Capítulo 136: A benção da lua e da noitePOV LinneaAbri meus olhos assustada. Tateei meu corpo, em busca do ferimento, mas estava intacta. A minha frente, os lobos ainda lutavam, banhado em sangue, o lobo de olhos vermelhos parecia inda maior e mais feroz. As deusas caídas de joelhos ao chão, chorando enquanto seus corpos tremiam.― Por inveja, tomei aquilo que lhe era mais precioso. ― A deusa com longos cabelos negros disse, com as mãos cobrindo o rosto.― Por ciúmes, tomei aquilo que lhe era mais precioso. ― A deusa com longos cabelos brancos disse, cobrindo a boca enquanto lágrimas rolavam de seus olhos.― Se estão mesmo arrependidas do que fizeram, então acabem com essa maldição. ― Disse irritada, as lembranças de Asteria vivas em minha mente. As deidades se levantaram, se aproximando lentamente de mim. Cada uma tocou um lado do meu rosto, mostrando sorrisos gentis, mas as lágrimas continuavam a trilhar seus caminhos por seus lindos rostos. Olhei para além das deusas, para o lob
POV LinneaO quarto se iluminava com os raios de sol que passavam pelas frestas das cortinas pesadas. Tudo estava quieto e parecia diferente. O forte aroma da relva no sol me incomodou, fazendo com que eu coçasse meu nariz. A textura das cobertas incomodava meus dedos, assim como o chão áspero sob meus joelhos. Lentamente, me levantei, sentindo minha cabeça girar um pouco. Respirei fundo com meus olhos fechados, tentando me recuperar, mas quando o fiz senti o perfume apimentado, com toques de baunilha e canela. Era tão acolhedor e familiar. Me virei na direção daquele perfume e vi Kael de pé, de costas para mim e de frente para o grande espelho do quarto.― Kael, você está bem? ― Chamei por ele, me aproximando lentamente, mas quando ele se virou, eu parei.O homem diante de mim, eu já o conhecia. Eu o vi em minhas visões. Um olho azul e outro preto, seus cabelos negros exibiam uma mecha branca e a marca de uma lua crescente se destacava em seu peito, do lado esquerdo. Seu corpo pareci
LinneaNos mantivemos longe de olhares curiosos nos dias que se seguiram, evitando deixar a alcateia a menos que fosse muito necessário. As mudanças físicas seriam muito complicadas para serem explicadas, especialmente os olhos de Kael e seu imenso poder. Os alfas começaram a responder às mensagens, desejando visitar e comprovar a veracidade da história. Kael não hesitou em aceitar seus pedidos e logo a cede da alcateia estava tomada por lobos, mas eu me mantive escondida em meu quarto.Não eram vistas Peeiras há anos e, aparecer assim de repente, logo depois que o rei alfa despertou, poderia lançar suspeitas. Bárbara recebeu permissão de Kael para ficar comigo até que tudo voltasse ao normal na alcateia. Alguns dias após nosso despertar, senti um leve mal-estar, a barriga pesada e muitas dores nas costas, então Kael ordenou que eu fosse levada ao médico que estava acompanhando minha gestação quanto antes. Porém, antes de sairmos, o lobo, colocado por Torin como um infiltrado na alcat
O grande salão estava brilhando com luzes multicoloridas, enquanto os itens que seriam vendidos passavam pelo grande telão, mas mantendo o item principal em segredo. Muitos homens naquela noite esperavam ansiosos, pois boatos haviam se espalhado pela cidade sobre uma joia rara com poderes além do imaginável. Dentre todos esses homens, o empresário a beira da falência, Octavius Kasimir. Um homem egoísta que desejava os poderes da joia para ter poder e riquezas. Sua aparência repugnante afastava todos, nenhum outro visitante do leilão queria ser visto perto daquele pequeno homem rechonchudo, cujo suor manchava suas roupas baratas. As pessoas esbarravam em Octavius quando passavam e riam dele, não entendendo como um homem falido havia conseguido entrar em um leilão tão exclusivo. ― Ao que parece, qualquer um pode entrar nesse leilão hoje em dia. ― Um homem com roupas finas disse, após bater seu braço de maneira proposital em Octavius.A raiva era o combustível que Octavius precisava pa
POV: LinneaA luz forte atravessou a venda que cobria os meus olhos, me fazendo acordar e sentar na pequena gaiola onde cresci. Desde que fui comprara pelo mestre naquele leilão, eu desejava não despertar na manhã seguinte. O som de metal batendo me assustou. Segui o som até a lateral da gaiola, o arrastar e ranger, assim como o cheiro da ferrugem, me alertaram que a pequena porta estava sendo aberta. Me encolhi em um canto enquanto o cheiro da comida chegava ao meu nariz. ― Coma logo, o chefe tem planos para hoje. ― O homem falou de forma ríspida, batendo a grade a trancando novamente.Puxei a bandeja, sem saber exatamente que comida era aquela, o odor azedo forte surgiu quando remexi a comida com o talher. Já fazia tanto tempo que eu não comia algo fresco que não lembrava os sabores, ou mesmo as cores daquelas comidas. Após comer, coloquei a bandeja novamente junto as grades e me encolhi no outro canto. O chão começou a vibrar com os passos de várias pessoas se aproximando. Meu c
POV: Linnea Tudo ao meu redor parecia silencioso e sem nenhuma cor, enquanto eu continuava a observar aquele misterioso homem, que entrava na casa do mestre com tanto poder e autoridade, através da delicada renda que cobria meus olhos. Ele não voltou a olhar para mim, apenas vagou por entre os inúmeros itens da coleção do mestre. Ele parou diante da grande mesa de gelo em que eu estava, várias joias me rodeavam, de variados tamanhos e cores. O belo homem observava cada uma delas com uma atenção especial, então o mestre se aproximou, esfregando suas mãos suadas, cada dedo ostentando um anel diferente. ― Logo se vê que tem ótimo gosto, Dark Wolf. ― a forma com que o tal Dark Wolf olhou para o mestre fez meus pelos se arrepiarem. Me encolhi em minha gaiola e permaneci em completo silêncio enquanto eles discutiam. ― Essas pedras não me interessam em nada. Não passam de rochas polidas. ― O mestre pareceu irritado com o comentário do homem, mas manteve o sorriso em seu rosto. Em minha me
POV: Linnea Um forte golpe atingiu minha mão, me fazendo soltar o homem que parecia em choque com toda a situação. Voltei a me encolher na gaiola e o homem retomou seu caminho. Eu havia falhado. Nunca mais o mestre me permitiria ter outra oportunidade como aquela. Voltaria aos meus dias trancada naquele cofre, abusada por um homem egoísta e sem nenhum escrúpulo que não se importava em destruir as vidas de outras pessoas, com tanto que ele conseguisse o que queria. A grande festa continuou, não vi mais o lindo homem de cabelos e olhos negros. Era como se ele tivesse desaparecido. O mestre evitou que outras pessoas se aproximassem da mesa de gelo, onde eu sentia cada vez mais e mais frio. Estava cansada e faminta quando finalmente a festa acabou e eu fui descida da mesa. O mestre se aproximou com seu bastão e bateu forte contra as barras de aço. ― Sua puta de merda! O que achou que fosse conseguir? Achou mesmo que um homem como o Wolf te ajudaria? Acho que bati tanto em você que acab
POV: Linnea Um calor suave tocou meu rosto, a sensação estranha de algo suave debaixo do meu corpo e um perfume agradável me despertaram. Toquei meu rosto, sentindo a ausência da venda sobre os meus olhos e me desesperei. Não sabia onde eu estava, mas era certo que não estava na minha gaiola. A noite anterior, havia sido um sonho? Tateei ao redor, nervosa e assustada e encontrei um tecido suave, que amarrei sobre meus olhos. Mais tranquila, analisei o ambiente ao meu redor com as mãos, tocando a grande cama onde estava deitada. Ao amassar o tecido, um perfume suave de flores se elevou. Coloquei meus pés no chão, sentindo algo macio e quente sob eles e uma brisa suave e refrescante tocou meu rosto e braços. Sons de passos se aproximando me assustaram. Tropecei pelo cômodo estranho, buscando um lugar seguro para me esconder. Tropecei em algo que parecia uma corda e acabei caindo para frente. O som de vidro quebrando me fez tremer e me encolher enquanto o som de trinco ecoava pelo qua