Tudo estava em perfeita sintonia. O vento soprava suave pela floresta ao redor do castelo, como se a própria natureza conspirasse para esconder sua fuga. Evangeline sabia que estava cometendo uma loucura ao partir com Edward. Seu marido, Luigi, a caçaria até os confins do mundo, mas isso não importava. Ela precisava continuar, precisava permanecer ao lado do homem que realmente amava. Viver ao lado de Luigi, sucumbir às suas exigências e fingir ser a esposa perfeita nunca esteve em seus planos. Agora, porém, não havia mais volta. — Fico muito feliz que você tenha finalmente aceitado o meu convite — disse Edward, segurando a mão dela com firmeza. — Talvez esta aldeia seja um dos primeiros lugares onde Luigi irá procurar, mas até ele descobrir que viemos para cá, teremos tempo suficiente para fugirmos novamente. A aldeia era encantadora. O lugar onde Luigi crescera tinha uma beleza rústica e acolhedora. Árvores imponentes se curvavam com a brisa do outono, e as folhas caíam em um
A noite envolvia a floresta com um silêncio quase absoluto, interrompido apenas pelo som dos passos apressados de Luigi sobre as folhas secas. Seu peito arfava, e não era apenas pelo cansaço da batalha. Algo dentro dele parecia se despedaçar a cada pensamento que tinha sobre Evangeline e Edward juntos. Ele sempre soube que seu irmão a olhava de uma forma diferente. Que o toque dele era cuidadoso demais, os olhares demorados demais. Mas nunca acreditou que Evangeline pudesse trair sua lealdade. Nunca aceitou que talvez... talvez ela nunca tivesse sido dele. A possibilidade de perdê-la para Edward apertava seu coração como uma faca sendo cravada lentamente. Pela primeira vez, Luigi se viu pensando em tudo o que havia feito. "Eu deveria ter sido mais paciente." "Eu deveria ter permitido que ela tivesse escolhas." "Eu deveria ter amado de um jeito diferente." Aquele pensamento o atingiu como um golpe. Ele não a havia amado da forma certa. Ele a possuíra. Antes que pudesse
— Precisamos nos apressar! A qualquer momento, Luigi pode passar por essa porta, e então tudo estará acabado… Acabou o nosso relacionamento, acabou a nossa família! A voz de Eduard estava carregada de urgência e medo. Ele não costumava recuar diante de desafios, mas enfrentar seu irmão era outra história. Luigi não era apenas um alfa, ele era *o* alfa. O líder supremo da alcateia, imbatível em combate e impiedoso com traidores. Eduard sabia que, se houvesse confronto, ele teria que buscar forças em um lugar onde talvez nem existissem. Evangeline o observava enquanto ele enfiava as roupas apressadamente na mala. Ela não tinha nada naquele local; sempre vivera na casa de seu pai. No entanto, a preocupação com ele a consumia. Amanda, a mulher que o cercava como uma sombra, poderia estar fazendo algo terrível com ele naquele exato momento. Mas ela não sabia que Amanda já não estava mais entre eles. — Você não deveria se preocupar tanto — disse ela, tentando manter a calma. — Sei que
O carro de Eduard avançava pelo caminho empoeirado, sacudindo violentamente a cada buraco na estrada. A velocidade era insana, mas ele não podia se dar ao luxo de reduzir. Atrás deles, a ira de Luigi vinha como uma tempestade. Evangeline segurava a lateral do assento com força, tentando conter o medo que dominava seu corpo. Seu coração batia em um ritmo descompassado. Sua barriga ainda não era tão grande, mas o bebê estava ali, crescendo dentro dela, e cada solavanco da estrada a fazia se preocupar ainda mais. Ela ainda sentia os hematomas pelo corpo, marcas que não haviam desaparecido desde a última vez que Luigi a tocara com violência. Mas a dor física não era nada comparada à dor da alma. Seu mundo inteiro passava diante de seus olhos. O começo com Christian, o amor puro que tiveram, os sonhos que construíram juntos… tudo brutalmente destruído no dia em que Luigi assassinou seu marido. Lágrimas quentes escorreram pelo rosto de Evangeline. — Por favor… se algo acontecer, que
Evangeline apertou a barriga com força, como se seu instinto maternal tentasse, de alguma forma, proteger aquele pequeno ser que crescia dentro dela. Seu coração pulsava em desespero, e seu corpo tremia. Medo. Medo do que poderia acontecer. Medo daquele olhar. Ah, aquele olhar. Ela conhecia bem demais. Luigi estava furioso. A simples possibilidade de aquele bebê não ser seu o fazia ferver por dentro. O ar entre eles parecia eletrizado, carregado de tensão e incerteza. A pergunta veio como um trovão, quebrando o silêncio sufocante. — Esse filho é meu, não é? O tempo parou. Ele esperou, mas a resposta não veio. Um minuto. Dois. Seus punhos cerraram. Seus olhos, chamas vivas de desconfiança e julgamento, fixaram-se nela com fúria renovada. — Esse filho é meu, não é mesmo? — A voz dele soou mais grave, mais ameaçadora. Ele avançou um passo, e, no mesmo instante, Edward ergueu o braço, colocando a mão firme contra o peito do irmão. Um gesto simples, mas carregado de u
O tempo havia passado como um sopro, e Evangeline sentia em cada batida de seu coração a proximidade do momento mais importante de sua vida: o nascimento de seu filho. Sua barriga, agora grande e pesada, era a prova viva da nova fase que estava prestes a começar. Ela acariciava suavemente o ventre enquanto sentia os chutes do pequeno ser dentro dela. Seus olhos brilhavam com uma mistura de alegria e ansiedade. Ao seu lado, Edward a observava com um sorriso sereno. Ele nunca havia se sentido tão completo. Depois de tudo que haviam passado, finalmente poderiam construir uma vida juntos, longe da sombra de Luigi. — Todas as noites eu peço proteção para você e para o nosso filho — disse Edward, seus dedos percorrendo a pele esticada da barriga de Evangeline. — Sei que será um menino forte, um guerreiro, alguém que honrará nossa linhagem. E agora que desmascarei Luigi, o posto de Alfa será meu. Evangeline ergueu o olhar para ele, segurando seu rosto com ternura. — Meu amor, o posto
O relógio marcava 20:00 na cidade de Origem. Luigi não sabia o que fazer para evitar que os seus pais morressem. A feiticeira Sol, havia distribuído um feitiço paralisante em Anny, a mãe do lobo, na qual a deixava imobiliza com adendo de extrema dor, contorcendo os seus órgãos.Ele e seus irmãos atacaram Anny, pobres lobinhos, mal conseguiram ultrapassar a barreira solar que colocou em sua frente. Trevor, o pai dos lobinhos, sabia que existia apenas uma maneira dela parar sua magia, atacando o seu companheiro, o alfa Hector. No mesmo instante que percebeu as intenções, ela desviou o seu poder para Trevor.A luta estava incessante. Alfa contra alfa. O sangue de Hector escorria por toda a parte, enquanto a pele superior das costas de Trevor havia sido descolada, o fazendo gritar de dor. Amedrontada que seu marido morresse, Sol usou de sua magia hipnotizante. Procurou as seguintes palavras: Você é meu lobo, o seu corpo e mente são minhas, olhe para mim alfa, olhe para mim.Automaticament
Para que a notícia não se espalhasse rapidamente, e isso pudesse atrapalhar os seus planos, Luigi fez questão de ir à matilha do falecido, e matar todos os que habitavam nela. De uma maneira estratégica, ele havia colocado fogo no local, com a intenção de aparentar que foi algo acidental, causado por um dos membros da matilha. Se pudessem ter o mínimo de desconfiança que alguém causou a matança, a filha de Hector saberia, e logo o casamento seria anulado.Do outro lado, a história que chegou para Evangeline, era que alcateia de seu noivo havia sido devastada, contudo, felizmente ele havia sido o único que sobrou por conta de ter saído minutos antes para caçar. Ela respirou aliviada pelo casamento ainda permanecer vivo. Por ter dezoito anos, acreditava que era chegada a hora de se comprometer com alguém. Esperava ansiosamente para ver o rosto de seu amado, e selar finalmente o acordo entre os dois.Ela era uma menina meiga, que acabava de entrar na fase adulta. Possuía sonhos altos que