Tudo estava apagado. Aquilo me deixou assustada. Quando fechei a porta, deixei minha mala ao lado e continuei caminhando assustada pela casa. Até mesmo o som da minha respiração me deixava assustada. Perto da sala, comecei a ouvir goles em algum tipo de bebida. Me aproximei, tentando me manter silenciosa e ali estava uma senhora de cabelos negros com alguns fios grisalhos sobre eles, à luz de um abajur bege e segurando uma taça de vinho. Ela estava sentada em uma poltrona marrom. Minha mãe.
— Você sabia que ele é bilionário? — sua voz era calma, porém, assustadora.
— De quem você está falando? — Eu me aproximava devagar.
— Não se finja de boba. Estou falando do seu pequeno romance com o Dani.
— Somos amigos e você não tinha qu
— Tudo bem. Ela assentiu chateada e fechou a porta de maneira delicada. Como ela pode tentar mentir sobre um assunto tão sério? Já basta eu ser obrigada a morar com ela, agora tenho que aguentar ela tentando interferir na minha vida pessoal? Isso não é justo. E a minha privacidade? Onde ela está? Só porque ela é minha mãe, não quer dizer que ela tenha direito de querer saber sobre minha vida. ★Dica 306 = Não esqueça que é você que cuida da sua vida pessoal e privacidade (ainda mais quando sua mãe tenta enfiar histórias bobas na sua cabeça).★ Deitei e consegui adormecer, só que com a consciência pesada. Eu deveria concordar ou discordar da minha mãe? Ou ela estar&aacut
Ela abriu a porta do quarto com muita cautela, para ter certeza de que ele estava ainda dormindo. E ele estava. Em seu quarto, havia algumas roupas espalhadas, papeis jogados sobre uma mesa, latas de energéticos jogados também sobre aquela mesa e seu celular também estava ali, com uma luz indicando que ele tinha recebido mais uma mensagem. Ele estava completamente enrolado até o queixo. Sua cama não estava tão bagunçada como a minha ficaria se fosse eu dormindo. — Olha só a bagunça que esse garoto fez ontem à noite — ela dizia enquanto pegava algumas das roupas do chão e as guardava. Eu não conseguia dizer alguma coisa. Eu queria só ficar parada, olhando aquele quarto e tentando imaginar o que havia acontecido ali. — O que aconteceu? — perguntei t&a
Me aproximei de seu celular piscando, querendo indicar que tinha uma nova mensagem. Eu sei que é errado espionar o celular de outras pessoas, mas qual é, estamos falando do meu melhor amigo que quase não me conta nenhum segredo — que agora ele sofra as consequências de quase nunca ter me contado alguma coisa. ★Dica 316 = Se seu melhor amigo não lhe conta nenhum segredo, olhe as mensagens dele (mete logo o “dane-se” se ele vier de mimimi pro teu lado).★ A primeira mensagem que eu quis olhar era a nova que ele tinha recebido perto das três da madrugada:Kimberly: Dani, responde seu idiota -.-' não vai me dizer que dormiu? Isso que dá querer competir com a mestre que consegue passar a noite acordada u.u Então
Ele pareceu rir e logo estendeu a mão para me ajudar a levantar. Caminhamos lado a lado e perto da porta de entrada, ele pegou duas chaves. Assim que ele abriu a porta, notei que por alguns segundos ele estava me fitando. Depois que ele percebeu que eu havia percebido, ele sacudiu a cabeça e fechou a porta depois de termos saído. — Qual será o carro eu irei destruir? Ele riu. — Você não vai destruir nada, Hello Kitty. — Como pode ter certeza? — Eu não tenho. É apenas um palpite. — Então tecnicamente você ainda acredita que eu possa destruir um carro? — Talvez. Dei um soco leve em seu braço e ele riu disso. — Pela primei
Recuo o beijo e aceno pro Dani, ele faz o mesmo e então entro no banco da frente do carro da minha mãe. — Vejo que o dia foi bom — comentou ela em desdém. Enquanto eu colocava o sinto de segurança, pensava rapidamente em uma resposta. O carro já estava em movimento. — Foi sim, eu... aprendi a dirigir. — Como? — Ela pisou no freio bruscamente, fazendo um som alto. — Isso, eu aprendi a dirigir. — Legal. — Ela voltou a conduzir o carro de forma normal, mas eu sabia que ela estava furiosa por dentro. Sabe, diário, minha mãe, desde cedo, disse que eu nunca iria aprender a dirigir e que se eu quisesse aprender, teria que fazer isso sozinha e jamais poderia usar o carro dela. Na realidade, nunca e
— Foi, mas nunca mais use meu carro. Você acabou com os meus pneus. Conti ao máximo uma risada. Ela tinha razão. Eu mesma peguei minhas malas pra não ter que me despedir da minha mãe. Passar férias com ela foi muito desagradável. A melhor parte de todos esses dias de férias, sem dúvida, foi a festa da Carol. Se eu não tivesse ido nessa festa, jamais teria beijado o Dani. Entrei no colégio e caminhei até meu quarto. Hoje parecia novamente meu primeiro dia de aula. Só que agora já estou acostumada com o caminho. Nada mais nesse colégio me parece estranho. Conheço várias das pessoas que passam por mim e acho que por tantas coisas idiotas que já fiz por aqui, comecei a ficar popular. A maioria das pessoas me cumprimenta dizendo: "Oi, Hello Kitty", "como vai, Ale?
Demorou um tempo até eu realmente acreditar que Geovanna — uma das minhas melhores amigas — estivesse mesmo na minha frente com um largo sorriso, provavelmente pensando a mesma coisa que eu nesse momento. Claro que no fim, tudo acabou do mesmo jeito: um abraço apertado. — Sandrinha! — exclamou ela durante nosso abraço prolongado. Acabei soltando uma risadinha com o apelido. Fazia muito tempo que alguém não me chamava assim — e que quase me enforcasse durante um abraço. — Achei que não viria, mas você não sabe o quanto eu to pirando por ver você aqui — disse mantendo aquele largo sorriso no rosto. — Como não vir? Estava ansiosa pra te reencontrar. — Sendo assim, vem! Entra lo
— Joga água em mim porque eu estou pegando fogo! — gritou no meu ouvido histericamente. — Alessandra, ele é lindo! Aliás, ele é muito gostoso. Quer dizer, olha esses lábios! Amiga, me perdoa, mas se você não tivesse a fim dele, eu daria um jeito de invadir a casa desse garoto e beijaria como nunca fiz com ninguém! Com tanta vontade que eu morreria por falta de ar! E você deveria fazer o mesmo. Vai deixar uma chance dessas passar? E os olhos dele? São perfeitos. É óbvio que ele tem namorada... Nenhum tipo de garoto desse é solteiro. — Depois de todo esse seu discurso, acha que eu tenho chance? — pergunto com um certo tipo de esperança. — É... talvez. — Talvez? — Lá se vai toda minha esperança.