POV IsoldeAquele maldito vira-lata não estava se dobrando, nem mesmo pela Linnea. Achei que ele estaria desesperado para encontrá-la o mais rápido possível, mas ao que parecia, eu estava enganado. Kael Ashfur era um homem irredutível quando se tratava do mundo corporativo, meu pai adotivo tinha grande dificuldade em fechar contratos com aquele lobo fedorento.Native minhas mãos unidas sobre minhas pernas, tentando conter o tremor causado pelo poder que o alfa estava liberando na minha direção. Os lobisomens odiavam demonstrações de fraqueza. Ashfur observava cada movimento meu com atenção, seus olhos negros indecifráveis apenas enviavam uma única mensagem. Morte. Engoli em seco, usando minha melhor atuação de irmão desesperado.― Não peço por mim. Cometi meus pecado e me arrependo de cada um deles, mas Linnea é uma jovem inocente e muito especial. Ela merece ser feliz. ― Kale se afastou, pensativo com minhas palavras. Se Linnea realmente fosse importante para a quele lobo, nada nem n
POV KaelMeu escritório estava tomado pelo cheiro daquele desgraçado. Mesmo que o tal Isolde tivesse saído sem nenhum problema do meu escritório, não significava que ele era inofensivo. Alguém como ele é arrogante, mas também é capaz de se fingir de fraco e idiota para ter o que deseja. Eu me lembrava claramente dele fugindo com Torin quando eu os encontrei junto a Alaric, deixando claro que eu não podia confiar nele. Gente demais já estava sabendo do desaparecimento de Linnea, logo essa informação encontraria seu caminho até meu irmão.Me levantei, observando a rua, vi Isolde Noxus entrando em seu carro e indo na direção da região mais rica, onde ficavam as casas de leilões de Torin. Soquei a parede furioso. Eu sabia que aquele filho da puta estava atrás de recursos para encontrar Linnea, mas suas intensões permaneciam obscuras para mim. Se realmente fosse o caso de um irmão desesperado para rever sua irmã, com os contatos da família Noxus ele já a teria encontrado há anos. Porém, co
POV LinneaAinda não estava completamente acordada, meu corpo mole pela enxurrada de sensações que ainda estavam muito vividas por todo o meu ser. Olhei ao redor do quarto, parecia tão real quanto aquele prédio dos meus sonhos. Me sentei lentamente, sentindo minha cabeça girando com o movimento, então só tive tempo de me virar e vomitei na lateral da cama, tossindo ferozmente.― Minha nossa! Você está bem, Lin? ― A voz preocupada da pequena Lua me despertou. Limpei minha boca com as costas da mão e a olhei preocupada. Segurei seus pequenos ombros com firmeza, olhando cada centímetro de seu corpo pequeno e magro, buscando qualquer sinal de que ela poderia estar ferida. Após confirmar que não havia nada, inclinei minha cabeça para frente, respirando profundamente e sentindo meu coração se acalmando.― Pela Deusa, você está bem. ― Disse com a voz rouca por conta do mal-estar.― E por que eu não estaria? ― Sua voz inocente me irritou, algo que nunca havia acontecido.― Sério isso? Você s
POV LinneaA floresta estava quieta naquela manhã, então decidi sair para caminhar um pouco, colocar a cabeça em ordem. Mal consegui dormir pensando no que a Lua havia dito sobre o meu predestinado. Não tinha certeza se eu conseguiria encontrá-lo, afinal eu não conseguia me lembrar de seu rosto. Mesmo assim, sentia que as palavras da Lua não eram tão absurdas quanto pareciam. Em meus sonhos, eu pude sentir a conexão com aquele lobo branco e com o homem, eram sentimentos tão fortes que seria impossível me confundir quando os encontrasse pessoalmente.Acabei me distraindo com meus pensamentos enquanto andava entre as árvores, mas não me preocupei muito, já que eu seria enviada de volta para a cabana. Aproveitei para pegar algumas frutas silvestres, mas um forte vento soprou, muito parecido com a noite da tempestade.― O que está acontecendo com essa floresta? ― Questionei, sentindo o vento ficando mais forte, ao ponto de me empurrar para frente. As frutas caíram do lenço onde eu as est
POV Linnea O clarão branco diminuiu, revelando as duas figuras que eu havia visto antes. Elas estavam caminhando para longe, então comecei a ir na direção delas, sentindo a urgência de me aproximar e não permitir que elas se afastassem ainda mais. Meu corpo não estava mais doendo, eu conseguia me mover com facilidade enquanto corria com todas as minhas forças. Meus pulmões queimaram com o esforço e minhas pernas tremiam, mas eu não parei. Estendi minhas mãos, tentando alcançá-las. ― Esperem! ― Gritei em desespero. ― Por favor! Fiquem! As figuras param de se afastar. Se movendo como um espelho, em perfeita sincronia, elas viraram seus rostos, mostrando que não eram apenas os seus movimentos que eram idênticos. Ambas tinham grandes olhos negros, lábios delicados e rosados em formato de coração, sobrancelhas finas e narizes pequenos. Elas pareciam ser a mesma, porém diferentes entre si. Caí de joelhos diante daquelas figuras, sentindo o poder que emanava de suas presenças. Ao virarem
POV LinneaSentada em uma grande pedra, olhei minhas mãos e pernas, recordando as dores que senti quando caí daquele penhasco. Não havia nem mesmo uma marquinho na minha pele, tudo parecia normal. Se não fossem minhas roupas, que ainda tinham manchas de sangue e estavam completamente rasgadas, eu poderia acreditar que fomos até a quela gruta para nadar e nos divertir.Aproveitei que Lua havia saído em busca de alguma erva que ajudasse na minha repentina dor de cabeça e comecei a andar pelo lugar, sentindo que havia algo diferente naquela gruta. As paredes de pedra eram como qualquer outra, assim como o pequeno lago de água cristalina, mas eu conseguia sentir uma energia, mesmo fraca, naquele lugar. Parecia que algo ou alguém extremamente poderoso viveu muito tempo ali, mas o abandonou.― Para onde você foi? ― Perguntei em voz alta, passando as pontas dos dedos na áspera parede de pedra.― Buscar as ervas. ― Lua disse as minhas costas, me assustando. Saltei colocando a mão sobre o peit
POV LiefMinha última reunião com o contratante foi um saco. Um engomadinho mimado que queria apagar sua ex noiva que estava tentando dar o golpe da barriga nele, mas é claro que o príncipe não estava a fim de abrir mão da sua vidinha fútil, regada a drogas e bebedeiras. Como até mesmo uma criatura bestial como eu, carrega o mínimo de ética, recusei gentilmente o trabalho e mandei o filho da puta crescer.Eu precisava de grana e a investigação sobre a mulher do Ashfur não estava caminhando da maneira que acreditei que estaria. Como era possível uma mulher que era escrava, viveu toda a sua fida presa em uma gaiola, conseguiu desaparecer sem deixar qualquer rastro? Fiz uso das minhas melhores fontes, mas nada foi descoberto.A cidade estava mais agitada do que o normal. Pessoas com seus rostos grudados em seus smartphones não era nada fora do comum, mas a partir do momento em que essas pessoas estão falando entre si e mostrando algo para todos a sua volta, bem, aí sim a coisa fica estra
POV LinneaO homem se virou para partir, mas corri para impedi-lo, segurando seu pulso com ambas as mãos. Tinha medo de que, caso ele fosse embora naquele momento, não voltaria mais e perderíamos nossa única oportunidade de sair daquele pesadelo. Minha voz ficou presa em minha garganta enquanto eu tentava organizar meus pensamentos, colocando o medo de lado por um momento.― Você vai mesmo voltar? ― Perguntei ansiosa, tremendo a resposta do homem. Senti seus dedos sobre as minhas mãos, cuidadosos e gentis, como se estivesse tentando não me assustar mais do que eu já estava.― Eu sempre concluo os meus trabalhos, pequena senhorita. Apenas me espere aqui, não vou demorar. ― Mantendo meus olhos fechados, assenti concordando e o soltei.Seus pesados passos se afastaram, então eu me virei para a cabana, brindo meus olhos bem a tempo de ver Lua saindo com uma grande pilha de livros em seus braços. Ela descia saltitante os poucos degraus, indo em direção a grande fogueira que queimava com in