Cheguei em casa um pouco receosa para explicar a minha mãe olhando nos olhos, não por telefone, que eu passei a noite fora e quase um dia com um homem, chegando a porta eu chegava mais a conclusão de que a minha vida para ela não era um livro tão aberto assim.Certamente ela pensaria que este homem seria o meu primeiro, de fato foi, mas houve muitos outros, portanto não é o único, abri a porta com o celular vibrando na mão, olhei de relance a tela. — Já tô com saudades preta. — Engoli em seco, já?— Boa tarde! — Cunprimentei a minha mãe sentada no sofá, bem ela parecia costura uma blusa, ergueu a cabeça chupando a ponta do dedo. — Oras finalmente você acertou o caminho de casa, Tessália Dourado. — Sorri fraco, ela não sendo brincalhona, e eu não tinha muito o que dizer.— Deixa a menina Tarcia, ela só estava se divertindo. — A voz da minha tia veio abrupta da direção da cozinha, chegando a sala. — Você nunca foi disto, precisamos conversar, não acha? — Assenti a sua pergunta, mas o que e
Os comedia se aproximava de toda maneira, não era de ontem que eles estavam cercando o morro. Meu parceiro como sempre colado comigo, não tirou da cabeça que o traidor estava ali no meio da gente, entre nós, comendo no mesmo prato, como Judas.Diné foi chamado no barraco, o interrogatório ia ser do mesmo jeito que é com os pilas, Léo até pode ser bonzinho, ás vezes, mas nem sempre, quando o negão brotou na casinha, já veio bicudo, com o olhar desconfiado, na nossa direção.— Qual foi chefe? Chamou no comando. — Não respondi, ia deixar com o gerente, só assistir o movimento. — A ideia né com o chefe não Diné, a letra tu vai trocar é com o pai aqui.Assentiu de pé, eu ainda avaliava o magrela, quando sem medo nenhum ele não mostrou medo. — Então deseonrola a fita, pow, tô cheio de corre pra fazer hoje aí. — Já chegou soltando pra o lado dele. — Corre? Que tipo de corre? — Perguntei curioso, dedo indicador na direção do nariz, examinando o caso.Será que ele era mesmo o traidor de tudo? —Ven
- Passo 1: Não grude muito no boy, dê espaço pra ele sentir a sua falta, demonstre que para tê-la, ele vai ter que vir atrás. - Continuei sentada na cama ouvindo as orientações da palestrante na live de como seduzir o boy.Rolei os olhos, na primeira dica, com o Rodrigo se eu não aparecesse, a minha falta nem seria sentida, o que não falta são Marias pistolas para assumir o meu lugar.- Passo 2: Quando ele mandar mensagem, não se faça de rogada minha filha, seja safada, mas não oferecida. - Continuei a observar a ruiva bem bonita na tela, já é um pouco coroa. - ...Faça ele sentir que com você ele não perde tempo, ele vai ganhar tempo, prazer diversão.A maneira que ela erguia os dedos falando em passos continuei a examinar a sua postura, quantos relacionamentos já deve ter tido na vida?- Passo 3- Comece com fotos picantes, mande fotos que o deixe louco, não faça promessas, apenas uma parte do corpo, uma peça íntima, já são como preliminares.Escuta-la relatar isto, me fez lembrar no dia q
A batida da músicas vinham para todos os lados da favela, caminhei na frente, enquanto as duas mulheres tanto Camila e Jéssica, não me importavam tanto.O problema estava em sair de casa, em sair do meu conforto, a medida que andei sentir falta somente de uma jaqueta, a cada passo em meio a multidão algumas mulheres nos olhavam, certa moradoras dali, ou não, notei algumas patricinhas também, e elas não eram da favela.Seus olhos nos avaliavam, ou melhor o de algumas devorarava-me por inteira. - Tessa! - Parei quando a voz masculina ecoou em alto som.A nossa frente surgiu o homem que menos esperava que me chamasse, que viesse até mim, não ali naquele lugar, o morro de Manguinhos.Inspirei profundo enchendo o meu peito de ar, os fazendo inflar. - Boa noite...- Afastei um pouco quando o seu hálito de hortelã veio na minha direção.Olhei pra Messias de baixo, ele é mais alto que eu pouca coisa, mas admito, estou me habituando a algo maior, não que me agrade pensar nesta perspectiva.- Boa noit
Quando Romano me passou as informações dos caras que estiveram no morro, rodando geral, eu já tinha visão de quem eram todos eles, mas ainda assim queria confirmar.O filho da puta não mentia, tava mesmo com a gente, enfiei a mão no bolso tirei umas notas, contei dei pra ele mim reais, fiquei com o dinheiro estendido no ar.Ele olhava sério pra a minha preta. - Own tira o olho porra, tem mulher lá embaixo a rodo, essa é minha mulher. - Lhe vi abaixar a cabeça, afirmando.- Bonita a sua mulher, já casaram?- Não ia responder ele já tava perguntando demais. - Não, nós não somos casados, não é Rodrigo?Olho pra ela um pouco pálida ao responder, o clima era estranho pra porra. Mas como é do asfalto, realmente não deve tá acostumada com tudo isso.- Não. - Respondi seco. - Então é isso chefia precisando tamo aí- o Sacana me deu a mão, apertei satisfeito, não era o primeiro serviço dele, desde que o cabo morreu, mas entre um e outro, eu era mais o sacana do Hernan, o moleque era piá em trazer os
Subi o morro sozinha, saberia a distância que ele estava me olhando até onde teria os seus olhos sobre mim? Porque eu gosto tanto dos seus olhos em mim, sobre mim deste jeito? Como se eu realmente fosse dele?Não, isso não importava, caminhei passo a passo subindo a ladeira, ao chegar perto do portão, olhei pra trás, ele não mais estava ali em baixo me olhando, e mais uma vez a solidão me abatia, abaixei a cabeça perto do portão preto de zinco, o que eu faço da minha vida depois de tudo isso?Estava pensativa até escutar choro baixo, era um choro de chiado, um choro engolido sofrido, ergui a cabeça olhando em volta, não havia como continuar normal, nem de longe, tampouco de tão perto, uma mulher de pele escura sentada ou melhor caída, calça gliter meio dourada, salto bem fino.O choro baixo não parava, andei em sua direção com receio, até chegar na beirada da casa de azuleijos em pedaços, ela estava de cabeça baixa, a garrafa de vodka vermelha do lado, dava para ver as lágrimas escorrend
Fiquei sentada uma boa parte do tempo observando o Rodrigo, ir e vir, dar ordens, a verdade é que a cada segundo que se passava ele se revelava um homem de várias faces.Frio, calculista, impussivo, mas quando me olhava mudava o olhar, naquele mesmo instante ali se mostrava alguém que eu não via antes.Os seus olhos me avaliavam enquanto percorria me com atenção minusciosamebte. Oitos dos seus estavam ali, todos eles relatando como foi a noite do baile, era um retorno então, mas o motivo de terem parado, eu ainda não sabia.- Bem... - Todos eles viraram-se para me olhar, curiosos atentos, jovens com futuros a vista, mas estavam ali se perdendo no crime, bonezins de cores diferentes, marcas e estampas, alguns de camisas outros sem, mas a bermuda de tecido liso, leve colorido ou não, era tradicional, aparelho nos dentes, talvez algum tipo de moda.Mas era evidente que a cor, o colorido era hábito por ali. - ... Eu vou descer, vou ver se a sua mãe precisa de ajuda ou a sua irmã.Ele veio até
Eu deveria me afastar, correr dela, porque a Tessália não é uma mulher interessante como as outras que eu já havia conhecido, pela beleza, pelo corpo, não entendia exatamente o que me faz ficar fixado por tanto na malicia um pouco ingênua que tem o brilho dos seus olhos, a curvatura impecável, incomum do seu sorriso.A maneira que lida com os seus cabelos, sem pretenção alguma de atrair olhares, atenção para si, não me cansava de olhar enquanto ela do meu lado dentro do carro observava vagamente cada canto do morro, cada canteiro, cada entorno, tão atenta ao lugar como se estudasse sobre ele.— Você sabe quantas pessoas moram aqui ao todo? — Perguntou de repente sem me olhar, enquanto eu dividia a atenção com a estrada e ela, saindo do morro, neguei. — Não, nunca pensei nisso, na nossa cabeça não passa esse tipo de coisa, quantos mora ou não, apenas mora, pow.Continuou olhando pra geral, até que saimos realmente pela mata. — Se o morro fosse invadido, você fugiria ou ficaria e lutaria p