DiegoA reunião do presidente com o governador de São Paulo, demorou mais do que o previsto. Por uma parte, isso foi bom porque tive tempo suficiente para escolher o apartamento que Valentina ficaria. O senhor Leonardo deu carta-branca para escolher o que eu achasse mais seguro. Escolhi o lugar, conforme o antigo apartamento da garota. Envie para o advogado da família, a proposta da imobiliária e como todos os imóveis da família Martinez, as transações seriam feitas no total sigilo. Enquanto eu aguardava o almoço entre o presidente e aquele idiota do Mário finalizar, verificava as atualizações da compra através das mensagens enviadas diretamente a mim. A turma que fazia a segurança dos filhos do Presidente, informou-me que Valentina almoçou com Francisco e após o almoço saiu do restaurante com o merdinha que a garota chamava de namorado. Meu sexto sentido sempre alertou que existe algo de errado com aquele moleque e principalmente com a família dele de gente metida a besta que vomitav
DiegoEstava no hospital, aguardando o doutor Ricardo ter alta. Após ser informado do que deveria fazer a partir de agora, o presidente pediu que acompanhasse a primeira-dama até o hospital. Doutor Ricardo, conversava com o seu médico, sobre sua saúde e o repouso necessário. Recordo das palavras em seu escritório e da missão de cuidar da filha mais velha do presidente. Valentina era uma mulher tranquila, mesmo não gostando da segurança ao redor, jamais reclamou ou tratou qualquer funcionário mal. A questão para mim nesse momento é que não pensei que eu seria o escolhido para vigiar cada passo seu a partir de agora. Há anos que não aparecia nada relacionado ao passado do senhor Leonardo e a sua esposa. Justo agora que o novo mandato como presidente começa, aparece algo assim. Era como voltar ao passado, uma época em que Marcelo era vivo e comandava tudo de dentro da sua prisão luxuosa. Aguardava no corredor, pensativo em como faria a partir do momento que o presidente retornasse a Bras
ValentinaAo entrar em casa, dei de cara com meu avô na sala, todo falante e sorridente. Nem parecia que doutor Ricardo, esteve tão mal, dias atrás. Ao me ver entrar, abriu os braços para mim, claro que fui até meu avô amado sem pensar duas vezes. Vovó, Soraia, quis saber como foi o encontro com Natália, dizendo que organizaria um jantar entre as famílias, antes da volta dos meus pais para Brasília. Troquei olhares com mamãe, que disfarçou uma careta ao ouvir as palavras da sogra. Meu pai, agiu comigo, como se não tivesse brigado comigo no café da manhã. Todo amoroso, alegre e como eu conhecia o senhor Leonardo bem, sabia que ele contaria sobre sua decisão de encontrar um apartamento para que eu morasse sozinha e encheria de seguranças ao redor. Subi para o meu quarto, para deixar minha bolsa e tomar um banho para descer para o jantar. Meus irmãos ficaram na sala fazendo companhia aos meus avós e aos nossos pais. Fazia uma trança no cabelo, quando a porta se abriu e ao me virar, depar
DiegoAguardava a senhorita Valentina na sala do seu apartamento. Hoje seria a minha folga, entretanto houve mudança de planos, onde eu tenho que passar horas ao lado da filha do meu chefe. Valentina está finalizando a mudança. O sistema de segurança foi instalado em cada canto do apartamento da garota. Sensores de movimentos e câmera de vigilância em pontos estratégicos. Parado em frente a janela, observo o movimento de carros na rua, aquela hora do dia. Olhei o horário no relógio, passava das duas da tarde. Busquei a garota logo após o almoço, ouvindo instruções do presidente para não sair do lado da sua filha mais velha. Assim que ela verificasse a reforma do quarto principal, a levaria até Estrela Guia. Claro que iria aproveitar o trabalho e conversar com Pedro sobre um assunto em questão que ando desconfiando há vários dias.O barulho de passos, vindo do corredor, chama a minha atenção e viro-me encontrando Valentina parada detrás do sofá.— Precisa de algo?Questiono ao observar
ValentinaSegurava a torta com todo o cuidado do mundo, para que não se desmanchasse no caminho até a casa da tia Vivi. Diego, ao meu lado, está dirigindo devagar, para que eu não precise ficar toda dura sentada no banco do carro. Até que conversar com o segurança não é de todo ruim. Tudo bem que Diego, fica mais tempo calado que tudo, mas ao menos ele respondeu às minhas perguntas. Quem não gostou de saber que agora eu teria um segurança vinte e quatro horas por dia, foi Mateus, alegando que eu tenho um noivo que pode muito bem cuidar de mim. Mamãe não escondeu que gostou da decisão do meu pai e eu disse, que no começo achei estranho, porém Diego era o homem que meu pai confiava de olhos fechados e eu entendo que a partir de agora, a segurança dos filhos do doutor Leonardo seria prioridade.— Quando era pequena, lembro muito bem da época que a minha mãe voltou para São Paulo e eu ficava na casa da tia Vivi brincando com o Francisco, Ester e a Eduarda.Falo, como se Diego fosse alguém
Valentina— Como você voltou mais linda ainda — tia Viviane diz, ao sentar-se no sofá da sala. Ester teve que sair para resolver um assunto particular. Pediu desculpas por não estar presente durante o jantar, contudo avisou que era um compromisso marcado há vários dias. Disse que não teria problema algum e fiquei sozinha com tia Viviane e Clarinha, aguardando a chegada do Francisco e do tio Pedro. Clarinha foi com a babá para o quarto, se trocar enquanto eu fiquei conversando com sua avó. Diego estava sentado em uma das cadeiras de madeira na varanda. A tia perguntou se ele desejava algo, contudo o homem respondeu que estava tudo bem e que se sentia melhor do lado de fora da casa.— Tia, estou feliz por voltar para casa. Eu senti falta de todos e principalmente da sua comida. Tia Áurea não pode ouvir eu falando assim, sabe como ela é ciumenta em relação a tudo.- Quando o Francisco veio até aqui e contou da sua visita, tratei de procurar os ingredientes para sua comida favorita. Não s
DiegoTrinta minutos se passaram desde o momento que Valentina e Francisco saíram para um passeio pela comunidade. Eu contava cada minuto no relógio, me sentindo incomodado com essa demora. Mesmo a visita sendo de grande utilidade para mim, tive a oportunidade de falar com Pedro, ainda assim toda essa demora estava me deixando nervoso. Olhava para a rua à frente, esperando a volta dos três.— Diego, então o doutor volta para Brasília essa semana?Pedro me tira do transe em que eu me encontrava, observando a todo momento a volta da garota.— Sim! O senhor e a senhora retornam para Brasília enquanto a filha vai se mudar em definitivo na próxima semana.Respondo não querendo demonstrar impaciência.— Isso é bom, pois andei ouvindo boatos que Larissa quer de alguma forma, colocar Leonardo em uma situação complicada, usando a desculpa do antigo governador de São Paulo com a questão da saúde e educação.Pedro diz e eu fico sem entender onde o homem quer chegar.— O doutor não tem que se pre
Valentina— Mamãe, acabei de pedir que levem a última caixa com os meus livros.Estava no meu quarto com mamãe sentada em minha cama, observando os últimos ajustes da minha mudança. Meus pais iriam viajar para Brasília depois do jantar e eu me mudaria para o apartamento no dia seguinte. Todas as minhas coisas estavam no meu apartamento, faltando apenas uma mala menor com algumas roupas que eu costumo usar em casa.— Perfeito meu amor! Conversei com os seus irmãos, disse que se precisarem de qualquer coisa, que falem contigo e me avisem. Estou achando sua irmã um pouco distraída, notei Sofia estranha no café da manhã, perguntei se estava acontecendo algo, mas ela respondeu que era a faculdade.Minha mãe diz, batendo no colchão para que eu me sentasse ao seu lado. Deixei o vestido em cima da cadeira e fui me sentar ao seu lado.— Vou sentir sua falta, meu amor — minha mãe diz, tocando meus cabelos com carinho. Eu era mais parecida fisicamente com ela, apesar de ter o sorriso do meu pai.