Ela sentiu sua boca ficar seca, e seu sangue pareceu correr mais rápido em suas veias, seu corpo parecia febril e suas pernas estremeceram.
Rosalie estava sendo consumida pela raiva.Louie a olhava sem ter a intenção de soltá-la, e quando a pressionou mais Rosalie gemeu de dor, quando o homem percebeu isso não a soltou de imediato.— Está com dor, Rosalie? — perguntou com escárnio. — Estou segurando-a muito forte?Rosalie fechou os olhos.Quando os abriu, não havia mais nenhum medo em seus olhos quando lhe disse:— Você deve chorar em sua cama toda noite, pensando que eu, uma mulher com infância pobre se senta na cadeira da presidência e você não.Havia chamas intensas nos olhos de Louie, porém, as portas do elevador se abriram.Louie havia apertado o botão novamente, e em seguida a libertou.Rosalie saiu do elevador sem olhar para trás.Seu coração batia descompassado, suas mãos estavam formigando, suas pernas trêmulas.Quando girou a chave para entrar em sua sala da presidência a derrubou no chão, seus dedos estavam trêmulos.— Sra. Valois?Rosalie se voltou para a voz feminina, e se deparou com os olhos preocupados da secretária Eleonor.A mulher se abaixou e lhe entregou a chave, Rosalie abriu a porta de sua sala e entrou, sendo seguida de Eleonor.Eleonor rapidamente se encaminhou até o bebedouro e serviu um copo de água para Rosalie, ela se sentou em sua cadeira sentindo suas costelas doerem, todo o seu corpo doer, devido a violência sofrida por Louie.— Senhora Valois, está tudo bem?Leonor a chamou.Ela levantou o olhar para a secretária.— Estou bem, Leonor, apenas cansada. — respondeu-lhe.A secretária assentiu e a deixou em sua sala.Rosalie arfou no momento que a porta foi fechada.Contudo, mesmo com dor e cansada ela iniciou seu trabalho no computador, lendo sobre os arquivos dos setores mais importantes do Grupo Empire.Ela olhou o balanceamento das vendas de peças, e as horas passaram até que Leonor retornou para arrumar a enorme mesa para a reunião com os diretores.Rosalie continuou revisando o conteúdo que abordaria na reunião, quando deu o horário marcado e alguns diretores começaram a entrar.Após alguns minutos, ela percebeu que apenas alguns haviam comparecidos.Muitos deles que ela precisava conversar sobre seu setor não estavam presentes.Isso despertou uma amargura dentro dela, não estava sendo levada a sério.Rosalie engoliu o orgulho e decidiu iniciar a reunião.Durante a reunião ela fez algumas perguntas aos diretores dos setores que, segundo os arquivos de Duncan, precisavam ser avaliados mais atentamente. Ela perguntou diversas coisas, queria entender todas as suas deficiências e pontos fortes.Viu que alguns deles pareciam impacientes e desconfortáveis, mas não bastava ler sobre os setores, precisava entender quem os gerenciava.Enquanto falava sobre as questões da empresa, ficou indignada quando um homem simplesmente se levantou em direção a saída.— Onde o senhor pensa que vai? Estamos em uma reunião.O homem se voltou para ela, e respondeu:— Eu vejo uma reunião, que só serve para termos que ensiná-la como uma empresa funciona, coisa que, se fosse capacitada, saberia. Nos faz perder tempo, Sra. Valois.Ela o olhou chocada.Outro homem se levantou e disse:— Bresson tem razão, Sra. Não temos tempo para isso.Ela assistiu impotente os homens deixarem a sala.Rosalie se sentou em sua cadeira, sentindo perdida.Ela foi para casa mais cedo naquele dia, e enquanto dirigia pensou no que estava fazendo com o cargo de Duncan.Rosalie se recusou a chorar, e decidiu desviar seu caminho.Ela seguiu para a praia, para ver o entardecer, e pensar.Seus pés tocaram a areia e ela foi arrebatada pelas lembranças da última vez que estivera ali.Dez anos antes.Rosalie olhou para Duncan, sentado com o olhar no oceano.Ela se aproximou devagar, e se sentando ao seu lado alisou suas costas, seus dedos percorrendo seus ombros tensionados, enquanto observava toda a beleza dele.Estava procurando-o o dia todo, quando finalmente se lembrou da praia que Duncan sempre ia quando queria ficar sozinho, e seu sumiço durante todo o dia, indicava isso.— Duncan?Ele virou o rosto para ela, e Rosalie viu como seus olhos estavam marejados.— Porque veio para cá, Duncan? Porque está fugindo de mim?Ele engoliu em seco, então ela teve certeza no mesmo instante que ele havia visto.Havia presenciado Louie, na cozinha lhe sussurrando suas palavras perigosas.— Por que nunca me contou? — havia dor em sua voz, e algo mais.Sua voz soava como traição, e aquilo doeu dentro dela como um punhal.Ela tirou as mãos de suas costas e voltou seu olhar para o oceano, a lua acima deles brilhava intensamente.— Como eu poderia me intrometer entre vocês? Como poderia olhar em seus olhos e lhe dizer que seu irmão acredita que está apaixonado por mim?Duncan se levantou, e ela o viu cerrar os punhos com tanta força que sangue escorreu de sua mão direita. Rosalie se levantou no mesmo instante, chocada.Ela puxou sua mão preocupada, e quando ele a abriu Rosalie viu que ele segurava uma adaga.— Eu tinha planos de enterrar isso no coração de Louie. — Confessou Duncan, seu olhar era sombrio.— Ele é seu irmão, Duncan.— Ele é um ser desprezível, que apenas deseja ter tudo que eu tenho. Rosalie concordou.Duncan olhou para a adaga em sua mão, ensanguentada.Em seguida seu olhar se elevou para as ondas negras a sua frente, ela assistiu enquanto ele lançava a lâmina no mar.— Por que não reagiu no momento que o viu?Duncan a olhou, então murmurou:— Porque eu o teria matado. E perderia você. Mas não foi só por isso. A morte não seria o suficiente. Se ele realmente acredita que deve tê-la, então pretendo continuar privando-o disso, para o resto da vida. Ele não a verá mais, não deixarei que respire nem sequer o mesmo ar que a minha mulher, se o fizer, então eu o matarei com minhas próprias mãos. Rosalie assentiu, contudo, nunca esqueceu do olhar sombrio de Duncan. Ele não se parecia com o homem que conheceu, aquele homem jamais cogitaria matar o próprio irmão.Ainda assim, amava-o. De todas as suas formas.Rosalie abriu os olhos e retornou ao presente.Ela sentia a saudade de Duncan a esmagar, e quando se levantou ao se virar pensou ter visto uma figura masculina escondida nas sombras.Novamente a sensação de ser observada retornou, Rosalie se apressou para seu carro e foi direto para casa.No dia seguinte, ao chegar na empresa novamente ela notou os olhares, contudo, agora eles estavam acompanhados de sussurros.Ela bufou, mas resolveu ignorá-los novamente.Rosalie trabalhou o dia todo.Em um certo momento, Leonor entrou em sua sala e havia apreensão em seus olhos.— Qual o problema, Leonor? — perguntou.A secretária suspirou, então suas palavras saíram como um turbilhão, rápido demais, e inacreditáveis de tão cruéis que eram.— Sra. todos os funcionários estão comentando que seus filhos são bastardos, que a senhora se casou por interesse, e o pior, que planejou a morte do seu marido para ocupar o lugar dele!Capítulo 10Rosalie não podia acreditar no que Leonor acabara de revelar.Ela se levantou de sua cadeira e disse:— O que?Leonor não conseguia olhar em seus olhos, a secretária estava visivelmente desconfortável com os rumores maldosos que rondavam a CEO.— Chamam seus filhos de bastardos e a Senhora de assassina.Rosalie sentiu suas mãos tremerem, e todo o seu sangue ferveu em suas veias, sua boca ficou seca e seu coração martelava em seu peito.Ela teve que colocar as mãos na mesa e se apoiar, não porque iria desmaiar, e sim porque a raiva que a consumia implorava por sangue.Seu coração estava destruído pela perda de Duncan, seus dias sem qualquer alegria, e a dor do luto apenas aumentava.Agora a chamavam de assassina?Ela precisou respirar fundo enquanto tentava acalmar o espírito sanguinário que ameaçava lhe possuir o corpo.Leonor rapidamente se dirigiu até o bebedouro e lhe trouxe um copo de água, que Rosalie bebeu.Mas nada apagava as chamas em suas veias.A própria Leonor p
Capítulo 11Dias depois enquanto ainda era atormentada por esses pensamentos sem conseguir achar nenhuma solução satisfatória, Leonor rompeu pela porta.Ela estava com as bochechas coradas, como se tivesse vindo apressada, seus olhos arregalados.— Senhora Valois! — Arfou ao entrar.O coração de Rosalie acelerou novamente, que notícia ruim ela poderia ter desta vez?— O que está acontecendo desta vez, Leonor?A mulher levou alguns segundos para recuperar o folego antes de revelar:— O diretor de tecnologia acaba de fazer uma reunião com todos os funcionários. Ele anunciou que qualquer um que repetisse novamente os rumores sobre seus filhos ou a morte do Sr. Valois, seria imediatamente demitido, e até indiciado por calúnia!Rosalie abriu e fechou a boca.— Louie disse isso? Tem certeza?— Tenho, eu mesma vi. E além disso, afirmou que era uma ordem direta da CEO, que estava pronta para punir a todos. Ninguém o refutou, e nem ouvi mais cochichos depois, todos temem agora serem demitidos!
Louie a olhava como se fosse um animal encurralado.Ela sabia que era isso que ele pensava dela, que não passava de um maldito animal sem inteligência e em apuros.A mulher sabia que todos os seus problemas eram causados por ele.Louie observou a expressão ansiosa de Rosalie, seu olhar vacilou por alguns instantes e ele sabia que ela estava perto do seu limite.Ele deu mais alguns passos, e ficou satisfeito quando ela não recuou, lentamente ele diminuiu a distância entre eles, quando estavam a centímetros um do outro, ele puxou lentamente o objeto da mão dela.A mulher não resistiu, e manteve seu olhar fixo nele.— Tudo será fácil, ninguém a questionará. A vida simples que levava com Duncan você poderá ter comigo, eu serei como ele foi.Sua voz era suave, quase um ronronar.Ele tentava abertamente seduzi-la, envolvê-la em sua teia mortal.O homem levantou sua mão devagar, e acariciou com a ponta dos dedos o rosto de Rosalie, que permaneceu impassível.— Apenas diga que sim. E tudo acab
Louie entrou em seu carro caro e se dirigiu para a cobertura de Bresson.Alguns dias haviam se passado desde seu confronto com Rosalie, suas palavras ainda queimavam em sua mente.Seu olhar de desdém fazia seu sangue esquentar em suas veias.Como ela ousava desprezá-lo daquela forma? Era apenas uma mulher, que chance acha que tinha no mundo empresarial?Enquanto dirigia ele ouviu novamente suas palavras, o fazendo parecer inferior a Duncan.Ele apertou o volante com força, e trincou os dentes, viu como os nós de seus dedos se tornaram brancos enquanto a voz dela se repetia em sua mente.Ele estacionou na frente do prédio de Bresson, quando atravessou o saguão olhou seu relógio.Esperava que todos os diretores que convocara estivessem o esperando.Louie foi recebido por um dos empregados de Bresson, e quando foi levado a sala de estar ficou satisfeito com o que viu.Todos os diretores que desprezavam Rosalie Valois estavam presentes, todos compartilhando uma bebida.Ele iniciou a reuni
Casarão Dos Valois.Alguns dias depois, Angelika caminhou cautelosa pelo corredor.Sabia bem que Bastien estava acordado, ele ficava altas horas vendo filmes em seu quarto. Desde a morte de seu pai, ele acabou por se isolar mais.Quando Angelika chegou até a porta de seu quarto, foi capaz de ouvir um som que a surpreendeu muito.Seu coração se comprimiu no peito, e logo sentiu um nó na garganta, seu nariz começando a coçar, seus olhos ardendo.Parecia quase impossível conter aquilo, aquele choro preso em seu peito, mas tinha que se manter calma.Ela não bateu, apenas girou a maçaneta, e como imaginou estava destrancada.Quando o seu olhar se encontrou com o de Bastien, ele não teve reação.Na TV gigante estava passando um filme que ela conhecia bem." Vamos Bastien, chute para o papai" dizia o pai vários anos mais jovem no vídeo.Ele vestia uma camiseta verde, e boné branco, enquanto incentivava Bastien a jogar futebol.O garoto tinha apenas sete anos na época, e obedeceu ao pai.Dunca
Duncan caminhou de um lado a outro no escritório de Lecomte.Embora não houvesse mais vestígios de sangue em seu corpo, o sangue daqueles homens ainda o marcava.E sempre marcaria, contudo, não conseguia se arrepender do que fez.Ele ligou a TV para ver as últimas notícias, e como imaginou, não havia nenhuma.Mas não era sobre seu assassinato que estava o fazendo caminhar de um lado a outro, e sim o pedido que havia feito a um de seus empregados.O criado bate à porta, e Duncan o manda entrar.— Você conseguiu?O homem assente, e abre mais a porta dando espaço para um outro homem entrar, ele usava boné e Duncan o guiou até seu computador.Graças aquele hacker, conseguiria o acesso as suas câmeras escondidas no seu antigo escritório. Desse modo, iria conseguir observar Rosalie.***************Rosalie olhou para o resultado das vendas de peças daquelas semanas após assumir a empresa.Ela não podia acreditar naquilo.Havia despencado drasticamente suas vendas, e logo desceriam do rankin
Rosalie olhou indignada para a porta de sua sala, enquanto menos da metade dos diretores que convocou para a reunião apareciam.Quando ela viu que nem mesmo Louie compareceu, ela quis afundar sua cabeça na terra, aqueles homens não a respeitavam de modo algum.Ela iniciou a reunião mostrando como as vendas haviam caído.É claro que os diretores a culparam por isso, e dois deles ficaram ao seu lado.Rosalie terminou a reunião sem nenhuma solução para o problema, eles agiam como se ela fosse a única culpada por aquilo estar acontecendo.Ela foi para casa e se preparou psicologicamente para a reunião com os acionistas.Três dias depois.Ela olhou para os rostos dos acionistas, enquanto cada um deles se levantava sem lhe dizer uma palavra. Contudo, suas expressões lhe diziam tudo.— Vou resolver isso, senhores. É uma crise que estou levando a sério, e farei de tudo para resolver. — Garantiu-lhes.Enquanto eles se encaminhavam para a porta, um deles parou e a olhou:— Não faça promessas qu
Alguns dias depois Rosalie folheava alguns documentos, quando um dos diretores entrou em sua sala.— Porque não fomos informados que o Grupo Lecomte tem feito propostas para comprar ações do Grupo Empire? Será que não vê que eles querem nos cercar? Todos os nossos clientes estão assinando contratos com eles, querem nos deixar vulneráveis, para assumir o controle! — Esbravejou o diretor de operações.Rosalie levantou o olhar de seus documentos, e encarou o homem de terno.Seu rosto estava vermelho, e seus punhos cerrados.Logo atrás dele apareceram outros diretores, e começaram a fazer perguntas sobre aquela situação.— Estou há vários dias senhores, tentando fazer com que compareçam em uma reunião de conselho, mas se recusam a me ver como sua superior. Me ignoram.— Essa não é a questão aqui, Sra. Valois. — Rebateu o diretor de Marketing.Ela se levantou de sua cadeira e caminhou até aqueles homens.— Precisamos de uma solução, ou o Grupo Empire pode continuar caindo.Rosalie olhou pa