Cindy Collins
Voltar a rever as coisas que não via há anos, fazia meu coração saltitar de alegria. A ansiedade de voltar a ver tudo que deixei para trás era sem igual.
Observando as nuvens pela janela do avião, começo a me recordar do dia em que estava indo para a África, eu estava ansiosa pois seria minha primeira obra missionária.
E hoje estamos voltando para casa depois de longos três anos. A obra lá foi muito árdua, mas quem disse que tudo na vida é fácil?— Está ansiosa para rever os primos? – pergunta Safira, minha madrasta atraindo minha atenção para si.
Meus pais são separados há um bom tempo. Minha mãe mudou de um dia para o outro começando a usar drogas e a beber, o que estava ficando difícil para meu pai. Ele tentou de tudo para ajuda-lá, mas infelizmente ela não quis ajuda, nos abandonou e foi morar com outro homem.
Desde então não tivemos mais contato com ela. Eu agradeço a Deus por ter colocado Safira no caminho dele, ela chegou na hora certa, mas no início não foi assim. Eu orava a Deus pedindo para tirá-la de perto dele, mas acabei criando um afeto por ela e hoje a considero muito.Me lembro como se fosse hoje, as travessuras que fazia com ela.
Sabe aquela fase que odiamos as madrastas? Vemos elas como se fossem a madrasta má da Cinderela? E fazemos de tudo para separá-la de nosso pai? Foi o que fiz com Safi. Coloquei sapo enquanto ela dormia e larvas em sua comida. Papai uma vez ficou bravo comigo porque derramei suco no vestido branco dela. Essa foi a minha melhor cartada e ela ficou sem falar com ele por um mês. Eu achei que tinha conseguido me livrar dela, quando do nada ela chega em casa e papai anuncia que estavam noivos.
Quase tive um treco nesse dia, mas essa fase de enteada louca já passou, eu e ela nos damos muito bem agora.
E os acho lindos juntos.Safira é seis anos mais nova que meu pai. Ela tem cabelos pretos como a noite e olhos verdes quase cinza e uma corpo extremamente escultural.
Apesar de mais velho, meu pai também não deixa a desejar, com seus cabelos castanhos escuros e olhos verdes claros e um corpo bem trabalhado.— Estou – abro um largo sorriso — Não vejo a hora desse avião pousar – respondo, desviando o olhar novamente para as nuvens e deixando meus pensamento serem levados para longe.
Voltar para a cidade onde nasci e cresci era simplesmente a melhor sensação, mesmo com o afastamento da minha mãe, tenho boas recordações do lugar.
Principalmente dos meus primos, que juntos deixavamos nosso país com os cabelos em pé.Estávamos sempre aprontando alguma travessura, que nos levava a ficar de castigo, mas qual é a criança que não faz algo errado?
" Se você tiver uma criança e ela não aprontar algo, pode ir no hospital examina-lá pois não é uma criança normal." – Sorrio ao pensar nisso.
— Pensando em alguém, fofinha? – pergunta meu pai me tirando de meus pensamentos.
— Não, na verdade tô relembrando alguns momentos engraçados.
— Que ótimo. Então deve lembrar da vez que você jogou sorvete em mim.
— Ah pai, isso eu tinha cinco anos, faz muito tempo, me recordo muito pouco – digo rindo.
Era uma das melhores lembranças que eu tenho da minha mãe, esse dia havia sido muito especial para mim. Não me recordo perfeitamente, pois eu era muito pequena e toda vez que meu pai relembra esse dia a imagem dela vem em minha mente.
Então foi o início para um longo diálogo sobre lembranças, só as boas.
As horas passaram tão rápidas que nem percebi que o avião havia pousado.
Papai e Safira saíram primeiro do avião, eu fui a última a desembarcar. Enquanto caminhava para fora vi uma criança deixar a boneca cair no chão. Apressei os passos, peguei o brinquedo e fui entregá-lo.
— Acho que isso é seu – digo me aproximando dela, que acabara de sentar em uma das cadeiras.
— Obrigada, moça – diz, pegando a boneca.
— Onde estão seus pais? – pergunto, me sentando na cadeira ao lado.
— Estão ali – responde e aponta para um casal que pegava umas malas.
A garota tinha uns seis anos, era ruiva, tinha lindos olhos azuis e um sorriso muito fofo. Me levantei para ir me encontrar com meus pais, quando sinto ela segurar em minha mão.
— Moça, meu amigo mandou lhe dizer que se fortaleça, porque ele tem uma grande missão para você e ele sabe que você é capaz de cumpri-la – diz com sua voz de criança tropeçando em algumas palavras.
Abro um largo sorriso com o que de ouvir, pois tais palavras não saíram do nada da boca de uma criança.
— Vamos Nina! – ouço seus pais chama-la, olho para eles que estavam a poucos metros à frente.
— Tchau, fofa – digo me abaixando para lhe dar um abraço.
— O Preço de uma alma não é fácil, mas tenha fé que Ele é contigo – sussurra ela em meu ouvido me abraçando bem forte. — Tchau – diz por fim com um sorriso angelical no rosto.
Fico a observando sumir no meio da multidão. Quando Deus quer nos
dar um recado ele usa qualquer um, principalmente crianças que são inocentes."Obrigado Senhor, sou um instrumento em tuas mãos, que seja feita a Sua vontade "
Chon Smith
Sou acordado por meu pai puxando o lençol e abrindo as cortinas, fazendo o sol invadir meu quarto.
— Ah não pai – resmungo cobrindo o rosto com o travesseiro.
— Chon Smith, não me faça acordá-lo com um balde de água gelada – ele diz, fazendo com que eu sente na cama rapidamente. — Vamos ou iremos nos atrasar.
— Para onde vamos?
— Igreja, esqueceu que você me prometeu ontem?
— Nossa, não vai dar – falo colocando a mão na cabeça. — O vovô me chamou para ir ajudá-lo a cortar a grama do quintal.
Ele para e fica me olhando desconfiado. Logo solta um suspiro alto.
— OK, vá ajuda-lo. Só não o mate do coração com suas histórias sem graça – diz e sai do quarto.
Tenho 18 anos e meu pai me trata com se eu tivesse oito, o que me deixa irritado. Pedi para ir a uma festa ontem e ele me deixou ir, mas com uma condição: eu teria que ir para a igreja. A ideia de ir ajudar o vovô foi um truque de mestre excelente.
E quem vai pra igreja oito horas dá manhã?
Meu pai vive me forçando a ir para a igreja, mas eu não boto o pé lá desde que perdi minha mãe, a pessoa mais preciosa da minha vida.
Ela quem me levava para a igreja, mas "ele" não teve compaixão e a tirou de mim.Me levanto, vou direto tomar um banho. Tenho que sair para combinar com os manos como vai ser a festa de hoje à noite.
Depois de 30 minutos no banho, saio enrolado na toalha, procuro qualquer roupa, me visto e desço as escadas indo direto para a cozinha. Tomei café rápido e logo saio.Fui para a praça, local onde sempre nos reuníamos. Me sentei em um dos bancos de madeira e fiquei esperando meu amigo aparecer. Enquanto ele não chega me perco em meus pensamentos observando algumas crianças que brincavam com seus pais.
Percebo que uma senhora de idade se aproxima do banco em que eu estava e se senta ao meu lado.
— Bom dia, jovem – diz ela.
— Bom dia – respondo esboçando um sorriso de lado.
Voltei a olhar para frente, mas senti o olhar da senhora sobre mim, olhei
disfarçadamente para o lado e ela sorriu, retribui o sorriso e voltei a olhar para frente.— Rapaz – chama ela e eu olho. — Sabia que Deus tem um grande plano na sua vida? Ele te quer de volta nos caminhos dEle. Não conseguimos fugimos dos planos que Ele tem para nós, podemos seguir um caminho oposto do que Ele quer, mas no fim acabamos sempre chegando onde Ele sempre quis. – as palavras que saiam de sua boca fazia meu coração estremecer — Nunca culpe Deus por algo que ele não teve culpa. – ela estava praticamente falando da minha mãe. — Deus tem um propósito para tudo, você verá sua vida mudar de uma hora para a outra que nem você mesmo irá acreditar. – ela se levanta olha pra mim, que estava atônito com tudo que ouvia e abre um leve sorriso e vai embora logo em seguida.
Anos antes... Em Angola... Cindy CollinsEstávamos em missão há cerca de um ano. No início tudo foi difícil, parecia que não íamos conseguir completar nossa missão, mas quando temos fé num único Deus, tudo se torna possível." Até mesmo em uma terra infértil, é capaz de brotar a mais bela flor", essas eram as palavras de meu pai para nos dar ânimo a prosseguir com nosso objetivo naquele lugar.Em um ano, havíamos construído uma pequena comunidade, com casas e parquinho para as crianças brincarem. Tudo foi feito do zero, criado com barro e madeiras com a ajuda dos moradores. No centro do pequeno vilarejo, havíamos construído uma pequena e simples igreja, mas que cab
Dias atuais.... Cindy CollinsSaímos do aeroporto em um táxi. Fiquei o tempo todo pensativa no que ouvi, não que tivesse duvidado de algo, mas porque não seria uma jornada fácil.— Fofinha, está tudo bem? – pergunta papai tocando em meu ombro.— Está sim – respondo forçando um sorriso e volto a olhar para a janela.Não gosto muito de expor meus problemas para meu pai, não quero que ele vire um pai coruja.O carro para em frente a nossa casa me fazendo sorrir feito boba. Ela estava perfeitamente linda, tio John caprichou mesmo na reforma.Saímos do carro. Pego minhas malas e começo a me aproximar da casa, relembrando cada momento que passei al
Chon SmithAcordei com o despertador fazendo o barulho de sempre. Dei um pulo da cama e fui para o banheiro, joguei água no rosto e fiquei me encarando no espelho por alguns minutos.— Preciso dormir mais – resmungo, passando a mão no rosto.A festa ontem durou até às quatro da manhã, foi uma mistura de loucura com diversão. Olho para a mancha roxa que estava em meu pescoço, e abro um sorriso de lado relembrando o que tinha acontecido. Posso dizer que foi a melhor noite que já tive até agora, principalmente com duas garotas ao mesmo tempo.Tomo um banho bem demorado, visto uma roupa simples e desço as escadas bem devagar, desejando que meu pai j&aacu
" Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." Cindy CollinsAcordo com o despertador tocando, marcando 6 horas da manhã. Solto um suspiro de frustração, só de pensar que devo ir para a escola naquela preguiça de sempre.Me levanto indo em direção ao banheiro para tomar um banho bem quente e tentar me acalmar, faço minhas higienes de rotina, troco de roupa vestindo uma calça jeans, sapato, blusa e casaco pois estava frio.Pego a mochila que estava dentro do guarda roupa e meu celular em cima da mesinha.— Ah, já ia me esquecendo – volto para perto da cama e me ajoelho, começando a orar."Pai me desculpe, mas minha cabeça está um pouco aérea, eu ia esquecendo de orar, me perdoe. M
Cindy CollinsNão vi mais o Chon nem a My, no restante do dia, mas em compensação Naty me apresentou seus amigos.Will, o hacker e artista do grupo, um dos mais inteligentes do colégio, com apenas 16 anos supera até alguns professores. Ele tem pele clara, olhos verdes e cabelos castanhos escuros, que usa num penteado boêmio.Vitorya, a tímida e a mais calma do grupo, tem a mesma idade que a Naty, 15 aninhos, é loira de olhos azuis cinzentos, não é muito alta mas também não é tão baixa.E por fim, Dylan, o garanhão da turma e o mais velho também, ele tem dezessete anos, mas vive agindo como uma criança de cinco, seu cabelo
Mylenna MüllerMe acordei de manhã com uma imensa alegria, que nunca havia sentido. O dia pra mim não era trevas como antes.— Que dia lindo – digo olhando pela janela o sol nascendo.Tomo um banho, me visto, penteio os cabelos, pego a mochila e desço as escadas.— Hum.... Que delícia – falo entrando na cozinha e sentindo cheiro de torta.— Fiz a sua preferida querida – fala tia Anna.— Tudo meu? – pergunto me sentando à mesa.— Tem algum ser na sua barriga para comer a torta toda? – diz Tio David entrando na cozinha e me fazendo paralisar." Será que eles sabem? Mas quem contou? Meu Deus o que vou fazer? ", pensei.— My! – chama Anna. — Es
" Traçaste teu próprio caminho, e nele andarás"Uma semana depois... Chon SmithFaz dias que não vejo aquela garota insuportável. Tenho certeza que ela seguiu meu conselho e se afastou de nós.Nesses dias descobri que My está grávida do idiota do Aiden, que já a abandonou. Ela disse que breve contará para os tios, está esperando a hora certa.Os treinos para a competição ficaram tão intensos que acabei ficando atrasado em várias outras matérias, tendo que repor tudo nos fins de semana, assim me impedindo de ter tempo de ir para a
"Deus tem um propósito para tudo, então não queria mudar o que já está escrito" — Juliana Menezes Cindy CollinsO colégio está ficando cada vez mais rígido, e cansativo nas matérias. Chon não falou mais comigo depois que eu lhe disse para aprender a falar. My se tornou uma amiga inseparável é já foi à igreja três vezes. Seus tios surtaram quando a viram lá, a alegria deles foi tanta que apresentaram ela para toda a congregação.Estou a incentivando a dizer para os tios sobre sua gravidez