ValentinaEra muito cedo ainda, teria que procurar algo para ocupar meu tempo até a hora do almoço com Francisco. Após o desastre que foi o café da manhã com minha família, precisava de uma distração antes que eu retornasse ao trabalho no hospital. Esperava o chilique vindo do meu pai, contudo não imaginei o escândalo que faria ao ouvir minha escolha de voltar a morar sozinha. Papai, se recusou a aceitar minha decisão, meus irmãos permaneceram calados como sempre e para a minha sorte é que vovó não se encontrava para o drama ser ainda maior. Como sempre, a única que aceitou sem dramas, foi mamãe. Escolhi uma roupa para o almoço com meu amigo, o dia em São Paulo estava cinzento e isso deveria ser um aviso de como minha vida ficaria complicada nos próximos dias. Uma batida na porta, larguei a calça jeans, em cima da poltrona e fui abrir. Encontrei a mamãe, parada, com seu sorriso. Fiz sinal para que a dona Jéssica entrasse e fechei a porta, vendo minha mãe indo sentar na minha cama.— E
Valentina— Tantos problemas, que a doença do vovô foi o menor dos males. Contei para o meu pai hoje sobre voltar a morar sozinha, o velho surtou como sempre e mamãe saiu em minha defesa e conhecendo bem o doutor Leonardo, uma hora dessas deve ter comprado o apartamento que vou morar, mandado o Diego instalar milhares de câmera de vigilância e reforçar as sombras para me seguirem.Disse sorrindo, vendo Francisco fazer o mesmo ao meu ouvir. Meu amigo não tinha uma vida tão diferente assim da minha. Tio Pedro e sua fama, mesmo com o passar dos anos não mudou e a família Pascal, sempre teve que viver pensando no inimigo que atacaria o tio. Com o crescimento da comunidade Estrela Guia e os projetos que o governo criou para melhorar a vida dos moradores, tio Pedro passou a ser muito mais conhecido que vinte anos atrás e também muito visado pelos bandidos disfarçados de bons samaritanos.O garçom apareceu, para anotar os nossos pedidos. Como sempre, escolhi um filé ao molho madeira e Franci
DiegoA reunião do presidente com o governador de São Paulo, demorou mais do que o previsto. Por uma parte, isso foi bom porque tive tempo suficiente para escolher o apartamento que Valentina ficaria. O senhor Leonardo deu carta-branca para escolher o que eu achasse mais seguro. Escolhi o lugar, conforme o antigo apartamento da garota. Envie para o advogado da família, a proposta da imobiliária e como todos os imóveis da família Martinez, as transações seriam feitas no total sigilo. Enquanto eu aguardava o almoço entre o presidente e aquele idiota do Mário finalizar, verificava as atualizações da compra através das mensagens enviadas diretamente a mim. A turma que fazia a segurança dos filhos do Presidente, informou-me que Valentina almoçou com Francisco e após o almoço saiu do restaurante com o merdinha que a garota chamava de namorado. Meu sexto sentido sempre alertou que existe algo de errado com aquele moleque e principalmente com a família dele de gente metida a besta que vomitav
DiegoEstava no hospital, aguardando o doutor Ricardo ter alta. Após ser informado do que deveria fazer a partir de agora, o presidente pediu que acompanhasse a primeira-dama até o hospital. Doutor Ricardo, conversava com o seu médico, sobre sua saúde e o repouso necessário. Recordo das palavras em seu escritório e da missão de cuidar da filha mais velha do presidente. Valentina era uma mulher tranquila, mesmo não gostando da segurança ao redor, jamais reclamou ou tratou qualquer funcionário mal. A questão para mim nesse momento é que não pensei que eu seria o escolhido para vigiar cada passo seu a partir de agora. Há anos que não aparecia nada relacionado ao passado do senhor Leonardo e a sua esposa. Justo agora que o novo mandato como presidente começa, aparece algo assim. Era como voltar ao passado, uma época em que Marcelo era vivo e comandava tudo de dentro da sua prisão luxuosa. Aguardava no corredor, pensativo em como faria a partir do momento que o presidente retornasse a Bras
ValentinaAo entrar em casa, dei de cara com meu avô na sala, todo falante e sorridente. Nem parecia que doutor Ricardo, esteve tão mal, dias atrás. Ao me ver entrar, abriu os braços para mim, claro que fui até meu avô amado sem pensar duas vezes. Vovó, Soraia, quis saber como foi o encontro com Natália, dizendo que organizaria um jantar entre as famílias, antes da volta dos meus pais para Brasília. Troquei olhares com mamãe, que disfarçou uma careta ao ouvir as palavras da sogra. Meu pai, agiu comigo, como se não tivesse brigado comigo no café da manhã. Todo amoroso, alegre e como eu conhecia o senhor Leonardo bem, sabia que ele contaria sobre sua decisão de encontrar um apartamento para que eu morasse sozinha e encheria de seguranças ao redor. Subi para o meu quarto, para deixar minha bolsa e tomar um banho para descer para o jantar. Meus irmãos ficaram na sala fazendo companhia aos meus avós e aos nossos pais. Fazia uma trança no cabelo, quando a porta se abriu e ao me virar, depar
DiegoAguardava a senhorita Valentina na sala do seu apartamento. Hoje seria a minha folga, entretanto houve mudança de planos, onde eu tenho que passar horas ao lado da filha do meu chefe. Valentina está finalizando a mudança. O sistema de segurança foi instalado em cada canto do apartamento da garota. Sensores de movimentos e câmera de vigilância em pontos estratégicos. Parado em frente a janela, observo o movimento de carros na rua, aquela hora do dia. Olhei o horário no relógio, passava das duas da tarde. Busquei a garota logo após o almoço, ouvindo instruções do presidente para não sair do lado da sua filha mais velha. Assim que ela verificasse a reforma do quarto principal, a levaria até Estrela Guia. Claro que iria aproveitar o trabalho e conversar com Pedro sobre um assunto em questão que ando desconfiando há vários dias.O barulho de passos, vindo do corredor, chama a minha atenção e viro-me encontrando Valentina parada detrás do sofá.— Precisa de algo?Questiono ao observar
ValentinaSegurava a torta com todo o cuidado do mundo, para que não se desmanchasse no caminho até a casa da tia Vivi. Diego, ao meu lado, está dirigindo devagar, para que eu não precise ficar toda dura sentada no banco do carro. Até que conversar com o segurança não é de todo ruim. Tudo bem que Diego, fica mais tempo calado que tudo, mas ao menos ele respondeu às minhas perguntas. Quem não gostou de saber que agora eu teria um segurança vinte e quatro horas por dia, foi Mateus, alegando que eu tenho um noivo que pode muito bem cuidar de mim. Mamãe não escondeu que gostou da decisão do meu pai e eu disse, que no começo achei estranho, porém Diego era o homem que meu pai confiava de olhos fechados e eu entendo que a partir de agora, a segurança dos filhos do doutor Leonardo seria prioridade.— Quando era pequena, lembro muito bem da época que a minha mãe voltou para São Paulo e eu ficava na casa da tia Vivi brincando com o Francisco, Ester e a Eduarda.Falo, como se Diego fosse alguém
Valentina— Como você voltou mais linda ainda — tia Viviane diz, ao sentar-se no sofá da sala. Ester teve que sair para resolver um assunto particular. Pediu desculpas por não estar presente durante o jantar, contudo avisou que era um compromisso marcado há vários dias. Disse que não teria problema algum e fiquei sozinha com tia Viviane e Clarinha, aguardando a chegada do Francisco e do tio Pedro. Clarinha foi com a babá para o quarto, se trocar enquanto eu fiquei conversando com sua avó. Diego estava sentado em uma das cadeiras de madeira na varanda. A tia perguntou se ele desejava algo, contudo o homem respondeu que estava tudo bem e que se sentia melhor do lado de fora da casa.— Tia, estou feliz por voltar para casa. Eu senti falta de todos e principalmente da sua comida. Tia Áurea não pode ouvir eu falando assim, sabe como ela é ciumenta em relação a tudo.- Quando o Francisco veio até aqui e contou da sua visita, tratei de procurar os ingredientes para sua comida favorita. Não s