POV LinneaA policial não disse nada durante o caminho. Decidi manter meus olhos fechados, pensando em como eu poderia entrar em contato com o Kael. Lief havia sido levado pelos outros policiais e eu não fazia ideia para onde. ― Com licença. ― Chamei do banco de trás. ― Para onde estamos indo?― Estou levando você até o hospital, querida. Você precisa ser atendida, depois entraremos em contato com a sua família. ― A policial respondeu com uma voz suave.Precisava ter alguma garantia de que estava mesmo sendo levada para o hospital. Foquei nos sons do lado de fora, algo que fosse fácil de identificar onde estávamos. O carro se movia de forma constante, até que lentamente a velocidade foi diminuindo até parar completamente. A porta ao meu lado se abriu e me encolhi no banco.― Está tudo bem, estamos no hospital. ― A policial disse, tocando minha mão com a dela de maneira gentil, mas eu a afastei.― Como posso ter certeza de que estamos no hospital? ― Questionei ouvindo o caos de veícul
POV IsoldeAssim que o diretor do hospital me ligou, informando que a mulher que eu vinha buscando havia dado entrada, corri no mesmo instante, abandonando a bruxa nua em minha cama de hotel. Ela havia me dito que tinha Linnea presa em um local seguro, onde ninguém poderia encontrá-la. Ao que parecia, além de não ter herdado o dom da magia de suas falecidas irmãs, a mulher era uma mentirosa sem um pingo de vergonha na cara.Dei instruções claras de que ninguém poderia chegar até ela antes de mim e corri, costurando pelo trânsito caótico de São Francisco até o ST. Mary. Henrique, um dos médicos patrocinados por meu pai com uma bolsa de estudos, me levou pessoalmente até o quarto onde Linnea estava.― Claramente ela está traumatizada, assustada com qualquer um que tente se aproximar. Não tivemos tempo para examiná-la devidamente, mas parece ter algo de errado com seus olhos. ― Parei de andar e olhei para o médico, que se surpreendeu com a minha reação.― Como assim? ― Questionei, lembra
POV LinneaA voz poderosa de Kael ecoou pelo quarto, sua presença esmagadora um lembrete de seu poder e do que ele era capaz de fazer. O homem que se dizia Isolde, imediatamente soltou meus pulsos com suas mãos trêmulas e suadas. Tudo ficou em silêncio e minha curiosidade aumentava para saber o que estava acontecendo.― Kael, por favor. ― Uma voz feminina baixa vinha da direção da porta. ― Estamos em um hospital.― Não me diga. ― O tom irritado de Kael parecia bem mais próximo do que quando ele havia falado pela primeira vez. ― O que eu quero saber é a razão desse bastardo de merda estar no quarto da minha mulher.― Kael, me escute. Vamos conversar com médico responsável, talvez ele possa explicar melhor a situação. ― A voz manhosa da mulher me parecia familiar, mas o tom que ela estava usando me confundia.O rosnado que Kael lançou deve ter deixado todos apavorados, mas eu ainda sentia meu coração acelerado com suas palavras. Ser chamada de sua mulher fez algo dentro de mim se acende
POV Linnea― Qual o problema desse hospital? ― A voz de Kael trovejou pelos corredores, fazendo as luzes piscarem e as paredes vibrarem. ― Os machos não sabem ficar com as mãos longe da minha mulher.Kael era um homem imponente, com um terno preto sob medida, a camisa branca justa em seu peito aberta mostrava a parte de cima de seu peito. Enquanto caminhava com passos firmes, seus dedos deslizaram pelos cabelos negros, os jogando para trás. Parecia que eu o estava vendo pela primeira vez, um homem tão lindo e tão intimidador que fez o meu coração acelerar no instante em que apareceu.― Meu alfa, a senhorita está segura. ― Kael ergueu seu olhar, encontrando os meus.Todo o meu corpo tremeu, um arrepio que começava na ponta dos meus dedos dos pés e ia subindo, até a minha nuca. Uma força estranha parecia me puxar na direção de Kael, como se a minha alma gritasse dentro de mim para que eu estivesse ao lado dele. Coloquei minha mão sobre o peito, sentindo ainda mais meu coração batendo fo
POV LinneaOs olhares na minha direção eram variados. De surpresos a incrédulos, mas o que mais fez meu coração palpitar e doer foi o de Kael, tomado de esperança. Eu queria falar, queria acabar logo com tudo aquilo, mas sentia em meu íntimo que não era o momento. Kael claramente não confiava em mim e eu não fazia ideia do motivo. Será que eu teria feito algo que o levasse a ter essas dúvidas e por isso perdi minhas memórias? Ou Kael tinha uma visão errada de mim? Ainda estava confusa e com medo, tinha tantas perguntas que não sabia ao certo se as respostas que eu buscava seriam realmente as que eu desejava escutar.Kael se aproximou de mim, suas mãos em seus bolsos e sua postura firme, mas seus olhos não mentiam. O olhei diretamente, sentindo aquela atração novamente, desejando envolver meus braços ao redor de seu corpo e nunca mais o soltar. Mordi meu lábio inferior e agarrei meus cabelos, tentando desaparecer diante da comoção que eu mesma havia criado.― Diga, quem é. ― A voz firm
POV LinneaCarter e o ancião ainda ficaram algum tempo conversando, ou discutindo. O beta não parecia gostar da ideia de que eu me afastasse, mesmo que fosse com o ancião de sua alcateia. Após alguns minutos, os dois homens se aproximaram, Carter com um olhar preocupado, já o ancião estava relaxado e confiante.― Preste atenção. ― A voz autoritária do beta me surpreendeu. ― Dois lobos estarão de guarda, são de confiança do alfa e serão discretos, mas se eles sentirem qualquer intenção de fuga da sua parte, eles têm permissão para gir. Entendeu? ― Acenei concordando rapidamente. Carter suspirou, olhou mais uma vez para o ancião e saiu.― Muito bem, vamos até a minha casa. Lá poderemos conversar com mais privacidade. ― O homem gentil apoiou a mão em minhas costas, me guiando pelo caminho até uma cabana fora da pequena cidade. Os lobos se mantiveram a uma distância respeitosa durante todo o caminho e quando chegamos, ficaram longe da cabana, mas estava claro que eles estavam atentos a t
POV LinneaAs palavras do ancião me fizeram sentir uma grande pressão. Aquela era uma grande responsabilidade, algo para o qual eu acreditava que jamais estaria pronta. Sem contar que eu não me sentia digna de tamanha benção. Não conhecia as lendas e os costumes dos filhos da lua, mas entre os filhos de Nix, ser escolhida pela deusa como sua representante era a maior honra entre as jovens. Antes da joia despertar em meus olhos, eu via aquelas meninas caminhando pela vila, orgulhosas em seus trajes cerimoniais, e sonhava em ser como elas. Porém, a deusa tinha outros planos.As dúvidas se acumulavam na minha cabeça, assim como o medo de falhar e decepcionar a todos. Mordi o lábio inferior com força, tentando pensar em como contar ao Kael tudo o que estava acontecendo e o que ainda estava por vir. Eu não tinha mais o poder de ver o futuro e mudá-lo, não fazia ideia se a minha existência poderia mesmo salvar a todos como o ancião dizia, mas eu também não podia apenas me esconder como eu
POV KaelAquela pequena trapaceira, aparecendo na minha porta tarde da noite usando nada além daquela maldita camisola fina. O tecido abraçava suas curvas, as finas alças repousavam sobre seus ombros. Aquilo era tão delicado que bastava passar minhas garras pelo tecido que se desmancharia em finas tiras no chão, expondo aquele peque corpo de pele suculenta e macia.Eu deveria tê-la mandado embora assim que senti seu cheiro, mas achei divertido sentir seu nervosismo e quis ver até onde Linnea seria capaz de ir. Ver sua sombra pela brecha da porta, indo de um lado para o outro me fez sorrir, mas eu não era conhecido por ser um lobo paciente. Ao abrir a porta e dar de cara com seus grandes olhos de esmeraldas, a vontade de apenas a provocar um pouco desapareceu e a vontade de tomá-la em meus braços surgiu.Bastaram poucas palavras, enquanto ela falava com uma voz suave e baixa, segurando seus cabelos agora curtos e sua face corava, meu corpo reagiu, envolvendo sua cintura e a trazendo pa