Ao entrarem no restaurante, Jacob transformou cada gesto em um ritual de elegância e atenção. Caminhava ao lado de Larissa com uma postura impecável, seus olhos atentos a cada movimento dela, como se quisesse guardar cada instante na memória. Assim que chegaram à mesa, ele puxou delicadamente a cadeira para que ela se sentasse e, com um sorriso discreto, lhe ofereceu o cardápio, seus dedos roçando levemente os dela no processo — um toque quase imperceptível, mas que fez o coração de Larissa bater um pouco mais rápido.Ela agradeceu com um sorriso tímido, e enquanto folheava o cardápio, tentando se concentrar entre entradas e pratos principais, sentia o olhar dele pousado sobre si. Jacob a observava com uma doçura contida, como quem admira algo raro, especial. Seus lábios desenhavam um leve sorriso no canto da boca — um sorriso que não era proposital, era instintivo, nascido da satisfação genuína de estar ali com ela.Logo o garçom se aproximou, os pedidos foram feitos, e quando ficara
Depois que Jacob pagou a conta, eles saíram do restaurante. A brisa noturna soprou suave contra o rosto de Larissa, fazendo seus cabelos cacheados dançarem no ar. Jacob, num gesto automático e protetor, abriu a porta do carro para ela e depois contornou o veículo para assumir o volante.No silêncio inicial do trajeto, tocava uma música suave, envolvente. Um jazz instrumental que preenchia o ar com uma atmosfera íntima. Larissa olhava pela janela, mas sentia o olhar dele se voltar para ela vez ou outra. Ela também o observava pelo canto dos olhos — as mãos firmes no volante, a mandíbula forte e relaxada, o cheiro discreto de um perfume amadeirado que misturava charme e mistério.Foi então que Jacob, sem tirar os olhos da estrada, perguntou:— Está tudo bem aí? Ficou quieta de repente...Larissa sorriu, virando-se lentamente para ele.— Estou bem... só estou tentando entender como tudo mudou tão rápido... E agora estou aqui, com você, me sentindo… viva.Jacob olhou para ela, dessa vez s
Enquanto Jacob conduzia o carro pelas ruas silenciosas da cidade, a imagem de Larissa ainda dançava em sua mente — o balanço gracioso do vestido, o sorriso tímido, o calor do toque... Ele sentia o volante sob as mãos e os pensamentos acelerados, como se cada curva o aproximasse não só de casa, mas de algo novo e eletrizante. Foi então que seu celular vibrou contra o painel. O brilho da tela mostrou o nome de sua mãe: Barbara Lauder. Seu coração deu um leve pulo: já passava da meia‑noite, e ela jamais ligava tão tarde. Um pressentimento frio o atingiu. No terceiro toque, ele atendeu, a voz guardando um traço de preocupação. — Oi, mãe! — disse, tentando soar casual. — Aconteceu alguma coisa? Do outro lado da linha, Barbara soava incomum: firme, quase impaciente. — Oi, querido. — Ela fez uma pausa antes de continuar, como quem ensaia cada palavra. — Precisamos conversar. Você poderia almoçar comigo amanhã? Há assuntos importantes… Jacob apertou os dedos contra o volante, preocupado
O céu já tingia-se de tons púrpura quando Jacob estacionou o carro em frente ao restaurante reservado para executivos. Aquele jantar não fazia parte de seus planos pessoais — tratava‑se de uma etapa crucial na consolidação da parceria com os Cokx e outros diretores da Imperium Beauty. Mesmo relutante, ele sabia que precisava estar ali. Ao entrar, foi recebido por olhares formais: Martins Cokx, seu pai; Isabela, a filha obstinada; David Moretti e Nolan Matos, diretores‑executivos da agência de propaganda. Jacob apertou a mão de cada um, oferecendo um sorriso contido, e se acomodou à mesa oval, da qual partiam taças de cristal e sousplats prateados. Logo, a conversa tomou o curso esperado: apresentações de números de vendas, debates sobre a seleção de modelos para a próxima campanha e especulações sobre o retorno de investimento. Martins ofereceu um gole de vinho tinto a Jacob, que agradeceu sem perder muito o foco. Internamente, porém, a mente de Jacob divagava em outra direção — par
O céu pintava-se de dourado quando Jacob estacionou o carro ao lado da trilha que levava ao mirante do Parque Florestal. Havia algo de mágico naquele entardecer: o ar fresco trazia cheiros de terra e folhas, e o canto distante dos pássaros criava uma trilha sonora suave. Larissa desceu do carro, ajeitando a calça jeans justa e a blusa de tricô que delineava suas curvas com simplicidade elegante. Os fios ruivos do cabelo refletiam os últimos raios de sol como candelas acesas.— Está linda — disse Jacob, com um sorriso contido, mas sincero.Ela ergueu o olhar, as bochechas rosadas.— Obrigada… o lugar é perfeito.Ele ofereceu o braço, e ela entrelaçou o dela, sentindo nos dedos a firmeza acolhedora. Começaram a caminhar pela trilha de terra batida, imóveis apenas para permitir que o momento se enraizasse.— Eu sempre gostei de parques — confessou Larissa, a voz suave enchendo o ar de nostalgia. — Mas há tanto tempo não vinha a um que quase esqueci como era respirar assim…Jacob parou p
Depois de deixar Larissa em casa, Jacob estacionou em frente à cafeteria discreta e de vitrine iluminada, entrou e avistou Roberto sentado em uma das mesas altas, já folheando umas pastas. A luz quente do interior contrastava com o frio da noite lá fora. Quando Jacob se aproximou, Roberto levantou os olhos, ajeitou os óculos e ofereceu-lhe um sorriso contido.— Boa noite, Jacob — saudou o detetive, fechando a pasta com um leve estalar. — Tenho duas notícias para você.Jacob franziu o cenho e rebateu, sem disfarçar a gravidade:— Pelo visto, as duas são péssimas.Roberto inclinou a cabeça, confirmando:— Sim. Vim aqui antes de reportar qualquer coisa à sua mãe, como você pediu. Quero ter sua orientação sobre o que devo dizer a ela primeiro.Jacob se acomodou na cadeira em frente e perguntou, frio:— Primeiro: o que minha mãe queria exatamente?— Ela está convencida de que seu pai está a traindo novamente — respondeu Roberto, pousando as mãos sobre a mesa.O silêncio pairou por um insta
O sol mal havia se levantado quando Larissa despertou naquela manhã de domingo. Mesmo com o coração em festa pelo piquenique encantador com Jacob, havia algo ainda mais especial naquele dia: ele disse que tinha um pedido especial para aquela noite.Larissa se pegou várias vezes olhando para o celular, esperando alguma mensagem. O tempo parecia mais lento naquele dia. Após o almoço, quando finalmente decidiu descansar um pouco no sofá, o telefone tocou.— Alô? — disse ela, erguendo-se.Do outro lado da linha, a voz serena de Willian a surpreendeu.— Boa tarde, Larissa. Desculpe incomodá-la no domingo, mas... eu gostaria de vê-la, se estiver disponível. Que tal um café hoje à tarde?Ela sorriu, genuinamente feliz com o convite inesperado.— Claro, senhor Willian. Vai ser um prazer. Nos encontramos na mesma cafeteria?— Sim, às quatro. Estarei lá esperando.O céu já ganhava tons dourados quando Larissa chegou à cafeteria. Willian a esperava em uma mesa externa, com uma xícara de chá e um
O vento soprou suavemente, bagunçando os cabelos ruivos de Larissa Wolverie enquanto ela observava o horizonte da janela de seu pequeno apartamento. Seus olhos verdes, vivos como esmeraldas, carregavam o peso de muitos segredos e dores. Ainda jovem, aos 22 anos, Larissa já havia experimentado o tipo de sofrimento que muitos só enfrentam em uma vida inteira.Ela era o tipo de mulher que chamava atenção onde quer que passasse – não apenas pela beleza incomum, mas pela força silenciosa que exalava de seus gestos, de seu olhar firme e da forma como enfrentava o mundo. Mas por trás da postura determinada havia uma história marcada por perdas, dúvidas e uma promessa de recomeço.Cinco anos antes, sua vida desmoronou de forma brutal.Ela tinha apenas 17 anos quando encontrou o corpo de seu pai. Um tiro na cabeça. Sangue no chão. Silêncio. Até hoje ela não sabia ao certo o que havia acontecido. Teria sido suicídio? Ou alguém o matou? A polícia encerrou o caso com rapidez, sem respostas. Apena