EPÍLOGO

O badalar dos sinos era o indicativo de que mais um dia começava. No mesmo instante, Elsa levantou da cama e vestiu o seu hábito, apanhou o rosário em tom amarronzado e, após, enfileirada com as demais noviças, se ajoelhou frente ao altar e deu início à primeira oração do dia - a hora das Laudes. Aquele era o tempo em que estava vivendo a sua vida.

Depois que matara Patrícia, a jovem entrou em um estado de choque: dias sem falar, dias sem dormir, dias sem comer, grávida e com o peso de um crime nas costas. Tudo o que conseguia se era se perguntar o que tinha acontecido - naquele momento, não sabia dizer, mas hoje, apesar de ainda não saber, compreendia. A juntada da vergonha da gravidez, com a sua tentativa de suicídio, com o crime que cometera e com o seu recente silêncio, foram argumentos suficientes para que Cortês - já ansioso para se livrar do estorvo que

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