Feliz aniversário. Nina cuida de mim desde que vim ao mundo, já que os meus pais se preocupam muito mais com a carreira do que a própria filha. E de todos os meus aniversários, não lembro um em que eles estivessem presentes. — Já são mais de seis horas, e você não pode se atrasar para o primeiro dia de aula. — Só mais dois minutos. Joguei-me novamente sobre a cama e ela começou a sorrir. — Vamos preguiçosa. Minutos depois...

Tomei um banho rápido, já que não precisava lavar os meus cabelos. Em seguida caminhei em direção ao closet, meus olhos passearam em volta das diversas roupas que minha mãe sempre comprava toda vez que chegava de viagem. Tudo isso não tinha nada haver comigo, saias, blusas, calças, vestidos que deixam à mostra todas as curvas do corpo. Não demorei cinco segundos para localizar o vestido longo que comprei na lojinha perto da casa da filha de Nina, no domingo passado. Era preto, todo florido, com cintura larga e de saia rodada, que ficou bem soltinho. Peguei um tênis branco e deixei os cabelos soltos. Dei uma olhada no espelho e um sorriso de satisfação surgiu no meu rosto. — Ficou perfeito. Peguei minha mochila e caminhei em direção à porta. Quase uns dois minutos depois, cheguei ao primeiro andar e depois de me livrar do último degrau, a mulher que para mim é como uma mãe surgiu em minha frente. — Minha menina, você vai desse jeito? — Sim — falei e ao diminuir a distância entre nós duas, dei um beijo em seu rosto. — Você pegou o seu remédio? — Sim! E, por favor, avise Marta para não seguir aquele cardápio que minha mãe deixou.

Depois que passei pela porta, Alberto já estava me aguardando.

— Bom dia, senhorita Ângela.

— Bom dia, você sabe que não gosto que me chame assim. Angel, nada de senhorita.

O homem que tinha por volta de uns 50 anos começou a sacudir a cabeça como uma forma de negação. Todos tinham medo dos meus pais e por mais que eu predisse para deixar as formalidades de lado, não adiantava. Já fazia uma meia hora que tínhamos saído de casa e minha atenção estava na bíblia que tinha em minhas mãos. Desde que Nina me levou, ainda criança, para a igreja que ela frequenta, fiquei encantada e só não vou com ela nos domingos que os meus pais estão em São Francisco, ou seja, levando em conta que ficam um domingo por mês. Isso quer dizer que falto doze dias durante o ano todo. Um barulho alto ecoou a minha volta, interrompendo os meus pensamentos.

— O que aconteceu? — perguntei assustada. — Fique calma, parece que houve um acidente. Vamos pelo desvio, assim você não chegará atrasada. O carro novamente entrou em movimento e minutos depois, a Mercedes parou no lugar de sempre. — Se algum dia os seus pais souberem, irei perder o meu emprego. — Se eu não contar e nem você, eles nunca irão saber. Mas, eu posso e gosto de ir andando. Desci do veículo e comecei a andar em direção a escola. Levei uns cinco minutos, para chegar frente ao portão, e, depois de passar pela porta giratória, eu dei alguns passos e meus olhos ficaram fixos na direção do grupinho que surgiu em minha frente, e a voz enjoativa de Susan foi a primeira a ecoar no espaço. — Será que você não errou o lugar Ângela? Em vez de ir para igreja, veio parar na escola? As gargalhadas logo se fizeram presentes. — Eu preciso visitar a loja que você comprou essa roupa. A minha avó vai adorar um vestido desse — falou Cristina. — Pior de tudo é o sapato, parece que foi arrancado dos pés de alguém dos anos 90 no cemitério — disse Alice. Risos e mais risos ecoavam a minha volta e em passos largos comecei a caminhar em direção à sala de aula. O ar já estava se esvaindo dos meus pulmões, eu estava prestes a ter mais uma crise de asma. Alcancei minha bombinha dentro da mochila e depois de usar, me senti aliviada. Horas depois... — Bom dia! — disse o reitor da escola. — Bom dia! — respondemos todos em coro. — Infelizmente o que me trouxe hoje aqui, não foi só o fato de dar as boas-vindas a todos vocês, em mais um ano letivo que está se iniciando, porém, serei o portador de uma notícia nada boa. Venho comunicar a vocês, que o professor Cristóvão, não estará este ano conosco. Hoje, vindo justamente para iniciar suas atividades, ele sofreu um grave acidente a algumas quadras daqui e neste momento está em coma, além de ter quebrado uma das pernas, acabou fraturando várias costelas. Os sussurros ecoaram dentro do ambiente. E me veio à lembrança do acidente que Alberto tinha falado quando estávamos á caminho daqui. Deixo os devaneios de lado quando a voz do homem voltou a ressoar no cômodo. — Já entramos em contato e dentro de dois dias teremos um professor substituto. Que por sinal é um dos melhores de todo país. Depois de dizer mais algumas palavras, ele dispensou todos, pois, voltaríamos apenas daqui a dois dias, devido o ocorrido com o professor Cristóvão, que sempre foi muito querido por todos os alunos. A sala começou a ficar vazia, antes de sair, o grupinho de Susan lançou um olhar em minha direção e eles começaram a sorrir. Peguei minha bolsa e quando fui me levantar, senti algo puxando minha cabeça para trás, num movimento brusco, me movi para frente e senti uma dor em minha cabeça, levei minhas mãos até o lugar e meus batimentos aumentaram quando toquei algo grudento em meus cabelos. Imediatamente os meus olhos se encheram de água. — Não! Não! Isso não pode estar acontecendo.

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