Bridget saiu do hospital com o coração em pedaços. A humilhação de Andrew ainda ecoava em sua mente. Ele não só a mandou embora como deixou claro que não queria vê-la novamente. Laura venceu. Pelo menos por enquanto.Camila e Vitória estavam esperando do lado de fora e viram Bridget sair com o rosto pálido e os olhos marejados.— Amiga... — Vitória começou, mas Bridget levantou a mão.— Eu não quero falar sobre isso agora — disse ela, a voz embargada. — Só quero ir para casa.Camila e Vitória trocaram um olhar preocupado, mas respeitaram. Entraram no carro e seguiram para o hotel com Bridget em silêncio. Quando chegaram, Bridget jogou a bolsa no sofá e respirou fundo, tentando conter o turbilhão de emoções dentro dela.— Eu juro que se eu ver aquela cobra da Laura na minha frente, eu arranco cada fio de cabelo daquela cabeça falsa dela! — Camila explodiu, quebrando o silêncio.Bridget riu, mesmo que sem vontade.— Eu realmente achei que ele tivesse me chamado porque estava começando a
Bridget saiu do hospital sentindo o peito arder de dor e revolta. O tapa que deu em Laura não foi suficiente para aliviar sua frustração. O olhar de desprezo de Andrew, sua frieza ao defendê-la, e, principalmente, o pedido de divórcio, tudo ecoava em sua mente como um pesadelo do qual ela não conseguia acordar.As lágrimas desciam por seu rosto enquanto caminhava sem rumo pelas ruas da cidade. Vitória e Camila tentavam acompanhá-la, chamando seu nome, mas Bridget estava perdida em sua dor.— Bridget, para! — Vitória segurou seu braço, forçando-a a parar. — Você não pode sair vagando por aí assim! Você está machucada, emocionalmente destruída. Vamos para casa, tomar um banho, comer algo e respirar.— Ele pediu o divórcio, Vitória. — A voz de Bridget saiu falha, carregada de dor. — Ele não se lembra de mim, mas lembra dela. Ele me odeia! Como isso é possível? Como tudo desmoronou tão rápido?Camila segurou seu outro braço, os olhos brilhando de raiva.— Isso tudo tem o dedo daquela cobr
Elizabeth entrou no quarto de hospital com passos firmes, segurando um pequeno arranjo de flores. Seu olhar pousou sobre Andrew, que parecia pálido e abatido na cama. O coração da mulher apertou. Seu filho, seu menino, estava ali, vulnerável, e ela precisava estar ao lado dele.— Meu filho... — Elizabeth murmurou, aproximando-se e tocando suavemente a mão dele.Andrew abriu os olhos, um pequeno sorriso cansado se formou em seus lábios.— Mãe...— Como você está se sentindo, querido? — perguntou ela, sentando-se na cadeira ao lado da cama.— Confuso... com dores de cabeça... e com a sensação de que minha vida virou de pernas para o ar — ele suspirou, passando a mão pelo rosto.Elizabeth apertou levemente sua mão.— Isso vai passar, Andrew. Eu estou aqui para você.Laura, que estava sentada a um canto do quarto, remexeu-se na cadeira. Quando o perfume de Elizabeth chegou até ela, uma expressão de incômodo tomou seu rosto. De repente, sentiu um forte enjoo, levando a mão ao estômago.— L
Andrew sentia o corpo mais leve ao sair do hospital, mas sua mente ainda estava um turbilhão. O médico lhe entregou o relatório de sua condição e explicou pacientemente:— Senhor Miller, sua amnésia pode ser classificada como dissociativa, causada por um trauma emocional significativo. Isso significa que, dependendo da forma como seu cérebro processa esse trauma, suas memórias podem voltar em dias, meses ou até anos. Há também a possibilidade de amnésia retrógrada prolongada, na qual memórias passadas ficam inacessíveis por um longo período.Andrew franziu a testa, tentando processar tudo aquilo.— Mas há alguma maneira de acelerar esse processo? Terapia, talvez?O médico assentiu.— Sim, a terapia pode ajudar bastante. A convivência com pessoas significativas do seu passado também pode auxiliar na recuperação. Entretanto, forçar memórias pode gerar ainda mais confusão e frustração. O ideal é deixar seu cérebro trabalhar no seu próprio tempo.Laura, que estava ao seu lado, segurou sua
Andrew voltou para sua cidade natal sentindo uma estranha mistura de familiaridade e distanciamento. Era como andar por um lugar que deveria lhe ser muito conhecido, mas que agora parecia um cenário construído para uma vida que ele não lembrava ter vivido.Assim que chegou, recebeu uma mensagem de seu avô George Miller, informando que a família havia organizado um jantar na mansão para recepcioná-lo. O que Andrew não esperava era que Bridget também tivesse sido convidada.Bridget ficou encarando a mensagem de Taylor por alguns segundos antes de suspirar fundo. "Você precisa ir", disse Camila, sentada no sofá ao lado dela. "Quer dizer, não pode simplesmente ignorar a convocação da família Miller."Vitória, do outro lado da sala, revirou os olhos. "Pode, sim. Mas a questão é: você quer?"Bridget fechou os olhos por um instante. "Andrew pediu o divórcio. Ele nem se lembra de mim. Que sentido faz eu ir lá?"Camila segurou a mão dela. "Porque os Miller ainda te consideram parte da família.
Depois do jantar tenso na mansão Miller, Bridget sentiu a necessidade de conversar com sua família. O peso daquela noite ainda pairava sobre ela, e havia coisas que precisavam ser ditas.Reunida na casa de Nívea, sua avó, Bridget, encarava Taylor e os mais velhos. O silêncio na sala era denso, até que George Miller pigarrou.“Minha querida, sei que tudo isso está sendo difícil para você.”Bridget soltou uma risada curta. “Difícil? O homem que eu amo não se lembra de mim e agora está envolvido com Laura. E ainda querem que eu finja que esse casamento tem importância além dos negócios?”Nívea segurou a mão dela com carinho. “Eu sei que doi, minha menina. Mas essa união foi feita por razões maiores. Se há algo que podemos fazer para ajudar Andrew a se lembrar, precisamos tentar.”Taylor assentiu. “Ele precisa entender que Laura não é o melhor para ele.”Bridget respirou fundo. “Talvez se eu conversar com ele de novo... sozinho, sem Laura por perto.”George cruzou os braços, pensativo. “P
Laura entrou na empresa segurando uma sacola elegante de uma das melhores casas de refeições da cidade. Caminhava com segurança, um sorriso discreto nos lábios e a cabeça erguida. Os funcionários trocavam olhares entre si — alguns curiosos, outros desconfiados. Ao chegar à sala de Andrew, não se deu ao trabalho de esperar a secretária anunciá-la; simplesmente entrou."Andrew, trouxe o seu almoço. Sei que você anda trabalhando muito e precisa se alimentar bem."Ele ergueu os olhos dos documentos, ligeiramente surpreso. "Obrigado, Laura, mas eu poderia ter pedido algo.""Sei disso, mas quero cuidar de você," ela sorriu, se aproximando e colocando a sacola na mesa. "E tem mais uma coisa. Hoje é o ultrassom do bebê. Achei que você poderia vir comigo."Andrew hesitou. Havia algo nele que ainda não se sentia completamente à vontade, mas a ideia de ver o filho pela primeira vez o fez assentir. "Claro, eu vou."Laura sorriu satisfeita, sentando-se na poltrona à frente. "Tenho certeza de que v
Callie sentia seu corpo estremecer. O escritório da família Jones parecia girar ao seu redor, as vozes ao fundo se misturavam, tornando-se apenas um ruído distante e indistinto. Ela tentou puxar o ar, mas seus pulmões pareciam se recusar a trabalhar corretamente. O peito apertava, e suas mãos tremiam tanto que ela precisou se sentar no primeiro banco que encontrou.Seu coração estava disparado.Ela não sabia dizer exatamente o que a levou a esse estado. Talvez a pressão constante, os olhares de julgamento, a necessidade de sempre ser perfeita. Tudo parecia se acumular dentro dela como uma bomba-relógio prestes a explodir. E, naquele momento, explodiu.Foi assim que Ethan a encontrou.Ele vinha pelo corredor, distraído com uma notificação no celular, quando seus olhos captaram a figura de Callie sentada no banco, com as mãos na cabeça. Algo dentro dele se alertou imediatamente. Aquilo não era normal. Callie, a mulher sempre tão controlada e afiada, parecia... frágil.“Callie!” Ele se a