Apoios Discretos e Tensões Crescentes AriaOs dias parecem pesar mais a cada encontro. Cada vez que vejo Alexandro, a sensação de sufocamento cresce dentro de mim. O ciúmes dele, embora disfarçado de arrogância e ironia, me deixa tensa e inquieta. Mas o pior é que eu não posso demonstrar fraqueza. Não posso.Ainda não contei a ninguém sobre a gravidez. O medo de Alexandro descobrir antes de eu estar pronta para falar me consome. Ele nunca quis filhos, aliás nunca quis nem família, sempre foi um solteiro convicto. Como vou contar que será pai, ele vai se sentir preso, acorrentado, e o amor que sinto por ele será ironizado e tido como ambição e ganância. E meu filho será nada menos que uma arma para prendê-lo e isso eu não posso permitir!E como se não bastasse, com tudo o que está acontecendo na empresa, não posso arriscar ser vista como uma distração. Não antes de eu ter certeza de que a situação está sob controle.Quando a reunião terminou, senti uma leve dor nas costas. Não po
O Peso do Amor e da Humilhação AriaO relógio da sala marca a madrugada, mas a insônia me acompanha como uma sombra persistente. Alexandro ainda não voltou para o quarto. Eu o vi, pela última vez, sentado na sala de estar, com os olhos fixos no celular. Não sei se ele está esperando algo, mas seu silêncio é mais ensurdecedor do que qualquer palavra. E eu? Estou aqui, no limiar de uma decisão que parece impossível.O amor que sinto por ele se mistura com a raiva, a frustração e a desesperança. Como posso amar alguém que constantemente me humilha? Como posso continuar desejando a atenção de um homem que só me vê como uma peça em seu jogo? Minha cabeça gira, e a sensação de que estou perdendo a razão se torna cada vez mais forte.Alexandro nunca foi fácil de lidar. Sua inteligência cortante, sua obsessão pelo controle, tudo isso sempre me fascinou e me assustou ao mesmo tempo. Quando nos encontramos, parecia que ele era o único capaz de compreender minha complexidade, minha ambiçã
A Revisão dos Arquivos AdrianoO ar na sala de reuniões está pesado, carregado de uma tensão que quase consigo cortar com as mãos. Alexandro e eu estamos sentados em frente ao grande escritório de madeira, ambos olhando para os arquivos espalhados sobre a mesa. O ambiente está silencioso, exceto pelo suave som da campainha do relógio na parede. Cada segundo parece se esticar como uma corda prestes a romper. Ele não diz nada, mas sua presença é sufocante. Eu sei que ele está mais atento do que nunca. Algo mudou nele desde o acidente. Algo que eu ainda não entendi completamente, mas que está claro: Ele está em busca de algo. Talvez a verdade. Ou a maneira de salvar a empresa.Ele pega o primeiro arquivo, com as informações mais recentes sobre os projetos dos hotéis, e começa a folhear as páginas sem pressa. Eu observo o movimento das suas mãos, a maneira como ele foca em cada detalhe. Não é como ele costumava fazer. Antes, ele estava confiante, totalmente no controle, sempre à f
O Peso do SilêncioÁriaA manhã começa como todas as outras, mas algo em meu corpo me diz que hoje será diferente. Eu acordo com uma sensação estranha, um desconforto leve, mas persistente, que parece estar se tornando parte de mim. Meu estômago está um pouco enjoado, mas não é só isso. Sinto uma fraqueza nas pernas, e uma espécie de fadiga que não consigo explicar. Sento na beirada da cama, passando a mão pela testa, como se estivesse tentando afastar o cansaço, mas é inútil. O calor no meu rosto aumenta, e eu respiro fundo, tentando me acalmar. Há algo que não está certo, e eu sei disso.Quando me levanto para ir até o banheiro, vejo no espelho os sinais da noite mal dormida:Olhos inchados, um cansaço visível no meu rosto. Tento ignorar, mas a sensação no meu corpo se intensifica. O enjoo parece piorar, e, por um momento, fico parada, tentando entender o que está acontecendo. Eu sei que algo está mudando dentro de mim, mas ainda não posso acreditar. Não posso mesmo. Eu… não pos
A Verdade ReveladaÁriaChego em casa com as mãos trêmulas e a cabeça cheia de pensamentos confusos. O peso dos testes na bolsa parece maior do que realmente é. Subo as escadas lentamente, sentindo que cada passo ecoa como um tambor, marcando o ritmo das batidas aceleradas do meu coração. O corredor parece mais longo do que nunca, e quando finalmente chego à porta do meu quarto, paro por um momento, tentando recuperar o fôlego.Fecho a porta atrás de mim, isolando-me do mundo exterior. O silêncio da suíte é quase esmagador, mas ao mesmo tempo, me oferece um refúgio. Larguei a bolsa sobre a cama, sentindo um nó na garganta. Com mãos hesitantes, retiro os testes, um por um, e olho para eles como se carregassem uma sentença de vida ou morte.Caminho até o banheiro, ligando a luz e fechando a porta atrás de mim. O espelho reflete meu rosto pálido e meus olhos ansiosos. Coloco os testes sobre a pia, tentando reunir coragem para enfrentar o que está por vir. Cada movimento parece lento
O Fogo do CiúmeAlexandroÁria não está em casa. Procurei por ela em cada canto, mas não há sinal algum. Uma inquietação crescente toma conta de mim, como uma tempestade se formando no horizonte. Tento dizer a mim mesmo que não é nada, que ela deve ter saído para algum compromisso qualquer, mas a ansiedade me corrói.Sento-me na sala, mas não consigo relaxar. Meu pé bate impacientemente contra o chão, e minha mente começa a imaginar cenários que não quero acreditar. Ela saiu sem dizer nada. Será que foi encontrar alguém? Será que tem outro homem?Essa ideia me deixa furioso. Sinto o sangue ferver em minhas veias, e meu coração acelera. A imagem de Ária, com seu jeito quieto e misterioso, torna-se ainda mais provocante na minha mente. Eu odeio o controle que ela tem sobre mim, o poder que exerce mesmo sem perceber.— Onde você está, Ária? Murmuro para mim mesmo, minha voz carregada de raiva e frustração.Cada minuto que passa é uma tortura. O silêncio da casa parece zombar de mim,
O Fogo do Ciúme.AlexandroA raiva queima dentro de mim enquanto ela sobe as escadas, como se tivesse ganhado alguma batalha que só ela conhece. Fico parado por um momento na sala, tentando recuperar o controle. Mas não consigo! A sensação de que estou sendo deixado de fora, de que ela esconde algo de mim, me consome.Olho ao redor da sala, o ambiente cheio de detalhes que sempre pareceram frios e impecáveis: O sofá de couro preto, os quadros abstratos nas paredes, a iluminação moderna. Agora tudo isso parece vazio, incapaz de conter a tempestade que estou sentindo. Minha mente está fixa nela, em Ária, e no que ela pode estar escondendo.Sem pensar muito, subo as escadas rapidamente. O corredor está mergulhado em uma penumbra, as luzes suaves do teto criando sombras nas paredes. Minha respiração está pesada quando chego à porta do quarto dela. Não bato. Simplesmente abro a porta com força, sentindo um impulso que não consigo controlar.Ária está de pé perto da janela, a luz fraca
O Peso da DescobertaÁriaO quarto está silencioso, exceto pelo som ritmado de sua respiração ao meu lado. O calor do corpo de Alexandro ainda me envolve, um lembrete vívido da intensidade do que acabamos de compartilhar. Meu coração está acelerado, mas não de medo ou ansiedade. É uma sensação de plenitude, algo que não sinto desde há noite que passamos juntos e que infelizmente Alexandro não se recorda por causa dessa amnésia.Enquanto a lua ainda ilumina parcialmente o quarto, me aninho mais perto dele, sentindo o peso de seu braço sobre minha cintura. O toque é firme, protetor, e por um breve momento permito-me acreditar que, talvez, possamos superar as tempestades que sempre ameaçam nos consumir.Meus pensamentos vagam enquanto olho para o rosto adormecido de Alexandro. Há tanto nele que poucos enxergam. Sob a fachada de arrogância e controle, há um homem vulnerável, ferido por tantas traições e perdas. Meu peito se aperta com a dor de saber que, mesmo agora, ele não confia c