Bridget estava sentada no balcão da livraria, olhando para o celular com ansiedade. Ela havia enviado uma mensagem para Andrew na noite anterior, mas ainda não tinha recebido resposta. Seu coração deu um salto quando finalmente o aparelho vibrou.Andrew: "Desculpe a demora para responder. Minha viagem está uma loucura. Mas estou bem. Você está bem? Senti sua falta."Bridget sorriu levemente, mas antes que pudesse responder, sentiu uma tontura repentina. O ambiente ao seu redor girou, e ela perdeu o equilíbrio. Quando estava prestes a cair, braços firmes a seguraram.— Cuidado! — a voz carregada de um sotaque britânico soou perto de seu ouvido.Ela piscou algumas vezes, tentando focar. Maxwell Lancaster, o renomado escritor best-seller, segurava seus braços com firmeza. Seus olhos azuis a analisavam com preocupação.— Bridget, você está bem? Parece pálida — ele disse, ajudando-a a se equilibrar.Ela tentou rir para disfarçar o embaraço.— Estou bem, só um pouco tonta. Talvez seja a fal
Bridget saiu do quarto de hospital com o coração despedaçado. As palavras de Andrew ainda ecoavam em sua mente. Ele não se lembrava dela. Pior: achava que amava Laura. Como aquilo era possível? Como Laura conseguia sempre manipular a situação a favor dela?Com os olhos marejados, Bridget caminhou sem rumo pelos corredores do hospital até encontrar um banco no saguão. Sentou-se e passou as mãos pelo rosto, tentando conter as lágrimas. Vitória e Camila chegaram pouco depois, apressadas.— Amiga! O que aconteceu? Você está branca! — exclamou Camila, segurando sua mão.Bridget respirou fundo, tentando organizar os pensamentos antes de responder.— Ele acordou — disse, com a voz trêmula. — Mas não se lembra de mim... E acha que ama a Laura.Vitória arregalou os olhos.— O quê? Isso não faz sentido! Como ele pode esquecer você e lembrar dela? Será que a pancada na cabeça bagunçou as memórias dele?Bridget assentiu, ainda tentando processar tudo.— O médico disse que a amnésia pode ser tempo
Bridget saiu do hospital com o coração em pedaços. A humilhação de Andrew ainda ecoava em sua mente. Ele não só a mandou embora como deixou claro que não queria vê-la novamente. Laura venceu. Pelo menos por enquanto.Camila e Vitória estavam esperando do lado de fora e viram Bridget sair com o rosto pálido e os olhos marejados.— Amiga... — Vitória começou, mas Bridget levantou a mão.— Eu não quero falar sobre isso agora — disse ela, a voz embargada. — Só quero ir para casa.Camila e Vitória trocaram um olhar preocupado, mas respeitaram. Entraram no carro e seguiram para o hotel com Bridget em silêncio. Quando chegaram, Bridget jogou a bolsa no sofá e respirou fundo, tentando conter o turbilhão de emoções dentro dela.— Eu juro que se eu ver aquela cobra da Laura na minha frente, eu arranco cada fio de cabelo daquela cabeça falsa dela! — Camila explodiu, quebrando o silêncio.Bridget riu, mesmo que sem vontade.— Eu realmente achei que ele tivesse me chamado porque estava começando a
Bridget saiu do hospital sentindo o peito arder de dor e revolta. O tapa que deu em Laura não foi suficiente para aliviar sua frustração. O olhar de desprezo de Andrew, sua frieza ao defendê-la, e, principalmente, o pedido de divórcio, tudo ecoava em sua mente como um pesadelo do qual ela não conseguia acordar.As lágrimas desciam por seu rosto enquanto caminhava sem rumo pelas ruas da cidade. Vitória e Camila tentavam acompanhá-la, chamando seu nome, mas Bridget estava perdida em sua dor.— Bridget, para! — Vitória segurou seu braço, forçando-a a parar. — Você não pode sair vagando por aí assim! Você está machucada, emocionalmente destruída. Vamos para casa, tomar um banho, comer algo e respirar.— Ele pediu o divórcio, Vitória. — A voz de Bridget saiu falha, carregada de dor. — Ele não se lembra de mim, mas lembra dela. Ele me odeia! Como isso é possível? Como tudo desmoronou tão rápido?Camila segurou seu outro braço, os olhos brilhando de raiva.— Isso tudo tem o dedo daquela cobr
Elizabeth entrou no quarto de hospital com passos firmes, segurando um pequeno arranjo de flores. Seu olhar pousou sobre Andrew, que parecia pálido e abatido na cama. O coração da mulher apertou. Seu filho, seu menino, estava ali, vulnerável, e ela precisava estar ao lado dele.— Meu filho... — Elizabeth murmurou, aproximando-se e tocando suavemente a mão dele.Andrew abriu os olhos, um pequeno sorriso cansado se formou em seus lábios.— Mãe...— Como você está se sentindo, querido? — perguntou ela, sentando-se na cadeira ao lado da cama.— Confuso... com dores de cabeça... e com a sensação de que minha vida virou de pernas para o ar — ele suspirou, passando a mão pelo rosto.Elizabeth apertou levemente sua mão.— Isso vai passar, Andrew. Eu estou aqui para você.Laura, que estava sentada a um canto do quarto, remexeu-se na cadeira. Quando o perfume de Elizabeth chegou até ela, uma expressão de incômodo tomou seu rosto. De repente, sentiu um forte enjoo, levando a mão ao estômago.— L
Andrew sentia o corpo mais leve ao sair do hospital, mas sua mente ainda estava um turbilhão. O médico lhe entregou o relatório de sua condição e explicou pacientemente:— Senhor Miller, sua amnésia pode ser classificada como dissociativa, causada por um trauma emocional significativo. Isso significa que, dependendo da forma como seu cérebro processa esse trauma, suas memórias podem voltar em dias, meses ou até anos. Há também a possibilidade de amnésia retrógrada prolongada, na qual memórias passadas ficam inacessíveis por um longo período.Andrew franziu a testa, tentando processar tudo aquilo.— Mas há alguma maneira de acelerar esse processo? Terapia, talvez?O médico assentiu.— Sim, a terapia pode ajudar bastante. A convivência com pessoas significativas do seu passado também pode auxiliar na recuperação. Entretanto, forçar memórias pode gerar ainda mais confusão e frustração. O ideal é deixar seu cérebro trabalhar no seu próprio tempo.Laura, que estava ao seu lado, segurou sua
Em seu escritório, Andrew escrevia mais um capítulo de seu romance. Afinal, era assim que mantinha sua vida, sem o estresse de negócios. Enquanto escrevia, ele notou através de sua grande janela uma jovem encantadora. O que Andrew não sabia era que seu destino iria se traçar ao dela. Ele ficou fascinado com o jeito dela, a forma como andava, o jeito que se movia enquanto cuidava do pequeno jardim.— Preciso descobrir quem é essa mulher — pensava ele.No momento do devaneio, ele nem notou que seu amigo e braço direito, Marcos, bateu na porta. Havia um bom tempo que Marcos o chamava.— E aí, amigão, notei que anda bem distraído hoje. Ah, pelo visto já viu a neta abastada de Sandro Jones. A garota se mudou há poucas semanas, depois de um longo tempo morando no exterior.Ainda em seus devaneios, Andrew achava aquela moça muito familiar, como se já a conhecesse de outra vida.— Bom, me poupou o tempo de investigação, Marcos. Você sempre atento às últimas fofocas.— Não, também não é assim.
Bridget aproveitava uma linda tarde de verão para admirar o jardim. Aquele espaço era mais do que um refúgio; era um lugar cheio de memórias. Durante anos, ela e sua mãe, Melinda, haviam cuidado daquelas flores juntas. Na época, Bridget não fazia ideia dos segredos obscuros que rondavam sua família, segredos que se conectavam diretamente ao comportamento de seu pai. Por causa dele e de sua amante, Agnes, ela e sua mãe enfrentaram anos de sofrimento.Agnes, com suas constantes tramoias, acabou sendo responsável pelo colapso emocional e físico de Melinda. Sua mãe não resistiu às pressões e faleceu, deixando Bridget devastada. No momento em que Melinda partiu, Bridget jurou por sua vida que se vingaria de todos aqueles que desacreditaram de sua mãe, especialmente de Agnes, a maior vilã de toda a sua história.Após a morte de Melinda, Bridget enfrentou maus-tratos constantes na casa dos Jones. Tratada como menos do que uma empregada, sua única salvação foi sua avó, Nívea, que decidiu envi