A noite envolvia a floresta com um silêncio quase absoluto, interrompido apenas pelo som dos passos apressados de Luigi sobre as folhas secas. Seu peito arfava, e não era apenas pelo cansaço da batalha. Algo dentro dele parecia se despedaçar a cada pensamento que tinha sobre Evangeline e Edward juntos. Ele sempre soube que seu irmão a olhava de uma forma diferente. Que o toque dele era cuidadoso demais, os olhares demorados demais. Mas nunca acreditou que Evangeline pudesse trair sua lealdade. Nunca aceitou que talvez... talvez ela nunca tivesse sido dele. A possibilidade de perdê-la para Edward apertava seu coração como uma faca sendo cravada lentamente. Pela primeira vez, Luigi se viu pensando em tudo o que havia feito. "Eu deveria ter sido mais paciente." "Eu deveria ter permitido que ela tivesse escolhas." "Eu deveria ter amado de um jeito diferente." Aquele pensamento o atingiu como um golpe. Ele não a havia amado da forma certa. Ele a possuíra. Antes que pudesse
— Precisamos nos apressar! A qualquer momento, Luigi pode passar por essa porta, e então tudo estará acabado… Acabou o nosso relacionamento, acabou a nossa família! A voz de Eduard estava carregada de urgência e medo. Ele não costumava recuar diante de desafios, mas enfrentar seu irmão era outra história. Luigi não era apenas um alfa, ele era *o* alfa. O líder supremo da alcateia, imbatível em combate e impiedoso com traidores. Eduard sabia que, se houvesse confronto, ele teria que buscar forças em um lugar onde talvez nem existissem. Evangeline o observava enquanto ele enfiava as roupas apressadamente na mala. Ela não tinha nada naquele local; sempre vivera na casa de seu pai. No entanto, a preocupação com ele a consumia. Amanda, a mulher que o cercava como uma sombra, poderia estar fazendo algo terrível com ele naquele exato momento. Mas ela não sabia que Amanda já não estava mais entre eles. — Você não deveria se preocupar tanto — disse ela, tentando manter a calma. — Sei que
O carro de Eduard avançava pelo caminho empoeirado, sacudindo violentamente a cada buraco na estrada. A velocidade era insana, mas ele não podia se dar ao luxo de reduzir. Atrás deles, a ira de Luigi vinha como uma tempestade. Evangeline segurava a lateral do assento com força, tentando conter o medo que dominava seu corpo. Seu coração batia em um ritmo descompassado. Sua barriga ainda não era tão grande, mas o bebê estava ali, crescendo dentro dela, e cada solavanco da estrada a fazia se preocupar ainda mais. Ela ainda sentia os hematomas pelo corpo, marcas que não haviam desaparecido desde a última vez que Luigi a tocara com violência. Mas a dor física não era nada comparada à dor da alma. Seu mundo inteiro passava diante de seus olhos. O começo com Christian, o amor puro que tiveram, os sonhos que construíram juntos… tudo brutalmente destruído no dia em que Luigi assassinou seu marido. Lágrimas quentes escorreram pelo rosto de Evangeline. — Por favor… se algo acontecer, que
Evangeline apertou a barriga com força, como se seu instinto maternal tentasse, de alguma forma, proteger aquele pequeno ser que crescia dentro dela. Seu coração pulsava em desespero, e seu corpo tremia. Medo. Medo do que poderia acontecer. Medo daquele olhar. Ah, aquele olhar. Ela conhecia bem demais. Luigi estava furioso. A simples possibilidade de aquele bebê não ser seu o fazia ferver por dentro. O ar entre eles parecia eletrizado, carregado de tensão e incerteza. A pergunta veio como um trovão, quebrando o silêncio sufocante. — Esse filho é meu, não é? O tempo parou. Ele esperou, mas a resposta não veio. Um minuto. Dois. Seus punhos cerraram. Seus olhos, chamas vivas de desconfiança e julgamento, fixaram-se nela com fúria renovada. — Esse filho é meu, não é mesmo? — A voz dele soou mais grave, mais ameaçadora. Ele avançou um passo, e, no mesmo instante, Edward ergueu o braço, colocando a mão firme contra o peito do irmão. Um gesto simples, mas carregado de u
O tempo havia passado como um sopro, e Evangeline sentia em cada batida de seu coração a proximidade do momento mais importante de sua vida: o nascimento de seu filho. Sua barriga, agora grande e pesada, era a prova viva da nova fase que estava prestes a começar. Ela acariciava suavemente o ventre enquanto sentia os chutes do pequeno ser dentro dela. Seus olhos brilhavam com uma mistura de alegria e ansiedade. Ao seu lado, Edward a observava com um sorriso sereno. Ele nunca havia se sentido tão completo. Depois de tudo que haviam passado, finalmente poderiam construir uma vida juntos, longe da sombra de Luigi. — Todas as noites eu peço proteção para você e para o nosso filho — disse Edward, seus dedos percorrendo a pele esticada da barriga de Evangeline. — Sei que será um menino forte, um guerreiro, alguém que honrará nossa linhagem. E agora que desmascarei Luigi, o posto de Alfa será meu. Evangeline ergueu o olhar para ele, segurando seu rosto com ternura. — Meu amor, o posto
O relógio marcava 20:00 na cidade de Origem. Luigi não sabia o que fazer para evitar que os seus pais morressem. A feiticeira Sol, havia distribuído um feitiço paralisante em Anny, a mãe do lobo, na qual a deixava imobiliza com adendo de extrema dor, contorcendo os seus órgãos.Ele e seus irmãos atacaram Anny, pobres lobinhos, mal conseguiram ultrapassar a barreira solar que colocou em sua frente. Trevor, o pai dos lobinhos, sabia que existia apenas uma maneira dela parar sua magia, atacando o seu companheiro, o alfa Hector. No mesmo instante que percebeu as intenções, ela desviou o seu poder para Trevor.A luta estava incessante. Alfa contra alfa. O sangue de Hector escorria por toda a parte, enquanto a pele superior das costas de Trevor havia sido descolada, o fazendo gritar de dor. Amedrontada que seu marido morresse, Sol usou de sua magia hipnotizante. Procurou as seguintes palavras: Você é meu lobo, o seu corpo e mente são minhas, olhe para mim alfa, olhe para mim.Automaticament
Para que a notícia não se espalhasse rapidamente, e isso pudesse atrapalhar os seus planos, Luigi fez questão de ir à matilha do falecido, e matar todos os que habitavam nela. De uma maneira estratégica, ele havia colocado fogo no local, com a intenção de aparentar que foi algo acidental, causado por um dos membros da matilha. Se pudessem ter o mínimo de desconfiança que alguém causou a matança, a filha de Hector saberia, e logo o casamento seria anulado.Do outro lado, a história que chegou para Evangeline, era que alcateia de seu noivo havia sido devastada, contudo, felizmente ele havia sido o único que sobrou por conta de ter saído minutos antes para caçar. Ela respirou aliviada pelo casamento ainda permanecer vivo. Por ter dezoito anos, acreditava que era chegada a hora de se comprometer com alguém. Esperava ansiosamente para ver o rosto de seu amado, e selar finalmente o acordo entre os dois.Ela era uma menina meiga, que acabava de entrar na fase adulta. Possuía sonhos altos que
Demorou cerca de 3 horas para eles chegarem em seu destino. A casa que Hector havia construído para sua filha herdar, agora era de Luigi. O acordo que assinaram, afirmava que a propriedade estava nos nomes dos dois, porém, claramente, Luigi não iria permitir que Evangeline aproveitasse nenhuma área daquele local. Assim, a grande casa seria somente dele, principalmente quando ele desse um fim na vida da esposa.A mulher soltou um suspiro de admiração, quando vislumbrou o local. Em toda sua idade, ainda não tinha presenciado a casa que o seu pai havia construído. Não se tratava de um lugar qualquer, mas sim de uma construção grandiosa, na qual possuía muitos ambientes, tendo como principal a suíte do casal. Sorridente, ela olhou para seu marido e o abraçou. Luigi sentiu os lábios dela tocaram o seu. Ele sentiu vontade de recuar, ainda não era a hora de demonstrar frieza.- Estou imensamente feliz de estar finalmente com meu marido. Você é tudo que eu mais esperei Christian. - Evangeline