POV KaelO corpo de Linnea tremia furiosamente, o tecido sobre seus olhos já começando a apresentar a umidade que absorvia de suas lágrimas. Ela afastou suas mãos das minhas, segurando os cabelos, tingidos de preto, e os usando como uma cortina, escondendo seu rosto e nos separando ainda mais. Meu lobo uivava e se debatia em meu peito, frustrado com aquela distância que Linnea estava impondo, mas eu não podia forçá-la. Não queria fazer ainda mais pressão, forçando sua mente ao limite sem antes ter certeza de que ela ficaria bem. Os danos físicos não eram graves, ela se recuperaria rápido, mas sua mente já era um assunto bem diferente.Quando a enfermeira nos informou sobre a estranha pergunta de Linnea sobre Octaviu, o médico correu imediatamente com dezenas de pedidos de exames para ela.― Meu alfa. ― O médico se virou para mim, nervoso com suas próximas palavras. ― Perdoe a minha ousadia, mas poderia me relatar o que aconteceu com a senhorita nos últimos tempos, desde que ela está c
POV LinneaTodos no quarto ficaram em silêncio. Minha cabeça ficou leve e minha visão embaçou. Pude ouvir alguém chamando meu nome antes que eu desmaiasse. Um calor acolhedor me envolvia, o cheiro exótico e apimentado fazendo meu coração acelerar. Estendi minha mão e agarrei o tecido macio, afundando meu rosto nele e me permitindo relaxar naquele lugar tão aconchegante. Uma batida rápida ecoava em meus ouvidos, um calor crescendo vindo de dentro de mim e aumentando.― Já disse, é impossível. ― Uma voz feminina disse e, mesmo que sua voz parecesse doce, algo em seu tom me dava calafrios. ― Foi uma escolha dela, não há nada para ser curado.― Como ela pode escolher esquecer de tudo. ― Aquela era a voz do homem que estava no meu quarto pela manhã. Ele parecia irritado e frustrado;Senti algo vibrando contra a minha bochecha e meu corpo sendo pressionado com força, ao ponto de um gemido baixo de dor me escapar. Imediatamente eu estava livre e longe daquele calor aconchegante e do perfume
POV LinneaO carro se movia suavemente durante a viagem, eu pude sentir o calor do sol que vinha da janela, junto a brisa suave. Arrastei meus dedos pelo banco, sentindo a suavidade daquele material e o já familiar perfume apimentado.Conforme a viagem continuava, eu lutava contra meu coração acelerado no banco de trás. Segurei meus cabelos, pensando em como seria viver na mesma casa que aquele homem. Eu não tinha trocado nenhuma palavra com ele, mas estaria sob seus cuidados a partir daquele dia.O veículo parou. Respirei profundamente ao ouvir o som da porta se abrindo ao meu lado. Uma mão tocou meus dedos, me incentivando a sair. Mordi o lábio inferior, tentando adivinhar o que me esperava naquele lugar estranho, cercada de pessoas de quem eu não me lembrava.― Senhor, eu não quero incomodar. Posso ficar em outro lugar. O mestre vai ficar incomodado com a minha presença. ― A mão que me guiava apertou suavemente a minha, mas eu não tive nenhuma resposta, então decidi me manter calad
POV LinneaFiquei sentada no chão, no canto do quarto, esperando que alguém aparecesse para me dizer o que eu deveria fazer, ou se eu apenas deveria ficar ali quieta. Estava me sentindo muito cansada, minha mente ainda confusa com tudo o que estava acontecendo. Batidas na porta me deixaram novamente em alerta. Não respondi, apenas permaneci no meu lugar enquanto uma jovem mulher entrava no quarto com uma grande bandeja. O cheiro da comida fez minha barriga roncar, mas eu me mantive no lugar.― Trouxe o seu café da manhã, senhorita. O beta me informou que você não se alimentou antes de sair do hospital, precisa comer para sua plena recuperação. ― A mulher disse com uma voz gentil. Acenei concordando, mas a mulher continuava de pé ao lado da mesa. Me levantei devagar e a mulher me olhou em choque. Travei no lugar, minhas pernas tremendo um pouco. Baixei a cabeça e busquei meus cabelos para me esconder, mas eu havia esquecido que eles estavam mais curtos. Seria aquele o motivo do seu ch
POV LinneaMeu rosto estava muito quente, eu precisava sair de lá, mas minhas pernas apenas não me obedeciam, tremendo presas no mesmo lugar. O ar parecia ter ficado ainda mais quente e pesado, dificultando que eu respirasse normalmente. Meu coração batia tão rápido e tão forte, que tive medo que o senhor Ashfur pudesse ouvi-lo. A grande sombra me cobriu, tornando tudo ainda mais difícil para mim. Pude sentir o calor de seu grande corpo em minhas costas, seu grande corpo parecia se inclinar sobre o meu, espalhando seu perfume apimentado e me deixando um pouco tonta.O suave toque de seus dedos em minha mão, me causaram arrepios, o que foi estranho para mim. Então, ele os arrastou, subindo pelo meu braço até os ombros e pescoço, segurando uma mecha do meu cabelo. Sua respiração quente tocou minha pele e o ouvi ronronar baixo ao meu ouvido, fazendo meu corpo tremer.― Eu sinto muito, não pensei que o senhor pudesse estar aqui. ― Um rosnado alto surgiu e imediatamente eu travei. Seus for
POV FioraJamais imaginaria que teria tanta sorte assim na minha vida. Essa mulher estúpida estava nas minhas mãos, como um passarinho ferido. Bastava apertar um pouco que eu a esmagaria. Estava ficando cada vez mais difícil conter meu sorriso diante dela.Desde que apareceu, Linnea se mostrou um grande obstáculo. O fato dela possuir a joia com o poder primordial me surpreendeu, mas eu acreditava que Kael apenas desejava a joia e iria descartá-la, mas eu pude ver em seus olhos o desejo, a curiosidade sobre aquela mulher. Além de ter a atenção de Kael, aquela mulher era a última descendente direta da deusa Nix, portadora da joia com o poder primordial, capaz de alterar o futuro de quem a olhasse diretamente. Tantas bençãos dadas a uma criatura fraca como aquela mulher, sem contar sua beleza única. Os longos cabelos de um branco tão puro quanto a própria deidade, a pele suave, mesmo que estivesse repleta de cicatrizes, a voz baixa e suave.Quando Kael me encontrou no hospital e disse q
POV LinneaContinuei escondida enquanto o carro continuava a se mover, mas o cheiro daquelas ervas estava me dando fortes dores de cabeça, já não aguentava mais. Me movi desconfortável no chão apertado entre o banco da frente e o banco de trás. A coberta foi puxada e me levantei respirando profundamente.― Sinto muito, mas não podia arriscar enquanto estivéssemos perto do Vale do Silício. Kael é um homem muito poderoso. ― Me sentei no banco, arrumando minhas roupas.― Poderoso quanto? ― Perguntei curiosa. Os olhos brilhantes da mulher me olharam pelo pequeno espelho retrovisor.― Ele é o dono da maior mineradora de São Francisco, tem contatos de pessoas muito importantes e influentes na cidade. Pode-se dizer que, se o Kael realmente quisesse, ele poderia ter São francisco debaixo dos pés dele.A forma como Fiora falava de Kael estava me incomodando. Não parecia haver apenas admiração em seu tom de voz. Meu coração palpitava todas às vezes que pensava em Kael e já estava me questionand
POV KaelAquele falatório me irritava, mas era melhor do que ficar em casa com a tentação perambulando livremente, espalhando seu cheiro doce por toda parte. Aquela noite na piscina foi muito perigosa. Linnea estava tão linda com aquela camisola colada ao seu corpo perfeito, os bicos de seus seios eriçados por conta do contato direto com a seda, seus braços nus e a fenda lateral que emoldurava sua coxa. Para completar, ela estava com aquela venda de renda preta, o que a tornava ainda mais sensual com o leve rubor de suas bochechas. Mal tive tempo de me surpreender com seus cabelos curtos, pois já estava sobre ela, colando meu corpo ao dela, sentindo seu calor e os arrepios em sua pele.Rosnei alto, chamando a atenção de todos. Precisava me concentrar, havia problemas sérios para serem resolvidos, entre eles os estranhos movimentos vindos de Torin Kairos, que vinha assediando vários acionistas da minha empresa com a intensão de comprar suas ações a preços ridículos.― O que eu quero sa