– Alguma ajuda aqui? – Gritei enquanto tentava equilibrar os pacotes de compras em meus braços e fechava a porta do nosso apartamento com o pé. – Ollie! – Gritei novamente.
– Eu tenho que ir, irmão. – Oliver disse ao telefone enquanto corria para mim. Ele desligou e jogou o aparelho em cima do sofá antes de segurar os sacos. Respirando com o alívio ao dar descanso aos meus braços, tirei minha nova jaqueta de couro. Era frio em Washington. Sempre frio demais, especialmente em comparação com a Califórnia.
Eu sentia falta de San Diego, da praia, do sol. Das pessoas em seus carros esportivos, andando vagarosamente pela orla, e também de atender os clientes no Bistrô, de sorrir para eles a cada vez que se despediam dizendo o meu nome. Quando eles se preocupavam em saber meu nome, eu tinha certeza de que estava fazendo um bom trabalho.
Eu me perguntava se al
Quando ouvimos a notícia de Caterine, tive que me policiar para não suspirar aliviada. Ele estava morto. Morto. Me culpei imediatamente pelo pensamento de que teríamos uma pessoa a menos para nos preocupar. Mas ele era irmão do homem que eu amava, e embora a postura de Oliver permanecesse neutra e inabalável com a notícia, eu sabia que ele estava sofrendo.– Vou fazer um café. Você quer, querida? – Ele perguntou, se afastando. Era a sua forma de não falar sobre a morte do irmão. Ele sequer perguntou como havia sido.– Oliver... – Comecei o seguindo.– Por favor, não. Agora não. – Pediu sem se virar para mim. – Eu... eu acho que vou dar uma volta.– Mas...– Eu vou ficar bem.– Pode ser perigoso lá fora.– Eu tomarei cuidado.– Oliver...– Eu mere&cced
O cheiro das tulipas se misturava com o de vela queimando. Muitas velas foram espalhadas pelo pequeno apartamento, que estávamos tão fortemente tentando chamar de casa. Oliver continuava parado próximo à janela. Sua camisa branca estava para fora da calça jeans, e uma das suas mãos estava dentro do bolso. Sua postura era deliciosa e relaxada enquanto me aguardava, segurando a flor. Me aproximei e percebi que ele estava descalço, então joguei minhas botas perto do sofá e deixei minha jaqueta também, concluindo por que ele fizera tanta questão daquele vestido.– Nosso casamento? – Perguntei enquanto me postava em sua frente.– Amanhã será um dia importante. – Oliver me entregou a flor. Peguei-a de sua mão e cheirei, fechando meus olhos, mais por ele ter mencionado o dia de amanhã do que para sentir o cheiro. – E aconteça o que acon
O dia amanheceu nublado, mas isso é normal tratando-se de Seattle, exceto que ele parecia ainda mais nublado hoje. Oliver e eu nos mantivemos acordados a noite toda, como se fosse a última. De certa forma, seria, ao menos por um tempo. Eu lhe prometi inúmeras vezes que nada mudaria e que esperaria o tempo que levasse para ele voltar para mim.Nós finalmente nos levantamos às oito e preparamos um café da manhã. Sorri ao andar pelas flores espalhadas pelo chão. Eu tive o casamento mais lindo que uma mulher poderia ter.Oliver se aproximou, vestindo apenas uma bermuda de ginástica, e se sentou em minha frente e se serviu de uma xícara de café quente enquanto eu optei por um pouco de água mesmo.Em silêncio, remexemos nossas comidas sem realmente comê-las, até que a campainha tocou. Oliver se postou em pé imediatamente para abrir a porta. Sabíamos que
Apenas seis meses.A pena era curta, simbólica, então não teria aquela coisa toda de bom comportamento. Seis meses.Essa era a informação que eu tinha. Alexander havia conseguido chegar ao coração da juíza Mills? Eu não sabia. Quando lhe perguntei, ele apenas sorriu e beijou minha testa, e o assunto morreu.Mesmo aliviada com a pena tão reduzida, o vazio que eu sentia por estar longe dele ainda me matava. Acabava comigo, principalmente estando sozinha naquela cidade. Não tão sozinha, apesar de tudo. Eu tinha um agente em minha porta. E teria até o julgamento de Gerald Lancaster. Isso poderia durar anos. Merda.Entretanto, Carter me tranquilizou dizendo que a promotoria estava agilizando o caso e não tinham planos para arrastar por tanto tempo, uma vez que James Oslo havia prestado queixa por ameaçava, culminando com a morte de Steve. Gerald era um peri
– Me diga que você está sob efeito de alguma droga.– Paige...– Essa é a única explicação...– Princesa...– A não ser que... – Meus olhos se arregalaram imediatamente. – Estão te ameaçando?– Não. – Seu tom era curto, e ele estava carrancudo.– Oliver...– Eu não quero você vindo aqui todo esse tempo, Paige.– São apenas seis meses.– Isso! – Exclamou ele, pegando minhas mãos. – É isso, querida, apenas seis meses. Eu logo estarei com você. Pode aguentar seis meses.– Não, Oliver. – Minhas lágrimas já se acumulavam novamente. – Você está sendo egoísta, não posso ficar tanto tempo sem ver você...– Por favor...– Nã
Charlotte era uma cidade grande.Sendo mais exata, era a cidade mais populosa dos Estados Unidos. E meu pai era o pastor mais famoso da cidade.Era por volta de dez horas da manhã de uma terça-feira, meus pais certamente não estariam em casa. Uma vez que eu não conseguiria entrar, eu apenas pedi para que o taxista me deixasse em frente ao templo que meu pai administrava. A Hickory Grove. Éramos Batistas. Ou melhor, meus pais eram. Me pergunto o que eles achariam de Oliver e suas tatuagens, uma vez que não estamos autorizados a usar nem mesmo brincos ou maquiagem forte nesta religião. Tatuagem era como um dos sete pecados capitais.Bem, eles não estavam autorizados. Eu não era Batista há muito tempo.Tanto que fui excluída do paraíso.Eu falava com meus pais ao telefone eventualmente, mas havia muitos meses que isso não acontecia, no entanto. Com toda a situa&
Tudo foi diferente com a tia Joyce, irmã mais nova de minha mãe.Com minha mochila nas costas, eu preferi andar até a casa de minha tia, já que ficava a apenas alguns quarteirões da casa do Pastor McAvon. Eu procurei algum motivo para minha mãe estar agindo diferente desta vez. Ela não encerrou o assunto e deixou que eu fosse embora. Fez arranjos para que eu ficasse com tia Joy e me disse para esperá-la. Isso me deu certa esperança.No momento em que cheguei em frente à casa antiga e completamente branca, exceto pelas flores coloridas nos canteiros embaixo das grandes janelas, minhas lágrimas transbordaram.Tia Joyce era como eu e minha mãe, um pouco mais corpulenta que o padrão feminino, cabelos castanhos, mas os dela eram cortados acima dos ombros, unhas sempre muito bem cuidadas e roupas sempre alinhadas. Ela era casada com tio Iran, e não tinham filhos, desta fo
Três meses após a prisão de Oliver, Gerald Lancaster foi a julgamento.Eu fui intimada como testemunha e me senti extremamente feliz sobre isso, pois tinha esperança em ver Oliver. Infelizmente não foi assim que aconteceu. No lugar de ver Oliver, eu tive que ver o rosto raivoso de Gee e os olhares matadores de sua filha. A senhora Lancaster não compareceu, estava internada entre a vida e a morte por ter tentado suicídio ingerindo muitas pílulas para dormir, e o efeito além de prolongado a deixou em coma.Como eu aprendi a duras penas a não acreditar em pessoas como aquelas, eu apenas mantive a teoria de que ele forçou ela a isso para sensibilizar o júri, adiar o julgamento. Eu não sabia. Só simplesmente duvidava de tudo o que saía da sua boca.Eu não pude ver Ollie. Quando meu nome foi chamado, Caterine apertou minha mão, e minha tia e minh