O sábado amanheceu carregada de expectativa. Enquanto alguns personagens se preparavam para momentos decisivos, outros simplesmente buscavam uma pausa da turbulência. Mas, como sempre, o destino adorava brincar com todos.Vitória estava animada para o terceiro encontro com Marcos, mesmo que uma pontinha de nervosismo insistisse em cutucar sua confiança. Depois do desastre (ou do sucesso?) no parque com os patins, ele a convidou para um jantar descontraído em um restaurante com música ao vivo.“Dessa vez, sem patins,” ele brincou ao encontrá-la na entrada.Vitória riu, sentindo as bochechas corarem. “Sim, obrigada. Mas se quiser uma dose de adrenalina, podemos apostar corrida de colheres com sorvete.”Marcos arqueou a sobrancelha, entrando no clima. “Isso parece muito perigoso. Eu aceito o desafio.”Eles passaram a noite entre risadas e trocas de olhares cada vez mais profundos. Vitória sentia algo novo e inesperado tomando conta de si. E, pela forma como Marcos a olhava, parecia que e
Bridget havia decidido passar a noite na mansão dos Jones após uma intensa discussão com Andrew. O cansaço emocional a impediu de voltar para casa, e seu pai insistiu para que ela ficasse. A casa estava silenciosa naquela noite, mas ela não conseguia dormir. Algo dentro dela a fazia sentir que havia algo errado. Com um livro na mão, ela decidiu descer para pegar um chá na cozinha. Foi quando escutou uma voz abafada vindo do escritório de Agnes.Curiosa, Bridget se aproximou com passos leves, encostando-se na porta entreaberta. O tom frio e calculista da mulher fez um arrepio percorrer sua espinha."Jhonatan, você está me perguntando se tenho certeza? É claro que sim! Me livrei de Melinda sem deixar rastros. Fiz parecer que ela era completamente instável, e foi fácil manipular Taylor para interná-la naquela clínica psiquiátrica. Mas sabe o que é ainda melhor? A morte dela foi declarada oficialmente. Agora, mesmo que alguém descubra, não haverá provas de que ela ainda está viva, e ningué
Mais tarde naquele dia Bridget entrou em sua casa e fechou a porta atrás de si, sentindo um peso esmagador nos ombros. A mansão, que um dia pertenceu à sua mãe, agora era sua. Mas, em vez de se sentir em casa, tudo ali parecia um lembrete de tudo que ela perdeu. O cheiro dos móveis antigos, as fotos penduradas nas paredes, o som distante da cozinha onde Cida, sua empregada e segunda mãe, organizava tudo antes de se retirar para a noite.Suspirando, Bridget caminhou lentamente até o escritório onde Andrew costumava escrever. O cômodo ainda carregava a essência dele, como se ele estivesse ali, em algum lugar entre as páginas inacabadas de seus manuscritos. Ela deslizou os dedos pela mesa de madeira, lembrando-se das vezes em que se sentava ali enquanto ele escrevia, perdido em seus mundos fictícios.Ela queria odiá-lo. Depois de tudo o que aconteceu, depois de todas as humilhações, queria apagar cada memória. Mas seu coração não colaborava. Era um traidor cruel.Com um nó na garganta, B
Bridget riu, finalmente sentindo a tensão diminuir um pouco. Ter as amigas ali fazia tudo parecer menos pesado, menos sufocante.Mas o alívio durou pouco. Seu celular vibrou na mesa de centro. Ao pegá-lo, viu uma mensagem anônima:"Cuidado com o que você descobre, Nem toda verdade deve ser revelada."Seu coração disparou. O que isso significava? Quem poderia estar mandando essa mensagem?O clima leve do café da manhã desapareceu. E Bridget soube, naquele momento, que sua ressaca era a menor das suas preocupações.Camila percebeu a mudança na expressão de Bridget e se inclinou para espiar a tela do celular. "Que porra é essa?"Vitória pegou o telefone da mão de Bridget sem cerimônia e leu a mensagem em voz alta. "Isso tem cara de ameaça. E não de uma ameaça qualquer."Bridget sentiu um arrepio na espinha. "Será que tem a ver com minha mãe? Com tudo que descobri sobre Agnes?"Camila cruzou os braços, pensativa. "Se tem, então você precisa tomar muito cuidado. Essa mulher já destruiu vid
A estrada parecia infinita. As luzes da cidade ficaram para trás enquanto o carro avançava por uma rodovia deserta. Bridget sentia o coração pulsar na garganta, as mãos suadas em cima das pernas.Ninguém falava. Taylor mantinha o olhar fixo na estrada, seus dedos apertando o volante com força. Ethan, no banco de trás, observava Bridget com preocupação, mas respeitou o silêncio dela."Quanto tempo até chegarmos?" Bridget quebrou o silêncio, sua voz soando mais firme do que se sentia por dentro."Meia hora, no máximo," Taylor respondeu sem desviar os olhos da pista. "Mas antes de chegarmos lá, você precisa estar preparada. Não sabemos em que estado sua mãe está."Bridget respirou fundo. A possibilidade de ver sua mãe viva era um choque imenso, mas ainda maior era a fúria de saber que Agnes havia roubado esse direito dela."Ela sabe que estamos indo?"Taylor hesitou antes de responder. "Não. Mas duvido que essa informação demore a chegar até ela."Ethan se inclinou para frente. "Você ach
Bridget sentiu o ar frio da noite contra sua pele enquanto Andrew a segurava firme. Seu corpo ainda tremia pelo choque do acidente e pelo terror de estar tão perto da morte. Mas não havia tempo para se recuperar. Eles precisavam sair dali."Taylor!" Andrew correu até o motorista desacordado, verificando sua pulsação. "Ele está vivo, mas precisamos tirá-lo daqui agora!"Ethan gemeu baixinho e tentou se mexer no banco de trás. Seus olhos piscaram algumas vezes antes de se arregalar de dor."O que… o que aconteceu?" Sua voz estava rouca."Fomos atacados," Bridget respondeu rapidamente. "Você consegue se mexer?"Ethan tentou se erguer, mas praguejou quando uma dor aguda percorreu seu corpo."Consegue ou não?" Andrew insistiu, impaciente.Ethan respirou fundo e assentiu, mesmo que seu rosto denunciasse o quanto estava sofrendo. "Vou ter que conseguir."Andrew ajudou Bridget a se afastar dos destroços enquanto tentava abrir a porta traseira do carro tombado. Com um empurrão forte, a porta f
Bridget, Andrew e Ethan saíram do hospital sem trocar mais palavras. O ar frio da noite parecia mais denso, carregado de uma tensão que nenhum deles ousava mencionar. Andrew caminhava com passos firmes, seu olhar escaneando os arredores, sempre atento. Mesmo sem memória, ele agia como alguém que já conhecia o perigo de perto. Ele sempre teve senso de justiça e quando viu que Bridget saiu com Taylor e Ethan no carro resolveu ir atrás para ver se ajudava em alguma coisa.O local do encontro ficava em uma parte isolada da cidade, um armazém abandonado no final de uma rua mal iluminada. Taylor teria odiado aquele plano, mas ele não estava ali para impedir."Tem certeza de que podemos confiar nesse cara?" Ethan perguntou, olhando para Andrew.Andrew assentiu. "Ele trabalha para Agnes, mas não por vontade própria. Ele quer sair dessa, e nos ajudar é a única forma de garantir que não seja o próximo alvo dela."Bridget manteve os olhos fixos na estrada. A ideia de encontrar alguém ligado àque
A notícia da festa se espalhou rápido, e logo a mansão de Andrew estava sendo preparada para o evento. O ambiente luxuoso era decorado com luzes suaves,as luzes refletindo na piscina e nos vidros das grandes janelas, mesas refinadas e um bar abastecido. Bridget observava tudo de braços cruzados, sentindo uma mistura de ansiedade e expectativa. A festa havia sido ideia dele, um evento para reunir amigos e familiares sob o pretexto de celebrar a vida, mas Bridget sabia que havia mais por trás disso. Andrew queria observar, queria entender quem era de confiança e quem escondia segredos. E, principalmente, queria testar suas próprias lembranças.Bridget entrou no salão, sentindo o peso do ambiente. As risadas e o som baixo da música jazz criavam uma atmosfera descontraída, mas a tensão nos ombros dela era inegável. Ethan estava ao seu lado, sempre atento, e Taylor, ainda se recuperando, fazia questão de marcar presença, mesmo com um copo de água em vez de algo mais forte.Então, os olhos d