Victor encarou a mulher diante dele com um misto de curiosidade e desdém. A última vez que a tinha visto, ela estava presa, inerte em uma cama, incapaz de oferecer qualquer resistência. Agora, aqui estava ela, de pé, determinada a escapar de seu alcance. Victor estava de pé em frente a uma pequena mesinha, servindo-se de uma taça de vinho, quando a mulher o surpreendeu ao entrar sem cerimônias em seu quarto.Com tranquilidade, ele continuou a verter o líquido rubro em seu copo, ergueu-o aos lábios e bebeu, apreciando a sensação do vinho a deslizar por sua garganta.— Não posso dizer que estou surpreso de ver você aqui. Louie é notoriamente incompetente quando se trata de você — Victor proferiu com um toque de cinismo. Rosalie, por sua vez, manteve-se altiva, não cedendo à pressão que a situação impunha.— Qual é o propósito por trás do seu sequestro? Afinal, que utilidade posso ter para você agora? Duncan vai perseguir você até os confins da terra para me resgatar.Um sorriso de escár
Rosalie foi arrastada com brutalidade para um quarto que mais parecia uma prisão, onde um vai e vem constante de mulheres entravam e saíam, como se estivessem participando de um sinistro ritual. O ambiente, apesar de espaçoso, transmitia uma sensação de opressão. As paredes claras, embora belas, pareciam se fechar sobre ela, tornando o espaço ainda mais claustrofóbico. No centro do quarto, uma majestosa cama de dossel dominava a cena, e um espelho grande e luxuoso, refletindo a agonia nos olhos de Rosalie, adornava uma das paredes.No canto do quarto, estrategicamente posicionado como um troféu sinistro, encontrava-se um longo vestido de noiva, uma obra-prima de seda pura. O busto do vestido era esculpido com precisão, um corte reto que se desdobrava elegantemente em uma cauda longa, que fluía como um rio de cetim.Rosalie não precisava de explicações para compreender o que estava acontecendo com ela naquele momento angustiante.Enquanto uma das mulheres, com mãos ágeis e impiedosas,
O olhar de Duncan estava vermelho, e seu corpo estava cheio de adrenalina quando o corpo inerte do homem caiu ruidosamente no chão, inundando-o com um alívio profundo. Finalmente, o homem que havia orquestrado sua morte estava agora sem vida, seu plano nefasto completamente frustrado. No entanto, essa vitória amarga era obscurecida pela angústia que sentia pela incerteza do paradeiro de Rosalie.A notícia de que ela não estava mais presente na casa de Victor o dilacerou, mas Duncan não estava disposto a se render à desesperança. O som distante de tiros ecoou mais uma vez, proveniente do térreo, indicando que os homens leais a Victor ainda resistiam, como obstáculos persistentes em seu caminho. Determinado a resgatar sua amada, ele se virou e saiu pelo corredor, acompanhado por seus leais companheiros. Duncan mantinha sua arma firmemente em mãos, pronto para enfrentar qualquer obstáculo em seu caminho.Ao chegarem à metade do corredor, foram surpreendidos por homens leais a Victor, e o
Rosalie viu tudo ao seu redor acontecer tão lentamente que, por um momento, ela acreditou que era ela a levar o tiro. A cena se desenrolou diante de seus olhos como um filme em câmera lenta, e a sensação de iminente despedida pairou no ar.Era ela a partir daquele mundo, e tudo em que conseguiu pensar foi que era justo que sua última visão fosse o rosto do homem que amava com tanta força. Seu coração parecia congelado em seu peito enquanto enfrentava o que parecia ser o fim iminente. Ela só lamentou não poder ver o rosto das crianças uma última vez, mas naquelas circunstâncias, era uma dádiva que eles não estivessem ali, poupando-os dessa cena de violência e perigo.Então, ela caiu para trás, seu corpo sendo puxado por Louie, e ambos bateram com força contra o chão frio e duro. A dor de seu impacto foi como um choque em seu corpo, mas a adrenalina ainda bombeava forte em suas veias.Rosalie ainda sentia as mãos de Louie sobre ela, sua presença dominando seu campo de visão, e apenas qu
Ele podia perceber no olhar de Rosalie uma mistura de emoções, incluindo trauma e arrependimento, e entendia que as cicatrizes emocionais do que havia acontecido eram profundas. No entanto, ele não se permitia sentir arrependimento por suas escolhas, pois elas os haviam conduzido até aquele momento crucial em suas vidas.Observou atentamente quando Rosalie desviou o olhar para suas próprias mãos, como se evitasse encará-lo diretamente. Era nesse gesto que ele reconhecia um sinal de que ela estava lidando com questões internas, questões que haviam surgido desde que ele tomara decisões que jamais imaginara tomar.Havia uma escuridão que se infiltrara em sua alma, algo que ele enfrentara ao longo de uma jornada tortuosa e cheia de perigos. Ele se sentia como alguém navegando em um mar negro, lutando contra criaturas aterradoras e monstruosas, e agora compreendia que, de certa forma, havia se transformado em uma delas. As escolhas que fizera haviam cobrado seu preço, e ele não podia volta
Naquele momento terrível, Duncan experimentou uma dor alucinante, uma agonia que parecia transcender os limites da própria compreensão humana. O impacto brutal contra a parede foi como uma avalanche de sofrimento, uma força devastadora que lhe roubou o fôlego instantaneamente. Mesmo que seus pulmões se debatessem em busca de ar, a respiração lhe foi negada, afogando-o em um silêncio angustiante.Todavia, em meio ao mar agitado de sensações avassaladoras, seu único pensamento persistente era o vazio angustiante de suas mãos.Em sua mente, ele revivia o momento em que desesperadamente tentara erguê-las na direção de Rose, uma tentativa desesperada de protegê-la, de assumir parte do impacto da explosão iminente e da parede que se aproximava perigosamente. Mas o destino, caprichoso e implacável, o lançou em direção à parede em uma fração de segundo, separando-o da mulher que amava. Enquanto sua visão turvava e o mundo girava ao seu redor, a única imagem que lhe restou foi a de suas mãos,
Ele tocou levemente o rosto de Rosalie, e embora ela soubesse que ele se sentia culpado pelo que dissera, ela havia compreendido perfeitamente o seu sentimento. Seus dedos deslizaram suavemente pela pele dela, traçando o contorno de suas bochechas, como se quisesse apagar todas as palavras ditas sob o peso do desespero. Seus olhares se encontraram, revelando uma conexão profunda e inquebrável, forjada nas provações que enfrentaram juntos ao longo dos anos.Rosalie, por sua vez, revivia em sua mente os momentos em que se sentiu sozinha e sem forças, quando Duncan se afastou. Embora fosse uma mãe dedicada, com filhos que dependiam dela, esses momentos de solidão a haviam feito sentir uma fraqueza interior, uma sensação de vazio que parecia não ter propósito. Ela tinha lutado com determinação, mas não podia negar as cicatrizes emocionais que aquelas separações haviam deixado.A mulher olhou para ele por mais alguns segundos, seus olhos refletindo uma mistura de sentimentos. As palavras e
França LilleJaneiro de 1986Rosalie Corse suspirou e olhou para o teste de gravidez positivo em suas mãos trêmulas.O que ela deveria fazer agora? Grávida aos dezessete anos...Ela respirou fundo enquanto suas mãos suavam ao colocar o teste em seu bolso, então voltou para a recepção da loja de conveniência onde trabalhava.No instante que se recolocou atrás do caixa, o sino da porta ressoou com a entrada de um grupo de jovens.Ela engoliu em seco ao ver Duncan Valois.Quando seus olhares se encontraram ele sorriu imediatamente.Os outros garotos pegaram suas cervejas e pagaram.Rosalie evitou o olhar de Duncan todo o tempo, mantendo o olhar baixo e fingindo estar ocupada organizando prateleiras.Quando ouviu o sino novamente na porta respirou aliviada, contudo, o alívio durou pouco.— Por que está me evitando, Rosalie?A voz grave dele a fez derrubar alguns itens de limpeza, antes que os alcançasse no chão ele se abaixou bem ao seu lado e lhe entregou.Rosalie se viu refém de seu olha