CAPÍTULO 2 ENRICO CASANOSSA

ANTÔNIO CASANOSSA ESTAVA DEITADO num canto do bar quando seu filho, Juanes chegou perto dele e disse:

— Papá, mamassá está pedindo que o senhor vá para casa.

— Quem sua mãe pensa que é, moleque? Fala que nem homem.

Quando Antônio ia lhe dar uma bofetada, Juanes falou:

— É que ela acabou de dar à luz um menino, papá.

Antônio parou a mão no meio do caminho e sorriu sonhador.

— Pelo menos não é mais uma menininha igual a você.

Juanes foi ajudar o pai a se levantar e recebeu uma tremenda bofetada que o fez cair imediatamente aos pés dele.

— Não falei que não quero ninguém se metendo na minha vida, moleque? Ainda mais uma Maricotinha como você.

Juanes começou a chorar, mais de raiva do que de dor, já havia se acostumado com as surras diárias do pai.

— Pronto, a menininha da família vai começar a chorar, era só o que me faltava.

Juanes engoliu o choro, mas sua orelha pulsava juntamente com seu coração, seguiu seu pai à distância para evitar que o outro lado também ficasse da mesma forma.

 Duvido que Jesus quando disse para dar a outra face tenha levado uma bifa do meu pai... duvido... ele com certeza iria rever essa teoria...

ANTÔNIO PEGOU O FILHO no colo e sorriu satisfeito consigo mesmo.

— Enfim, um menino Casanossa de verdade, olha o tamanho desse pinto, com certeza vai ser um ator pornô esse garoto, é roludo que só.

— Onde está Juanes? – Perguntou sua esposa.

— Que te importa mulher? Aquele moleque não presta para nada, só quer saber de vadiar atrás de mulheres.

Como se você fosse diferente – pensou a esposa cansada.

ANTÔNIO CASANOSSA MANDOU ENRICO para casa, mas o garoto se escondeu em um barco salva-vidas.

Quando eles atravessaram a fronteira até estava tranquilo, mas quando pisaram em terra firme, o exército os abordou, e quando viram que muitas pessoas corriam, Antônio estava completamente bêbado e não conseguiu correr, sendo alvejado diversas vezes.

Enrico olhava tudo atônito, não acreditava em nada do que estava acontecendo.

Os soldados começaram a vasculhar tudo ao redor, e quando um deles estava perto o bastante para descobrir o esconderijo de Enrico, o Sargento chamou o soldado, fazendo-o seguir as novas ordens dadas a ele.

Enrico ficou com tanto medo que urinou nas calças.

Ele ficou ali até que veio o anoitecer do dia seguinte, quando tomou coragem para seguir adiante completamente sozinho.

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