Capítulo 4

Três anos depois

Sebástian

Depois de muitos anos juntando minhas economias, finalmente pude comprar a fazenda de Ágar e me tornar o dono de todo um império. Logo que soube que as terras seriam vendidas no leilão, a preço de banana, por conta de diversas dívidas, não hesitei em comprá-las. Como um peão modesto, confesso que essa situação era uma utopia. Tomar posse do território que antes era de meu patrão, o tal que fugiu com minha ex mulher, se tornou meu objetivo de vida. Senti que tirando uma parte que pudesse ser destinada a Soraya, seria um modo de fazê-la pagar por tudo que fez, mas a verdade é que não consigo agir ao lado da vingança. Meu coração está em paz por conquistar o que sempre sonhei, e não posso estragar minha vida com pensamentos em quem não merece.

— Ela foi muito burra.

— Ainda pensa nessa mulher? - pergunto enquanto encaixo os botões da camiseta. Giro para que ela possa dobrar as mangas.

— Não há como não pensar. Você nunca foi um homem sem ambições, pelo contrário, sempre batalhou. Juntou suas economias e comprou a fazenda do velho. Bem feito. Se na época que eram casados, ela tivesse a mínima vontade de saber sobre seus interesses, não havia feito a idiotice de te abandonar.

— Ela sabia. O problema é que nunca ficaria satisfeita. Mais cedo ou mais tarde, iria me trocar por um homem com mais posses. Pessoas do seu tipo, sem escrúpulos, gananciosas, não se contentam com o que tem, sempre estão em busca de mais.

— Espero que Soraya esteja na miséria. Coma o prato que a coisa ruim amassou. Até hoje, quando lembro, rio da forma em que foi escorraçada da fazenda.

Ela sorri de um jeito estranho. Cerro os olhos. Será que foi a autora por toda aquela humilhação? Balanço a cabeça. Bem seu jeito fazer isso.

— Chega mãe. Não quero pensar nela. Hoje é um dia mais do que especial. Meu noivado com Diana, e nada nem ninguém destruirá isso, muito menos quem já está morta e enterrada.

— Fico feliz que tenha esquecido aquela ingrata. - sorri gentil. — Até mais querido. - com um beijo cálido se despede.

Sozinho, posso relaxar e descaracterizar de toda a minha armadura. Abro a gaveta e saco a única foto que deixei de Soraya. Minha desculpa para tê-la é para que meus filhos saibam quem os gerou. Acredito que terei que contar a história verdadeira, pois temo que queiram ir a sua procura, e não aguentaria quando voltassem aos meus braços ressentidos pela rejeição da mãe.

Também não posso negar que três anos depois ainda sinto algo por ela. Soraya foi o grande amor da minha vida, a primeira mulher, a quem mais amei. Chorei noites a fio, com a mínima esperança que pudesse se arrepender e voltar aos meus braços. Me enganei. As lembranças me atingem fazendo meus olhos se encherem d'água. Seco as lágrimas e com a foto em mãos, vou para o celeiro, o lugar que mais me faz recordar de minha ex esposa. Sorrio sem vontade. Aqui foi onde tivemos nossa primeira noite de amor. Ela tinha seus dezessete anos, e eu estava no auge dos meus vinte e um. No fundo, eu sabia que não me amava, contudo, eu sempre fui apaixonado por aquela morena de olhos castanhos. Soraya sempre me ignorava. Era como um jogo de sedução, ela dava as cartas e eu a deixava ganhar.

Recordações:

Está louco! Se meu pai souber que estou aqui, irá me matar, ainda levo você junto.

Estou louco sim. Louco por você. Completamente apaixonado. Não sabe como esperei por isso meu amor.

Com pequenos beijos, vou deixando meu rastro por sua pele. Sinto arrepiar. Com as mãos calejadas, retiro a alça de seu vestido vermelho, expondo seus seios. Ela se contorce em meus braços. Visivelmente Soraya nunca sentiu o que é prazer. Ser o primeiro, deixa-me mais excitado, com êxtase de fazê-la minha mulher. Em meus lábios, envolvo a protuberância de sua carne. J**a a cabeça para trás. Tampo sua boca para não gritar.

Enquanto sugo um de seus seios, massageio o outro. Faço movimentos circulares com as pontas dos dedos, a fazendo ouriçar. Começo a caminhar novamente, encontro sua intimidade a pulsar. Tenta fechar, mas forço mantê-la. Abocanho com toda fome que sinto. Soraya geme como uma gata manhosa, pesca meus dedos e começa a chupá-los. Isso acabou comigo.

Um tempo depois, abri o zíper de minha calça. Tampo novamente sua boca e entro com força de uma só vez. Ela arregala os olhos, soltando um grito abafado. Percebo que fiz merda. Nunca havia retirado a virgindade de alguém, acreditei que seria como arrancar um dente, de uma vez seria melhor.

Me

desculpe. A beijo a fim de retratar-me. Vagarosamente se acalma, e o clima quente retorna.

Naquela noite, cansados após a transa, deitamos um ao lado do outro. Fixei em seu rosto. Era nítido como o prazer havia dominado. Sorria como uma boba, como se ainda estivesse a satisfazendo. Tive a certeza que era a mulher que eu me casaria. Por dentro estava eufórico. Meu amor por Soraya era como uma obsessão. A conhecia desde a infância, a vi crescer, e com ela meu amor cresceu junto. Então saquei a aliança em meu bolso e a pedi em casamento. Sua resposta foi uma gargalhada extravagante a qual me deixou envergonhado.

Eu nunca me casarei com você.

Tempos atuais:

E acabamos casando por obrigação de seus pais. Eles acharam que ela poderia estar grávida. O que mais me incomodou foi saber se os gêmeos eram meus, pois eu não sabia há quanto tempo havia relações extra conjugais. Fizemos o teste de DNA, foi comprovado que são meus. Dei graças a Deus por isso. Meus filhos são o único motivo que tenho para viver, e creio que se houvesse dado negativo ainda assim os amaria.

Olho para sua foto novamente. Esse amor tem que morrer. Pego um esqueiro no bolso, acendo e queimo sua foto. A vejo sumir lentamente. Assim é melhor. Inventarei uma história qualquer, que morreu no parto, não sei, mas meus filhos nunca saberão quem é essa mulher.

//

A música rola solta. Todos estão felizes, dançando e bebendo. Eu não bebo há algum tempo, contudo, acabei me permitindo pelo fato do meu noivado. Diana está linda. Já nos conhecíamos. Ela era uma das mulheres que trabalhavam para Leandro. Seus cabelos loiros destacam suas bochechas rosadas, principalmente quando bebe champanhe e timidamente sorri.

Você não está bem. Eu sei disso.

— Como sabe?

— Enquanto administrativa a fazenda do patrão, eu suspirava pelos cantos guiando meus olhos por onde passava. Sempre muito reservado, bruto, porém, em festas demonstrava a pessoa alegre que é.

Sorrio de lado.

— Ainda pensa em Soraya, não é mesmo?

Puxo para que sente ao meu colo. Enlaço em sua cintura, e pensativo busco pela resposta. Ela não gostaria de ouvir.

A verdade é que não sei quando vou esquecer aquela mulher. Não sei se é pelo fato de termos um elo que são nossos filhos, ou se eu ainda sou um caipira idiota que não se deu conta que acabou, que era tudo uma grande mentira.

— Você é um bom homem. Honesto, sincero, trabalhador. Eu te amo Sebástian. Amo os seus filhos como se fossem meus. Acredito serem meus, mesmo não tendo nascidos de mim. Ajudei a cuidar desde recém-nascidos. Minha vida gira em torno de amá-los.

— Minha mãe e você foram a base para que eu pudesse continuar.

— Quero ser mais do que isso. Estamos em nosso noivado, porém, sua mente está em outra pessoa. Me permita entrar verdadeiramente na sua família, cuidar dos seus filhos, cuidar de você. Prometo que enquanto estiver ao seu lado, eu o farei todos os dias o homem mais feliz desse mundo. Só uma chance. É isso que eu te peço.

Nos olhamos.

— Por favor. Preciso que me ame, como eu te amo Sebástian.

Junto as sobrancelhas. Sobe uma vontade incontrolável de beijá-la, assim o faço. Ao decorrer do beijo, sinto sua pele umedecer. Ela está chorando. Afasto por alguns segundos a fim de encarar seus belos olhos verdes. Os enxergo inundados, dobrados de tamanho. A beijo novamente, e percebo quem realmente devo amar.

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