POV LiefMinha última reunião com o contratante foi um saco. Um engomadinho mimado que queria apagar sua ex noiva que estava tentando dar o golpe da barriga nele, mas é claro que o príncipe não estava a fim de abrir mão da sua vidinha fútil, regada a drogas e bebedeiras. Como até mesmo uma criatura bestial como eu, carrega o mínimo de ética, recusei gentilmente o trabalho e mandei o filho da puta crescer.Eu precisava de grana e a investigação sobre a mulher do Ashfur não estava caminhando da maneira que acreditei que estaria. Como era possível uma mulher que era escrava, viveu toda a sua fida presa em uma gaiola, conseguiu desaparecer sem deixar qualquer rastro? Fiz uso das minhas melhores fontes, mas nada foi descoberto.A cidade estava mais agitada do que o normal. Pessoas com seus rostos grudados em seus smartphones não era nada fora do comum, mas a partir do momento em que essas pessoas estão falando entre si e mostrando algo para todos a sua volta, bem, aí sim a coisa fica estra
POV LinneaO homem se virou para partir, mas corri para impedi-lo, segurando seu pulso com ambas as mãos. Tinha medo de que, caso ele fosse embora naquele momento, não voltaria mais e perderíamos nossa única oportunidade de sair daquele pesadelo. Minha voz ficou presa em minha garganta enquanto eu tentava organizar meus pensamentos, colocando o medo de lado por um momento.― Você vai mesmo voltar? ― Perguntei ansiosa, tremendo a resposta do homem. Senti seus dedos sobre as minhas mãos, cuidadosos e gentis, como se estivesse tentando não me assustar mais do que eu já estava.― Eu sempre concluo os meus trabalhos, pequena senhorita. Apenas me espere aqui, não vou demorar. ― Mantendo meus olhos fechados, assenti concordando e o soltei.Seus pesados passos se afastaram, então eu me virei para a cabana, brindo meus olhos bem a tempo de ver Lua saindo com uma grande pilha de livros em seus braços. Ela descia saltitante os poucos degraus, indo em direção a grande fogueira que queimava com in
POV Linnea Não conseguia entender o que estava acontecendo, estava assustada, mas obedeci e peguei o colar. A corrente era longa o bastante para colocar a joia sem precisar soltar o fecho. Assim que o colar se acomodou em meu colo, o homem me pegou nos braços e correu, me surpreendendo. ― Espera! O que está acontecendo?! ― Gritei enquanto me agarrava ao homem, envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço. ― Estamos sobrevivendo, senhorita. ― Senti o sangue gelar. Ergui meus olhos, e um grupo de grandes lobos surgiu, correndo entre as árvores. Seus olhos estavam focados em mim, seus longos dentes expostos pingavam o viscoso líquido vermelho que acreditei vir dos ferimentos do homem que estava me ajudando. Os lobos rosnavam, correndo cada vez mais rápido e se aproximando cada vez mais. De repente saltamos, pousando suavemente em um galho, então saltamos para o próximo e assim por diante, mas os lobos não pareciam dispostos a nos deixar seguir em frente. ― Se continuar assim, vamo
POV LinneaA policial não disse nada durante o caminho. Decidi manter meus olhos fechados, pensando em como eu poderia entrar em contato com o Kael. Lief havia sido levado pelos outros policiais e eu não fazia ideia para onde. ― Com licença. ― Chamei do banco de trás. ― Para onde estamos indo?― Estou levando você até o hospital, querida. Você precisa ser atendida, depois entraremos em contato com a sua família. ― A policial respondeu com uma voz suave.Precisava ter alguma garantia de que estava mesmo sendo levada para o hospital. Foquei nos sons do lado de fora, algo que fosse fácil de identificar onde estávamos. O carro se movia de forma constante, até que lentamente a velocidade foi diminuindo até parar completamente. A porta ao meu lado se abriu e me encolhi no banco.― Está tudo bem, estamos no hospital. ― A policial disse, tocando minha mão com a dela de maneira gentil, mas eu a afastei.― Como posso ter certeza de que estamos no hospital? ― Questionei ouvindo o caos de veícul
POV IsoldeAssim que o diretor do hospital me ligou, informando que a mulher que eu vinha buscando havia dado entrada, corri no mesmo instante, abandonando a bruxa nua em minha cama de hotel. Ela havia me dito que tinha Linnea presa em um local seguro, onde ninguém poderia encontrá-la. Ao que parecia, além de não ter herdado o dom da magia de suas falecidas irmãs, a mulher era uma mentirosa sem um pingo de vergonha na cara.Dei instruções claras de que ninguém poderia chegar até ela antes de mim e corri, costurando pelo trânsito caótico de São Francisco até o ST. Mary. Henrique, um dos médicos patrocinados por meu pai com uma bolsa de estudos, me levou pessoalmente até o quarto onde Linnea estava.― Claramente ela está traumatizada, assustada com qualquer um que tente se aproximar. Não tivemos tempo para examiná-la devidamente, mas parece ter algo de errado com seus olhos. ― Parei de andar e olhei para o médico, que se surpreendeu com a minha reação.― Como assim? ― Questionei, lembra
POV LinneaA voz poderosa de Kael ecoou pelo quarto, sua presença esmagadora um lembrete de seu poder e do que ele era capaz de fazer. O homem que se dizia Isolde, imediatamente soltou meus pulsos com suas mãos trêmulas e suadas. Tudo ficou em silêncio e minha curiosidade aumentava para saber o que estava acontecendo.― Kael, por favor. ― Uma voz feminina baixa vinha da direção da porta. ― Estamos em um hospital.― Não me diga. ― O tom irritado de Kael parecia bem mais próximo do que quando ele havia falado pela primeira vez. ― O que eu quero saber é a razão desse bastardo de merda estar no quarto da minha mulher.― Kael, me escute. Vamos conversar com médico responsável, talvez ele possa explicar melhor a situação. ― A voz manhosa da mulher me parecia familiar, mas o tom que ela estava usando me confundia.O rosnado que Kael lançou deve ter deixado todos apavorados, mas eu ainda sentia meu coração acelerado com suas palavras. Ser chamada de sua mulher fez algo dentro de mim se acende
POV Linnea― Qual o problema desse hospital? ― A voz de Kael trovejou pelos corredores, fazendo as luzes piscarem e as paredes vibrarem. ― Os machos não sabem ficar com as mãos longe da minha mulher.Kael era um homem imponente, com um terno preto sob medida, a camisa branca justa em seu peito aberta mostrava a parte de cima de seu peito. Enquanto caminhava com passos firmes, seus dedos deslizaram pelos cabelos negros, os jogando para trás. Parecia que eu o estava vendo pela primeira vez, um homem tão lindo e tão intimidador que fez o meu coração acelerar no instante em que apareceu.― Meu alfa, a senhorita está segura. ― Kael ergueu seu olhar, encontrando os meus.Todo o meu corpo tremeu, um arrepio que começava na ponta dos meus dedos dos pés e ia subindo, até a minha nuca. Uma força estranha parecia me puxar na direção de Kael, como se a minha alma gritasse dentro de mim para que eu estivesse ao lado dele. Coloquei minha mão sobre o peito, sentindo ainda mais meu coração batendo fo
POV LinneaOs olhares na minha direção eram variados. De surpresos a incrédulos, mas o que mais fez meu coração palpitar e doer foi o de Kael, tomado de esperança. Eu queria falar, queria acabar logo com tudo aquilo, mas sentia em meu íntimo que não era o momento. Kael claramente não confiava em mim e eu não fazia ideia do motivo. Será que eu teria feito algo que o levasse a ter essas dúvidas e por isso perdi minhas memórias? Ou Kael tinha uma visão errada de mim? Ainda estava confusa e com medo, tinha tantas perguntas que não sabia ao certo se as respostas que eu buscava seriam realmente as que eu desejava escutar.Kael se aproximou de mim, suas mãos em seus bolsos e sua postura firme, mas seus olhos não mentiam. O olhei diretamente, sentindo aquela atração novamente, desejando envolver meus braços ao redor de seu corpo e nunca mais o soltar. Mordi meu lábio inferior e agarrei meus cabelos, tentando desaparecer diante da comoção que eu mesma havia criado.― Diga, quem é. ― A voz firm