— Tudo que eu preciso é de uma amiga. Socorro, Alessandra, eu estou gritando help a todo momento — diz ela com os olhos marejados.
— Hãm… Vai ficar tudo bem — digo sem jeito por aquilo ter me pegado de surpresa.
Ela sentou-se ao meu lado na cama depois de colocar sua taça quase vazia na cabeceira. Coloquei a minha taça junto da dela.
— Minha vida é um lixo. — Ela começou a chorar em meus ombros. — Ale, eu quero um namorado. Tem anos que não consigo achar um garoto que me ame. Todos só me vêem como uma garota bonita.
— Geo, as coisas não são assim. Vamos, você consegue arranjar alguém. Você é uma boa pessoa.
— Eu queria tanto ser você
Que droga. Eu não deveria ter deixado ele me agarrar desse jeito. Agora sou eu que preciso de um balde de água fria. Estou pegando fogo! Ah, Ícaro, você é tão quente... Eu tenho que dar um jeito de parar de pensar nele. Ele tem que sumir da minha vida de uma vez. Preciso ser mais forte. Mais resistente. Voltei pra casa da Geo, muito assustada. Naquele momento eu não queria de jeito nenhum ver o Ícaro. Eu sabia que ele conseguiria me ganhar fácil. Ele me conhece muito bem. Sabe dos meus pontos fracos e fortes. Sabe que não resisto quando ele beija meu pescoço. Pra minha surpresa, Geovanna estava acordada — como? Não sei — e quando pus os pés no seu quarto, fui recebida por um forte abraço, talvez por ter notado minha cara de “arrasada ao extremo” e meu pescoço vermelho.<
— Tem razão, Geo. De que cor você quer o vestido, Sandrinha? — perguntou Felícia à mim. — Preto e quero que seja longo como vestido de debutante— digo.—O Dani disse que a sua namorada queria que só ela estivesse usando vestido longo, mas eu quero quebrar essa regra. — Ui, Alessandra a fora da lei — brincou Geo e nós todas rimos. — Eu e a Geo vamos procurar um vestido longo pra você enquanto a Hortência prepara sua maquiagem e seu cabelo, fechado? — decidiu Felícia. — Espera! — falou Geo. — Ela não pode usar vestido longo na apresentação. — Tem razão. Ela tem que usar algo provocante... —disse Hortê
— Alessandra? — chamou uma voz familiar masculina. Virei de imediato pra trás. — Adriano?— digo surpresa com os olhos um tanto arregalados. Ele me abraçou forte e eu não consegui conter um sorriso. — Sim, sou eu— diz ele quando o abraço chega ao fim. — Até você está vestido do mesmo jeito— murmurei um tanto frustrada.—Que droga. — O que foi?— questionou ele, arqueando uma sobrancelha. — Estou procurando uma pessoa, mas não encontro. — Quem? — O namorado da aniversariante. — Bom, se ele é o namorado da Carol então, obv
Não demorou muito, nosso treino horas antes, ajudou bastante. Eu sabia exatamente o que fazer. — Ah, fofinha, minha demora também foi causada porque eu tive que dar uma passada em um local para pedir que o holofote fosse para você quando tudo começar. E claro, tive que ir pegar o microfone. Agora eu tenho um encontro daqui a dois dias com o cara. Eu ri. Coitada da minha amiga, sempre arranjando encontros pra ter o que quer. Logo era meu vestido azul esverdeado que estava à mostra e meu outro vestido estava guardado em uma bolsa meio grande da Hortência — um pouco menor que a sua mala de maquiagem. Elas soltaram meu cabelo e retiraram os strass e a coroa. Eu estava pronta. Quanto a máscara, acabei deixando-a, afinal, só poderia ser retirada meia-noite. — Antes de você ir, Ale, eu vi voc
— Achei que não viria — ele me tratava de forma seca. Eu já esperava. — Eu só queria te ajudar... — Eu só não te mando embora porque temos mais uma música para apresentar — aquela frase me destruiu. Ele não me queria mesmo na festa. — Se você acha que um vestido curto pode resolver tudo, digo que esse tipo de coisa não funciona comigo — novamente ele me machucou apenas com suas palavras. — E quem disse que era pra você? — respondi grossa pra ele aprender e não mostrar o quanto eu estava chateada. Me soltei dos seus braços e corri pro banheiro, querendo chorar. ★Dica 256 = Seja grosso para não mostrar que está chateado (até porque dar patada nos outros chega até a ser divertid
Ela me ajudou a retirar a maquiagem. Estava toda borrada por causa do meu choro. Saiu tudo em poucos minutos. Pelo menos no rosto, eu era a simples e comum Alessandra (tirando o fato de que eu tenha continuado com o batom preto). — Geo, você tem lápis?— questionei.—Eu tenho que usar alguma coisa além do batom. — Claro, Ale. Eu sempre carrego lápis. Não dá pra viver sem ele. ★Dica 261 = Tenha uma amiga que carrega qualquer tipo de maquiagem em sua bolsa (desculpa, diário, eu tinha que fazer uma dica dessas).★ Passei e agora sim, verdadeiramente, eu era a comum Alessandra. — Geovanna, eu acabei de pensar e... O que você acha de ressuscitarpor alguns minutos nossa antiga banda?
Todos aplaudiram minha performance. Minha música. Meu show. A minha pessoa. Eu fiquei tão feliz que no palco mesmo abracei minhas melhores amigas. E as palmas foram mais fortes durante nosso abraço em conjunto. Antes de sair do palco, dei uma rápida olhada pro Dani. Ele estava sério, mas não me olhava. Fora do palco, fui recebida pela Carol querendo me matar. — Você arruinou minha festa! — rosnou ela. — Não, querida. Eu apenas melhorei. — Dei uns tapinhas na sua cabeça como se ela fosse uma cadela (e era mesmo) e saí ao encontro do Henrique. Ele me recebeu com um abraço. — Você foi estupenda. — Agradecida, mesmo não sabendo o que significa essa palavra. — E
— Fique aqui— pediu ele. — Está louco? O salão está pegando fogo! — Não confia em mim o bastante? — Dani, me solta. Me deixe livre de você. ★Dica 271 = Peça liberdade (ainda mais se for um maluco que quer te manter num salão em chamas).★ — Eu te imploro pra que fique. — Eu não vou morrer por sua causa. — Confia em mim. — Dani, me solta! — gritei e me soltei de seus braços, mas usei muita força e acabei caindo no chão. Ele me ajudou a levantar e segurou meu braço novamente. — Hello kitty...&