CAPÍTULO 102 Ezequiel Costa Junior Sou o Don da máfia Zion Triad, porém a minha identidade é secreta. Todos sabem do “Don”, poucos sabem que sou eu. Faço tudo por trás dos panos, e quem aparece são meus dois soldados de confiança, que atuam como agentes, para não serem expostos em Israel ou países onde preciso de cobertura... inclusive, um deles ainda está preso, vim para buscá-lo. . Encostado em uma cadeira giratória, uma das minhas agentes limpa a minha boca do pequeno corte que Theodoro me fez. — Don Ezequiel, porque permitiu que lhe fizessem isso? Todos aqui, sabem que o derrubaria facilmente se quisesse. Eu deveria ter ido com vocês e... — Já chega! Isso é problema meu, não gosto que se metam nos meus negócios! — falei a empurrando, ficando em pé frente à janela, daquele hotel. — Pelo que ouvi por aí, não foi bem um “negócio” que veio resolver! — ela falou com a voz provocativa e odeio mulheres pegajosas, bastou uma noite que passei com ela, e pensa que de agente
CAPÍTULO 103 Valéria Muniz Theodoro estava tendo outra crise? Ou era um pesadelo? Ele não tentou se esconder debaixo da cama como de costume, parecia com dificuldades em se mover, mas suas palavras eram pedindo ajuda, e que eu não o deixasse. O apoiei no meu colo e o trouxe de volta aos poucos, porém quando me disse que viu meu rosto, me deixou em choque. — Vo... você lembrou? — respirei com dificuldades, segurando na manta que nos cobria. — Você estava lá, Val! — senti ele se levantar do meu colo, porém o senti perto — Me diz que não estou ficando louco, porque agora... agora começo a juntar os pontos, e tudo b**e! Você não tinha visão, por isso me pediu para cuidar dos olhos — a sua voz estava apreensiva demais, num tom mais alto, e comecei a me preocupar. — Eu... é, Théo, eu te toquei, soube parcialmente que estava ferido, que seus olhos... — ele não parecia me ouvir, continuou falando, como se eu não tivesse o respondido. — Val, alguém me puxou da terra preta, me c
CAPÍTULO 104 Theodoro Almeida Senti tantas coisas, a minha cabeça estava uma bagunça, mas agora eu tive certeza, não foi um sonho, nem um pesadelo, mas uma lembrança, a cena que vi e que vivi em Israel. Fiquei chateado dela não ter me dito desde o início, mas entendi... ela teve seus motivos, não merece agora que eu fique assim, mas que eu cuide e proteja a mulher que salvou a minha vida. Ali abraçado com ela, comecei a lembrar de tudo, foi estranho, como se eu sempre soubesse, como se agora eu tivesse vivido aquilo de verdade. . Lembranças: “Quando ela saiu, o frio se tornou intenso. Sem o seu corpo sobre o meu, e com tantas dores, eu não conseguia abrir os olhos porque doía muito, e nem me levantar. Eu passei a maior parte do tempo dormindo, tendo pesadelos com a guerra, sofrendo à todo momento, pensando que estavam jogando bombas e atirando. Quando ouvi a sua voz novamente, parecia como se pudesse sentir o sol novamente
CAPÍTULO 105 Theodoro Almeida — Meu Deus! Como isso foi acontecer? — abri a porta do carro de luxo do senhor Emanuel e da senhora Beatriz do lado em que ele estava, mas fiquei apavorado, ela estava ferida, não poderia ser removida do banco, e provavelmente a porta do lado dela, não daria para abrir normalmente. — Um louco veio na nossa direção, e o motorista desviou, mas meu Deus do céu, machucou a Beatriz! — senhor Emanuel levantou normalmente, o motorista também, mas ao olhar para a senhora, senti um aperto no peito. A cena do acidente me deixou em choque, quando parei e vi novamente, não consegui sair do lugar. “Agora não é hora disso, tenente! Não pode fraquejar, você é mais forte que seus traumas!“ Já tive meu corpo todo quebrado, e de ver ela ali, mexeu comigo. Respirei fundo, contei até três, e imediatamente liguei para o meu contato de emergência aqui: Ligação: — Tenente Almeida, como vai? — Preciso de uma ambulância com urgê
CAPÍTULO 106 Valéria Muniz Ouvi o barulho do carro do Theodoro, eu já estava arrumando a mesa, os meninos logo acordariam. Estranhei que ele não entrou, e uma voz estranha gritou no portão, fazendo o Snoopy latir, e me agarrei à cadeira, tremendo de medo. De repente, o Adam gritou: — O QUE FEZ COM O THÉO, SEU LOUCO? ESSE É O CARRO DELE! — fiquei mais tranquila ao notar que havia acordado, mas temi que pudesse acontecer alguma coisa com ele. — Quem está aí? — perguntei ainda dentro de casa. — Foi o senhor Theodoro quem pediu que eu viesse, será que posso conversar com a esposa dele? — eu não conhecia aquela voz, e também notei que o cachorro parou de latir, o que me fez soltar a cadeira. — VOCÊ VAI EMBORA, OU VAI QUERER LEVAR UMA FACADA? A MINHA IRMÃ É CASADA, SEU MARIDO NÃO ESTÁ, MAS ELA TEM A MIM! — Saí devagar, aumentando a voz, com a minha bengala. — Adam, o que é isso, guarde essa faca! — Senhora, são apenas as coisas que o
CAPÍTULO 107 Theodoro Almeida (No outro dia) Hoje é domingo, como alguns me conhecem no hospital, não terei problemas em ir com a Val até lá, visitar. Deixamos os meninos na casa da Dona Maria, e depois voltaremos buscar, pois iremos almoçar no orfanato, conforme prometi para Joaninha de ir vê-la. — Sabe qual é o quarto? — Valéria me perguntou. — Vou entregar os documentos, eles já informam na recepção. Quando nos liberaram, vi que o Vicente saiu parecendo desesperado do quarto, limpando o rosto, sentido uma outra porta que também dava acesso por fora, e em seguida Anelise correu atrás dele, nem chegou a me ver, e fiquei nervoso. “Será que aconteceu alguma coisa com a senhora Beatriz?“ Apressei o passo, não diria nada a Val, antes de ir até o quarto, já estávamos quase lá. A porta estava aberta, e senhor Emanuel chorava, olhei desesperado para a cama, e para meu alívio a sua esposa estava lá, sentada e também chorando com algun
CAPÍTULO 108 Theodoro Almeida / Vinicius Cardoso Agora estou entendendo... porque Vicente parece tanto comigo, porque Anelise chegou a se aproximar dele quando estive na guerra e ela pensou que eu tivesse morrido... realmente, somos irmãos. — Théo, Théo! Eu já estava sentindo isso, desde que vi a pulseira, mas achei impossível, até por seu nome, e o tanto de vezes que nossos pais se enganaram na busca, perderam dinheiro com farsantes! — Vicente me disse enquanto me abraçava. — Vicente... — eu fiquei com dificuldades em falar — Te admiro tanto, é um sonho ter um irmão assim, você deixou a sua vida de lado por esses dias para me ajudar! — ele me soltou e me segurou pelos ombros, me olhando com lágrimas. — Não se engane, meu irmão! Eu fui egoísta desde o início. Não te tratei bem, porque te vi como um substituto, mas claro... tão parecido comigo! — deu um sorriso — Sou eu quem te admira muito, se fosse eu que tivessem levado, talvez não tivesse a metade
CAPÍTULO 109 Theodoro Almeida Meu pai puxou a poltrona e pensei que sentaria ao lado da minha mãe, mas apontou para que eu sentasse. — Vejo que você está nervoso, sente-se e tenha calma, meu filho! — olhou para a porta, Vicente, você consegue outra cadeira? — imediatamente trouxe a Val no meu colo, aceitando o mimo. A cadeira era espaçosa e, Vicente conseguiu outra bem rápido. Eu poderia ter negado, mas era o primeiro gesto do meu pai para comigo, me senti “bem” podendo pela primeira vez, receber uma demonstração de carinho, de preocupação. — Obrigado. — então ele começou a contar a história: — Bom, vou contar como aconteceu... antes de conhecer a sua mãe, eu tive muitas amantes. Porque ser um CEO e ter um nome famoso, atrai muito às mulheres, Vicente sofreu com isso. Quando a sua mãe apareceu na minha vida, eu havia acabado de terminar com uma delas. — Nossa... — Sim, e adivinha... meses depois ela descobriu uma gravidez, e sua mãe já estav