EthanCarol abraçou Valy a consolando, enquanto o médico nos desejava seus mais profundos sentimentos por nossa perda. Eu sentia minha mente anestesiada, não era possível que ela tivesse partido assim. Nós nem tivemos a chance de nos despedir!Eu desabei em uma poltrona vazia sentindo o mundo se quebrar ao meu redor. A última imagem que eu teria dela era de seu pior momento, presa em um delírio com o rosto sujo de sangue em meu carro.Meu olhar voltou às minhas irmãs, Jason tinha assumido as rédeas da situação consolando sua esposa, enquanto as amigas de Valy cuidavam dela. Mas eu... eu estava sozinho naquele momento.Eu respirei fundo segurando as lágrimas que ameaçavam chegar aos meus olhos. Mas naquele momento outros assuntos precisavam de minha atenção, e eu deveria fazer o possível para poupar minhas irmãs. Eu pedi que Jason as levasse para casa enquanto eu cuidava de toda a burocracia necessária.Já era de madrugada quando voltei para a casa de minha mãe. Valerie tinha adormecid
Ethan— Está pronto para isso? — Destiny parou ao meu lado na frente da agência funerária.Estava na hora de iniciar a cerimônia fúnebre de minha mãe, minhas irmãs já tinham entrado, mas eu me mantive ali na frente da casa, sem forças o suficiente para seguir em frente.— Não — eu admiti.Ela entrelaçou nossos dedos antes de se colocar em movimento, me guiando para dentro. Minha presença logo atraiu a atenção das pessoas ali presentes, mas ao contrário de Valy e Carol, poucas se aproximaram de mim, me fazendo agradecer por aquilo. Nós nos sentamos na primeira fileira, aguardando que a cerimônia se iniciasse. Eu sentia um enorme vazio crescer em meu interior conforme as homenagens ocorriam.Dess manteve sua promessa segurando minha mão o tempo inteiro, Valy parecia não se interessar nem um pouco pela presença dela ali, para meu alívio. Mas Carol estava curiosa para entender toda a situação. Minha homenagem foi deixada para o final, eu havia passado a noite inteira trabalhando em algo p
DestinyEu despertei ouvindo o som dos pássaros do lado de fora, me espreguicei antes de me aninhar de novo em Ethan, eu pensei que jamais voltaria ali depois de tudo o que passamos, mas depois de um ano e meio, ali estávamos.— Vamos Destiny, eu sei que você está acordada — a voz do meu namorado soou suave em meu ouvido — precisamos levantar.— Ou nós podemos continuar aqui e matar a saudade dessa cama — eu propus abrindo os olhos para encará-lo.— Você já se esqueceu do motivo que nos trouxe de volta ao Hawaii? — Ele ergueu uma sobrancelha, me fazendo bufar.Eu me sentei, voltando a me espreguiçar, vendo a paisagem através da janela de meu antigo quarto na casa do Hawaii.— Ele convenceu mesmo todos a participar disso? — eu suspirei, pensando na loucura que Vito inventou na última semana.— Na verdade ele apenas te convenceu, e você me obrigou a vir — Ethan deu de ombros — e Valerie aproveitou a oportunidade de conhecer o lugar.Eu me levantei, buscando por uma roupa na mala enquant
Ethan— Você não pode estar falando sério — Débora gargalhou sentada ao lado de Dess.Ela estava com o pé engessado em cima de outra cadeira. Nós estávamos reunidos em um luau no Marriot's, aproveitando a noite enquanto Dess relatava tudo o que acontecera na cerimônia de divorcio de seus pais.— Eu juro que nunca vi meu pai com ciúmes da minha mãe — ela gargalhou — ele estava prestes a encontrar um substituto para a compreensão ali mesmo.— Compreensão? — Valy questionou bebericando seu coquetel.— É o taco de aço que o Sr De Angelis tem — Nicholas explicou — ele o nomeou de compreensão.— E como é que você sabe disso? — Débora franziu o cenho.— Ele me apresentou ano passado — Nicholas deu de ombros — depois daquela exposição da Dess.— O que? Por que? — foi a vez de Destiny se surpreender.— Eu também conheci a compreensão quando fomos morar juntos — eu comentei.— Disso eu sabia, mas Nicholas? Não faz sentido.— Ele queria que eu entendesse o que eu posso e não posso fazer com você
EthanEu não podia acreditar que estava embarcando de uma vez, aquela viagem havia se tornado um inferno. Na teoria, era para eu desembarcar no aeroporto de Lihue, Hawaii, treze horas depois de ter embarcado em Boston, onde eu vivia. Porém, após uma série de atrasos, escalas, e uma espera de sete horas no Aeroporto Internacional de Los Angeles pelo último voo da noite, meu único desejo era que as próximas seis horas passassem depressa para que eu pudesse tomar um banho, dormir em uma boa cama, e quem sabe, demitir minha assistente por toda aquela confusão.Apesar da exaustão eu tinha consciência de que não conseguiria dormir no avião, eu nunca conseguia. Ignorei o sorriso da comissária que me recebeu, e fui até minha poltrona, observando a aeronave deserta.A grande maioria das pessoas que embarcaram seguiram para a primeira classe, eu me acomodei em meu lugar abrindo o livro que trouxe para me distrair durante a viagem, me concentrando na leitura.Após alguns minutos, notei uma movim
Ethan— Me levar? E como você pretende me levar?— Com o meu carro — Ela respondeu — Está no estacionamento.— E você sabe o caminho? — Eu ergui uma sobrancelha — Como?— Eu moro aqui. É esperado que eu saiba o caminho.— Você não mora na Pennsylvania? — Franzi a testa.— Da onde você tirou essa ideia? — sua expressão se tornou confusa enquanto pegava a sacola que o jovem atendente lhe oferecia.— Vinte e cinco dólares — O rapaz nos encarou.— Onde está sua carteira, Ethan? — Ela sorriu, me atordoando por um momento por sua beleza, e de certa forma, pela raiva que seu atrevimento despertou em mim.— Eu só preciso saber como eu posso alugar um carro — Eu murmurei, decidido a não aceitar aquele absurdo — se você não sabe, eu posso me informar.— Você está falando sério? — Ela me encarou — Prefere gastar quatro vezes mais em um carro do que me pagar alguns doces? Eu posso dividir com você, sabia?— Você é louca — Eu murmurei.— E você é um contador chato — Ela desafiou.— Publicitário —
DestinyEu observei Ethan parado em frente ao hotel pelo retrovisor do carro e não pude conter um sorriso. Ele era uma pessoa diferente do que eu estava acostumada, tão sério e fechado. Meu completo oposto.Eu me sentia bem cansada quando embarquei naquele avião, mas a recente discussão com minha mãe sobre como eu estava desperdiçando a minha vida e que eu me arrependeria por nunca ter feito nada de útil enquanto era jovem, me manteve desperta o suficiente para perturbar o desconhecido ao meu lado.Claro que sua beleza me chamou atenção logo de cara, mas o fato dele parecer tão decidido a se manter em silêncio me instigou a obrigá-lo a falar algo, e sua voz me instigou a obrigá-lo a continuar falando mais tarde.Não demorei para chegar em casa, sentindo o cansaço de toda aquela viagem me abater. Era sempre assim quando visitava minha mãe, nosso tempo era dividido entre matar as saudades e tentar me convencer a mudar minhas atitudes ou eu nunca chegaria a lugar nenhum na vida.Bem, eu
DestinyEu observei o menino em meu colo sem saber o que fazer com ele. Suponho que eu deva conversar com ele.— Aloha Ragazzino¹ — Eu murmurei não obtendo resposta — Você deveria falar algo.O menino continuou em silêncio.— Você sabe falar, Danny? Quanto anos você tem?Ele ergueu a mão me mostrando três dedos com certa dificuldade.— Ótimo, você me entende, isso é um bom começo — Eu revirei os olhos enquanto caminhava até uma poltrona vazia no saguão do hotel.Eu me sentei ali, colocando o menino no chão antes de me livrar da minha bolsa para pegar o protetor solar na dele.— Eu devia ter feito Tim carregar minhas coisas — Eu murmurei lendo as instruções do protetor — Eu tenho que passar isso em você a cada duas horas? Sério?Ele confirmou com a cabeça.— Pelo menos você não é uma praga — Eu dei de ombros enquanto tirava a camisa do menino, o deixando apenas com a bermuda que usava, espalhando o protetor de forma adequada em sua pele.Assim que terminei minha tarefa, eu peguei as du