Laura entrou na empresa segurando uma sacola elegante de uma das melhores casas de refeições da cidade. Caminhava com segurança, um sorriso discreto nos lábios e a cabeça erguida. Os funcionários trocavam olhares entre si — alguns curiosos, outros desconfiados. Ao chegar à sala de Andrew, não se deu ao trabalho de esperar a secretária anunciá-la; simplesmente entrou."Andrew, trouxe o seu almoço. Sei que você anda trabalhando muito e precisa se alimentar bem."Ele ergueu os olhos dos documentos, ligeiramente surpreso. "Obrigado, Laura, mas eu poderia ter pedido algo.""Sei disso, mas quero cuidar de você," ela sorriu, se aproximando e colocando a sacola na mesa. "E tem mais uma coisa. Hoje é o ultrassom do bebê. Achei que você poderia vir comigo."Andrew hesitou. Havia algo nele que ainda não se sentia completamente à vontade, mas a ideia de ver o filho pela primeira vez o fez assentir. "Claro, eu vou."Laura sorriu satisfeita, sentando-se na poltrona à frente. "Tenho certeza de que v
Callie sentia seu corpo estremecer. O escritório da família Jones parecia girar ao seu redor, as vozes ao fundo se misturavam, tornando-se apenas um ruído distante e indistinto. Ela tentou puxar o ar, mas seus pulmões pareciam se recusar a trabalhar corretamente. O peito apertava, e suas mãos tremiam tanto que ela precisou se sentar no primeiro banco que encontrou.Seu coração estava disparado.Ela não sabia dizer exatamente o que a levou a esse estado. Talvez a pressão constante, os olhares de julgamento, a necessidade de sempre ser perfeita. Tudo parecia se acumular dentro dela como uma bomba-relógio prestes a explodir. E, naquele momento, explodiu.Foi assim que Ethan a encontrou.Ele vinha pelo corredor, distraído com uma notificação no celular, quando seus olhos captaram a figura de Callie sentada no banco, com as mãos na cabeça. Algo dentro dele se alertou imediatamente. Aquilo não era normal. Callie, a mulher sempre tão controlada e afiada, parecia... frágil.“Callie!” Ele se a
A reunião com os acionistas na empresa dos Miller foi tensa, mas produtiva. Andrew voltou a participar ativamente das decisões estratégicas, mostrando que sua volta aos negócios era definitiva. Bridget, por outro lado, demonstrava sua própria competência e confiança, apesar de tudo que estava acontecendo ao seu redor.A verdadeira prova de fogo, no entanto, viria no evento de caridade promovido pelos Miller: um grande leilão beneficente, reunindo a elite empresarial e social. Bridget não queria ir, mas sabia que sua presença era necessária, não apenas por questões de aparência, mas também porque sua livraria estava entre os beneficiados pelo evento.Vestida elegantemente em um vestido preto de alças finas, ela entrou no luxuoso salão do hotel onde a festa acontecia. Ao seu lado, Camila e Vitória eram seus suportes, garantindo que ela não estivesse sozinha em uma noite que prometia ser repleta de surpresas.E a primeira grande surpresa aconteceu quando Andrew, no palco principal, chamo
Agnes estava possessa. As manchetes dos jornais e portais de fofoca estampavam escândalos envolvendo o nome da família Jones e dos Millers, e tudo graças a Andrew. Ele havia sido estúpido ao anunciar o noivado com Laura antes mesmo de finalizar o divórcio com Bridget. O mercado reagiu de forma negativa, e as ações da empresa estavam despencando.Ela respirou fundo, cruzando os braços ao encarar a tela do computador. "Isso precisa parar agora." Agnes sabia que, se não tomasse alguma atitude, os estragos poderiam ser irreparáveis.No luxuoso escritório da sede da empresa, Agnes massageava as têmporas enquanto lia as últimas atualizações financeiras. Se aquilo continuasse, os prejuízos poderiam ser irreparáveis. Ela pegou o telefone e discou para seu assessor de imprensa."Eu quero que você neutralize essas manchetes imediatamente", ordenou. "Divulgue qualquer outra coisa que desperte a atenção do público. Novos investimentos, filantropia, projetos sustentáveis... use os contatos certos
O sábado amanheceu carregada de expectativa. Enquanto alguns personagens se preparavam para momentos decisivos, outros simplesmente buscavam uma pausa da turbulência. Mas, como sempre, o destino adorava brincar com todos.Vitória estava animada para o terceiro encontro com Marcos, mesmo que uma pontinha de nervosismo insistisse em cutucar sua confiança. Depois do desastre (ou do sucesso?) no parque com os patins, ele a convidou para um jantar descontraído em um restaurante com música ao vivo.“Dessa vez, sem patins,” ele brincou ao encontrá-la na entrada.Vitória riu, sentindo as bochechas corarem. “Sim, obrigada. Mas se quiser uma dose de adrenalina, podemos apostar corrida de colheres com sorvete.”Marcos arqueou a sobrancelha, entrando no clima. “Isso parece muito perigoso. Eu aceito o desafio.”Eles passaram a noite entre risadas e trocas de olhares cada vez mais profundos. Vitória sentia algo novo e inesperado tomando conta de si. E, pela forma como Marcos a olhava, parecia que e
Bridget havia decidido passar a noite na mansão dos Jones após uma intensa discussão com Andrew. O cansaço emocional a impediu de voltar para casa, e seu pai insistiu para que ela ficasse. A casa estava silenciosa naquela noite, mas ela não conseguia dormir. Algo dentro dela a fazia sentir que havia algo errado. Com um livro na mão, ela decidiu descer para pegar um chá na cozinha. Foi quando escutou uma voz abafada vindo do escritório de Agnes.Curiosa, Bridget se aproximou com passos leves, encostando-se na porta entreaberta. O tom frio e calculista da mulher fez um arrepio percorrer sua espinha."Jhonatan, você está me perguntando se tenho certeza? É claro que sim! Me livrei de Melinda sem deixar rastros. Fiz parecer que ela era completamente instável, e foi fácil manipular Taylor para interná-la naquela clínica psiquiátrica. Mas sabe o que é ainda melhor? A morte dela foi declarada oficialmente. Agora, mesmo que alguém descubra, não haverá provas de que ela ainda está viva, e ningué
Mais tarde naquele dia Bridget entrou em sua casa e fechou a porta atrás de si, sentindo um peso esmagador nos ombros. A mansão, que um dia pertenceu à sua mãe, agora era sua. Mas, em vez de se sentir em casa, tudo ali parecia um lembrete de tudo que ela perdeu. O cheiro dos móveis antigos, as fotos penduradas nas paredes, o som distante da cozinha onde Cida, sua empregada e segunda mãe, organizava tudo antes de se retirar para a noite.Suspirando, Bridget caminhou lentamente até o escritório onde Andrew costumava escrever. O cômodo ainda carregava a essência dele, como se ele estivesse ali, em algum lugar entre as páginas inacabadas de seus manuscritos. Ela deslizou os dedos pela mesa de madeira, lembrando-se das vezes em que se sentava ali enquanto ele escrevia, perdido em seus mundos fictícios.Ela queria odiá-lo. Depois de tudo o que aconteceu, depois de todas as humilhações, queria apagar cada memória. Mas seu coração não colaborava. Era um traidor cruel.Com um nó na garganta, B
Bridget riu, finalmente sentindo a tensão diminuir um pouco. Ter as amigas ali fazia tudo parecer menos pesado, menos sufocante.Mas o alívio durou pouco. Seu celular vibrou na mesa de centro. Ao pegá-lo, viu uma mensagem anônima:"Cuidado com o que você descobre, Nem toda verdade deve ser revelada."Seu coração disparou. O que isso significava? Quem poderia estar mandando essa mensagem?O clima leve do café da manhã desapareceu. E Bridget soube, naquele momento, que sua ressaca era a menor das suas preocupações.Camila percebeu a mudança na expressão de Bridget e se inclinou para espiar a tela do celular. "Que porra é essa?"Vitória pegou o telefone da mão de Bridget sem cerimônia e leu a mensagem em voz alta. "Isso tem cara de ameaça. E não de uma ameaça qualquer."Bridget sentiu um arrepio na espinha. "Será que tem a ver com minha mãe? Com tudo que descobri sobre Agnes?"Camila cruzou os braços, pensativa. "Se tem, então você precisa tomar muito cuidado. Essa mulher já destruiu vid