POV LinneaEstava claro que eu não sairia com vida daquela casa. Alaric estava completamente fora de si, a veia em seu pescoço pulsava, suas pupilas estavam tão dilatadas que se mesclavam a íris negra, seus punhos tremiam e cada passo que dava criava profundas fendas no chão de terra. Todo aquele ódio estava direcionado apenas a mim.O mundo ao meu redor estava em completo silêncio, diante de mim um alfa enfurecido, capaz de fazer qualquer coisa sem pensar duas vezes. Eu não tive coragem para olhar além de Alaric, não tive coragem se quer para tentar fugir. A mulher simplesmente me soltou e se afastou, me deixando a merce daquele homem louco e enfurecido.Com movimentos lentos, Alaric estendeu sua mão e agarrou meu pulso com tanta força que achei que fosse parti-lo em vários pedaços. Aproximando seu rosto do meu, ele voltou a falar.― Eu odeio me repetir. Diga logo, quem realmente é o pai dessa coisa que você está carregando. ― Seu tom baixo e autoritário fez todo o meu corpo tremer d
POV KaelAquele lugar estava um lixo, aquilo se quer poderia ser chamado de alcateia. Lobos fracos, doentes e desnutridos fugiam para se esconderem de mim. Alguns soldados se aproximavam, mas era evidente que eles desejavam estar em qualquer outro lugar e não na minha frente. Fracos de mente, corpo e espírito. Até mesmo os ômegas da minha alcateia os venceriam com facilidade. Farejei seu medo, suas dúvidas e percebi de imediato que nenhum deles estava satisfeito com seu alfa. Bem, seria um prazer matar o alfa que se atreveu a pegar o que me pertencia e agregar aquela pequena alcateia a Silentmoon.Estava prestes a dar aos meus inimigos a escolha que eles mais desejavam, se unirem a mim e viverem, porém, os ventos trouxeram o som mais doce que já tocaram meus ouvidos. A voz que a dias eu desejava ouvir chamando pelo meu nome. ― Kael… ― Não passava se um sussurro, mas estava claro como o próprio dia. Meu lobo se enfurece ao pensar que Linnea poderia estar correndo algum perigo e logo
POV LinneaO calor dos braços de Kael me ninar durando o caminho. Seu perfume apimentado vez meu coração vibrar de felicidade e meu corpo relaxar, finalmente nós estávamos a salvo. O movimento suave de seus passos fizeram o medo e a dor desaparecerem, minha mão caiu sobre minha barriga dolorida, eu não sabia se o meu bebê estava bem depois do que Isolde nos fez, mas eu não tinha forças para falar ou mesmo abrir meus olhos, até que a escuridão finalmente me engoliu por completo.― Ela não vai acordar? ― Uma voz feminina suave, quase como o sopre do vento, disse próxima ao meu ouvido direito.― Seja paciente. Você viu o que fizeram a pobre criança. ― Outra voz, essa mais doce, falou junto ao meu ouvido esquerdo.― Sim, eu vi. Por isso acho que é melhor que ela esqueça toda essa dor. ― A primeira voz disse com um tom triste.― Não cabe a nós decidirmos, já nos envolvemos mais do que deveríamos nas vidas deles. ― A segunda voz falou com dor em sua voz.Abri meus olhos lentamente. Um grand
POV LinneaMeu corpo inteiro doía, especialmente a minha barriga. Tentei me mover, mas era difícil. Onde eu estava? Parei e ouvi o ambiente, um apito constante era a única coisa que ecoava no ambiente. Arrastei minhas mãos ao redor, sentindo a macies de um tecido que me cobria. Respirei profundamente, o cheiro de álcool era muito forte, mas eu conseguia sentir suaves notas apimentadas no ar. Meu coração deu um leve salto, mas quando tentei colocar minha mão sobre o peito senti que algo estava preso a ela. Após confirmar que estava sozinha, abri meus olhos lentamente, me deparando com um teto alto e branco. Meus olhos doíam, assim como a minha cabeça e gemi baixinho. Havia tantos aparelhos conectados a mim, mas aquele quarto não parecia em nada com uma enfermaria. As cores eram suaves, com tons de bege e branco, havia um grande sofá próximo à janela, uma pequena mesa, e até mesmo uma geladeira pequena perto do que parecia ser um guarda-roupas. Um hospital como aquele deveria ser muito
POV KaelO corpo de Linnea tremia furiosamente, o tecido sobre seus olhos já começando a apresentar a umidade que absorvia de suas lágrimas. Ela afastou suas mãos das minhas, segurando os cabelos, tingidos de preto, e os usando como uma cortina, escondendo seu rosto e nos separando ainda mais. Meu lobo uivava e se debatia em meu peito, frustrado com aquela distância que Linnea estava impondo, mas eu não podia forçá-la. Não queria fazer ainda mais pressão, forçando sua mente ao limite sem antes ter certeza de que ela ficaria bem. Os danos físicos não eram graves, ela se recuperaria rápido, mas sua mente já era um assunto bem diferente.Quando a enfermeira nos informou sobre a estranha pergunta de Linnea sobre Octaviu, o médico correu imediatamente com dezenas de pedidos de exames para ela.― Meu alfa. ― O médico se virou para mim, nervoso com suas próximas palavras. ― Perdoe a minha ousadia, mas poderia me relatar o que aconteceu com a senhorita nos últimos tempos, desde que ela está c
POV LinneaTodos no quarto ficaram em silêncio. Minha cabeça ficou leve e minha visão embaçou. Pude ouvir alguém chamando meu nome antes que eu desmaiasse. Um calor acolhedor me envolvia, o cheiro exótico e apimentado fazendo meu coração acelerar. Estendi minha mão e agarrei o tecido macio, afundando meu rosto nele e me permitindo relaxar naquele lugar tão aconchegante. Uma batida rápida ecoava em meus ouvidos, um calor crescendo vindo de dentro de mim e aumentando.― Já disse, é impossível. ― Uma voz feminina disse e, mesmo que sua voz parecesse doce, algo em seu tom me dava calafrios. ― Foi uma escolha dela, não há nada para ser curado.― Como ela pode escolher esquecer de tudo. ― Aquela era a voz do homem que estava no meu quarto pela manhã. Ele parecia irritado e frustrado;Senti algo vibrando contra a minha bochecha e meu corpo sendo pressionado com força, ao ponto de um gemido baixo de dor me escapar. Imediatamente eu estava livre e longe daquele calor aconchegante e do perfume
POV LinneaO carro se movia suavemente durante a viagem, eu pude sentir o calor do sol que vinha da janela, junto a brisa suave. Arrastei meus dedos pelo banco, sentindo a suavidade daquele material e o já familiar perfume apimentado.Conforme a viagem continuava, eu lutava contra meu coração acelerado no banco de trás. Segurei meus cabelos, pensando em como seria viver na mesma casa que aquele homem. Eu não tinha trocado nenhuma palavra com ele, mas estaria sob seus cuidados a partir daquele dia.O veículo parou. Respirei profundamente ao ouvir o som da porta se abrindo ao meu lado. Uma mão tocou meus dedos, me incentivando a sair. Mordi o lábio inferior, tentando adivinhar o que me esperava naquele lugar estranho, cercada de pessoas de quem eu não me lembrava.― Senhor, eu não quero incomodar. Posso ficar em outro lugar. O mestre vai ficar incomodado com a minha presença. ― A mão que me guiava apertou suavemente a minha, mas eu não tive nenhuma resposta, então decidi me manter calad
POV LinneaFiquei sentada no chão, no canto do quarto, esperando que alguém aparecesse para me dizer o que eu deveria fazer, ou se eu apenas deveria ficar ali quieta. Estava me sentindo muito cansada, minha mente ainda confusa com tudo o que estava acontecendo. Batidas na porta me deixaram novamente em alerta. Não respondi, apenas permaneci no meu lugar enquanto uma jovem mulher entrava no quarto com uma grande bandeja. O cheiro da comida fez minha barriga roncar, mas eu me mantive no lugar.― Trouxe o seu café da manhã, senhorita. O beta me informou que você não se alimentou antes de sair do hospital, precisa comer para sua plena recuperação. ― A mulher disse com uma voz gentil. Acenei concordando, mas a mulher continuava de pé ao lado da mesa. Me levantei devagar e a mulher me olhou em choque. Travei no lugar, minhas pernas tremendo um pouco. Baixei a cabeça e busquei meus cabelos para me esconder, mas eu havia esquecido que eles estavam mais curtos. Seria aquele o motivo do seu ch