“Senhores passageiros, bem-vindos a bordo. Este é voo 8305 com destino à New York City...”
As lágrimas caiam sem parar enquanto eu me acomodava na poltrona ao lado da janela. Quando a adrenalina dos acontecimentos finalmente diminuiu, percebi que, embora o nosso plano tenha dado certo, Oliver provavelmente estava preso agora.
E, Deus! Seus olhos pareciam prontos para chorar quando eu disse tudo aquilo a ele. Ele tinha que saber que era mentira, que ele não me levou para nada, que eu não queria distância dele.
Não! Eu precisava manter o foco naquele momento.
Eu estava aguardando a sua ligação. Ele tinha direito a uma. Procurei repassar em minha mente o que combinamos para me certificar que não havia deixado passar nada.
– Não há a mínima possibilidade de você fugir comigo?
– Sem chance. S
– Você tem certeza que não quer ficar conosco? Você passou por tanto...– Eu agradeço, senhora Hartnett... Desculpe, Carter.– Ok, amanhã passamos aqui para irmos juntas ao aeroporto.– Sim, tudo bem. – Sorri tristemente para ela e finalmente deixei o táxi, seguindo em direção ao hotel.Caterine e Alexander ofereceram sua casa para que eu pudesse ficar até minha partida no dia seguinte para Washington.Oliver finalmente havia ligado, um dia após a minha chegada a NYC. Carter, Alexander e eu nos encontramos no escritório, aguardando sua ligação. Meu desespero foi tanto ao ouvi-lo dizer que estava sendo transferido para a sede do FBI, que não pude continuar a ligação. Alexander tomou o telefone da minha mão e o pôs no viva-voz.– Oliver? Aqui é Alexander
O prédio do FBI era enorme, espelhado e imponente, como acreditava que deveria ser qualquer prédio que precisa colocar medo nos bandidos. Enquanto fazíamos a identificação para entrar, não pude conter a curiosidade e o medo. Perguntei a Caterine se eu e Oliver ficaríamos separados por uma parede de vidro e falaríamos em telefone.– Não, querida. – Ela sorriu da forma maternal que ela fazia para a sua filha quando respondeu. – Oliver não está preso, está detido. Ele está aqui na sede para começar a colaborar. Uma vez que Alexander mandou ele ficar de boca fechada, o FBI o deixou aqui até que eu viesse para todos os tramites.– Você acha que ele pode ser liberado hoje?– Não, querida. Não ainda.Me sentei na sala de espera enquanto Caterine entregava para o encarregado toda a papelada. Eu pratica
Magoada, me sentei do lado de fora da sala de espera enquanto Caterine se mantinha dentro da sala privada com Oliver. Ele me pediu que saísse para falar a sós com ela.Por quê? Não foi uma exigência dela. Pude ver que ficou tão surpresa quanto eu. Então por quê?Uma parte minha gostaria de respirar e agradeceu por estar longe por alguns minutos. O fato de ele ter transado com Rebecca logo após nosso encontro na praia me faz querer vomitar, mas eu não poderia ficar magoada disso.Era para me proteger. Quantos chutes mais meu coração poderia aguentar, afinal de contas? Toda vez que dávamos um passo à frente, dois para trás vinham quase que simultaneamente.Mark de repente me veio à mente. Como nossa relação era calma. Cinema, ocasionais festas, noites e mais noites de jantares em casa...Sem beijos roubados...
Estava tentando, muito arduamente, manter minhas mãos sem tremer. Era impossível. O dia havia chegado. Oliver estava saindo da sede do FBI. Caterine havia cumprido o que prometeu.Estávamos esperando na mesma sala em que encontramos Oliver há dois dias. Eu me sentia tensa e inquieta, mas trabalhava intensamente para não deixar transparecer para Carter. Ela fora além do profissional e me fez companhia junto com Kenny e Pearl.Fizemos uma noite de meninas, onde contei detalhadamente como Oliver dançava na Orange Kiss. Ambas soltavam gritinhos e diziam que ele teria que fazer uma performance para elas. Eu deveria ficar com ciúmes, mas só pude rir. Elas eram engraçadas, assim como Alex e Simon. Pai e filho de coração, mas que pareciam de sangue, tamanha era a sua semelhança. Eles ficaram estudando o caso, enquanto Kenny ficou para cuidar da pequena Pearl.Todos iriam embora no
Rolei para o lado e me deitei sobre o peito de Oliver enquanto suspirava. Meus dedos imediatamente passaram a acariciar seu peito liso e forte, suas mãos passaram a se mover em minhas costas, me fazendo gemer ao seu conforto.– Eu fiquei tão preocupada com você. – Sussurrei. A noite havia chegado, a cama estava sem lençol, e eu deveria achar nojento deitar nela, uma vez que tudo ali já era usado, mas não me importei. – O que fizemos foi muito arriscado.– Eu sei, mas não tivemos tempo para pensar em outra coisa. Eles estavam em cima da gente, precisávamos agir rapidamente.– Entendo, mesmo assim foi perigoso. Deixar você, sem saber se eu o veria novamente, foi a pior coisa que me aconteceu, Oliver. Foi horrível.Minha impressão era de ter vivido um ano em uma semana. A sensação de não ter Oliver me deixou com um vazio tão gr
– Alguma ajuda aqui? – Gritei enquanto tentava equilibrar os pacotes de compras em meus braços e fechava a porta do nosso apartamento com o pé. – Ollie! – Gritei novamente.– Eu tenho que ir, irmão. – Oliver disse ao telefone enquanto corria para mim. Ele desligou e jogou o aparelho em cima do sofá antes de segurar os sacos. Respirando com o alívio ao dar descanso aos meus braços, tirei minha nova jaqueta de couro. Era frio em Washington. Sempre frio demais, especialmente em comparação com a Califórnia.Eu sentia falta de San Diego, da praia, do sol. Das pessoas em seus carros esportivos, andando vagarosamente pela orla, e também de atender os clientes no Bistrô, de sorrir para eles a cada vez que se despediam dizendo o meu nome. Quando eles se preocupavam em saber meu nome, eu tinha certeza de que estava fazendo um bom trabalho.Eu me perguntava se al
Quando ouvimos a notícia de Caterine, tive que me policiar para não suspirar aliviada. Ele estava morto. Morto. Me culpei imediatamente pelo pensamento de que teríamos uma pessoa a menos para nos preocupar. Mas ele era irmão do homem que eu amava, e embora a postura de Oliver permanecesse neutra e inabalável com a notícia, eu sabia que ele estava sofrendo.– Vou fazer um café. Você quer, querida? – Ele perguntou, se afastando. Era a sua forma de não falar sobre a morte do irmão. Ele sequer perguntou como havia sido.– Oliver... – Comecei o seguindo.– Por favor, não. Agora não. – Pediu sem se virar para mim. – Eu... eu acho que vou dar uma volta.– Mas...– Eu vou ficar bem.– Pode ser perigoso lá fora.– Eu tomarei cuidado.– Oliver...– Eu mere&cced
O cheiro das tulipas se misturava com o de vela queimando. Muitas velas foram espalhadas pelo pequeno apartamento, que estávamos tão fortemente tentando chamar de casa. Oliver continuava parado próximo à janela. Sua camisa branca estava para fora da calça jeans, e uma das suas mãos estava dentro do bolso. Sua postura era deliciosa e relaxada enquanto me aguardava, segurando a flor. Me aproximei e percebi que ele estava descalço, então joguei minhas botas perto do sofá e deixei minha jaqueta também, concluindo por que ele fizera tanta questão daquele vestido.– Nosso casamento? – Perguntei enquanto me postava em sua frente.– Amanhã será um dia importante. – Oliver me entregou a flor. Peguei-a de sua mão e cheirei, fechando meus olhos, mais por ele ter mencionado o dia de amanhã do que para sentir o cheiro. – E aconteça o que acon