A DOR DA LEMBRANÇA

Lembrar do que se teve e se deixou escapar, é o que mais dói. É o que marca o coração, corrói a vida.

O rei, o velho Sapa inca Pachakuteq Yupanki, que muitos chamavam de BraçoSeco por causa do seu braço direito, morto e ressequido como um pau velho, espreguiçou-se demorado, experimentando como criança cada sensação, cada toque do mundo em seu corpo e em sua consciência. Até o não sentir nada com seu braço ressequido lhe deu prazer. Na verdade sentia algo, um roçar e uma pressão acolchoada, almofadada, como quando se toca a pele através de um grosso pano. Com cuidado e sem pressa, como gostava de fazer ao acordar, relembrou os pormenores do dia anterior, procurando pistas e sinais de perigos e oportunidades que pudesse ter deixado escapar ou que avaliara erradamente. Após algum tempo nesse cismar, e satisfeito com o d

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