Na manhã seguinte, Amanda acordou cedo para o café da manhã. E assim como ela, os outros inquilinos que estavam em sua casa de praia decidiram fazer o mesmo, incluindo Nicolas e Camila, que estavam estranhamente grudados. Os dois trocavam olhares afetuosos, e Rachel sempre arrumava uma forma de derrubar algo em Camila, ou de insinuar algum insulto. Arthur e Samanta também estavam estranhamente harmonizados, e pela primeira vez em muito tempo, não estavam parecendo que queriam se matar. Talvez fosse realmente melhor esquecer o Nicolas e tentar seguir em frente. Amanda olhou para Fábio, que tinha a linha da testa cruzada enquanto analisava um pão de queijo que parecia ter a velha idade de dois dias. Será que Amanda conseguiria se apaixonar por ele? E se conseguisse, será que valeria a pena se apaixonar por ele? Amanda olhou mais uma vez de esguelha para o casal que estava do outro lado da mesa. Nicolas deixava beijos suaves aos lábios de Camila, que levou um pedaç
Amanda paralisou. Ela não conseguia mover os músculos para andar, ou até mesmo falar. Apesar de ter vontade de gritar na cara do irmão tudo o que sentia por Nicolas e tudo o que faziam quando os olhos dele não estavam por perto para fiscalizar, era bem mais difícil pôr os planos em prática. Arthur estava vermelho, com a respiração ofegante, e ela suspeitava que se encontrasse com Nicolas naquele estado seria capaz de matá-lo. - Há quanto tempo estão juntos?- Perguntou sombriamente. Amanda e Samanta se entreolharam, em silêncio. - Eu não vou perguntar de novo.- Falou Arthur. - Não é da sua conta! Vá cuidar da sua vida, porque a minha não diz respeito á você!- Explodiu Amanda. - Não diz respeito a mim? Você é minha irmã, Amanda. É meu dever protegê-la. E ele… Ele é… Ou melhor, ele era o meu melhor amigo.- - Eu não preciso que você me proteja, e menos ainda do Nicolas. Ele gosta de mim, e só não tem coragem de admitir por sua causa! Você não tem o direito de atrapalhar a v
- Eu fui um covarde.- Admitiu Nicolas, sentado em seu sofá da sala de estar. Amanda estava de frente para ele, observando os generosos cortes e machucados que o rapaz adquiriu após a briga que teve com o Arthur. - Foi.- Ela concordou. - Eu não deveria ter negado o que a gente sentia um pelo outro. Tanta coisa teria sido evitada…- - Agora não adianta ficar se lamentando, Nic. O que aconteceu não pode ser remediado.- - Me deixa concluir, eu tenho muita coisa para falar.- Nicolas segurou as duas mãos da moça que até então estavam apoiadas em seu colo. - Claro… Desculpe.- - O que nós sentimos um pelo outro não é apenas uma atração passageira, e eu sabia disso desde o primeiro momento em que nos beijamos. Acontece que não era fácil para mim sentir algo tão forte pela irmãzinha caçula do meu melhor amigo. Não era tão simples chegar para o Arthur e contar tudo o que está acontecendo, porque eu sabia que ele não acreditaria. O seu irmão ama você e tem todo o direito de tentar
Um silêncio ensurdecedor tomou conta da sala de estar - com exceção a respiração pesada de Arthur, que era o único que repercutia aos arredores-. Amanda olhou para os próprios dedos das mãos, esperando qualquer reação que fosse positiva, mas todos pareciam ter engolido a própria voz. - Namorando?- Perguntou Lúcia, estupefata. Foi o único que a matrona conseguiu dizer. - Ah, que novidade maravilhosa. Eu sempre gostei muito desse rapaz!- Disse vovó Teresa, verdadeiramente feliz. Amanda sorriu com a reação de sua avó, caminhando até a confortável poltrona para abraçá-la. Hugo preferiu não manifestar nenhuma opinião, já que não estava disposto a enfrentar o seu irmão mais velho, que olhava de cara feia para a avó. Teresa revidou o olhar fuzilante para o seu neto, que desviou os olhos para outro ponto da sala. - Meu filho, você sabia?- Lúcia perguntou a Arthur. - Eu descobri essa palhaçada hoje. Parece que há um tempo eles vêm se relacionando.- Lúcia levou a mão a boca,
- Sobrevivemos bem ao primeiro dia.- Brincou Nicolas, pousando um beijo suave aos lábios de Amanda. - Eu sempre soube que no máximo todos ficariam assustados… Com exceção ao Arthur, claro.- - Ah, mas eu tenho certeza que em algum momento ele vai nos aceitar. O Arthur tem a cabeça mais dura do que esse asfalto, mas ainda assim é uma boa pessoa.- - Concordo.- Falou Amanda, pousando um beijo longo e terno nos lábios dele. Nicolas envolveu os dois braços ao redor do corpo da garota, abraçando-a, e a puxou para mais perto de si, de modo que o contorno suave dos se.ios fossem pressionados por seu tórax rijo. Após a despedida, Nicolas entrou em seu carro e partiu rumo ao seu apartamento. Amanda o assistiu se afastar, esperando alguns minutos para adentrar no prédio que morava. Ela estava prestes a empurrar o portão de vidro para cruzar o caminho até o hall de entrada, quando sentiu alguém agarrar o seu cotovelo. O susto foi tanto, que a reação automático da jovem foi tentar ac
- A verdade, por favor.- Falou Amanda, de frente para a janela de seu quarto. Nicolas estava sentado em uma das cadeiras que ficava próxima á cabeceira da cama, com os dedos entrelaçados, postura que adquiria quando estava nervoso. Amanda, como boa observadora que era, não hesitou ao constatar o que viu. - Está nervoso, Nic?- - A Rachel foi na minha casa hoje. Ela não entrou, mas tentou bastante. Acho que não vai aceitar tranquilamente o nosso namoro, e tenho receio do que ela é capaz de fazer. Dizem que não existe nada pior do que uma mulher com dor de cotovelo.- Amanda ficou em silêncio, refletindo um pouco sobre o rumo que aquela conversa poderia tomar. - A Rachel mandou uma foto do seu encontro com a Camila. Em uma das fotos parecia que vocês estavam…- Amanda pigarreou, entregando o seu celular para Nicolas, com o intuito de que ele veja com os próprios olhos a foto que mencionou. - Do ângulo que a foto foi tirada realmente parece que estávamos nos beijando.- Nicola
- Ao contrário de você, eu gosto da Amanda de verdade.- Fábio empurrou Nicolas para trás, que quase perdeu o equilíbrio com o empurrão. - Ao contrário de mim? Você por um acaso sabe o que se passa na minha cabeça?- Nicolas trincou os dentes, cerrando os próprios punhos. - Ela não passa de uma aventura exótica para você. Você deve achar muito divertido f*der com a irmã do seu melhor amigo.- Falou Fábio. Nicolas disferiu um gancho de direita contra o rosto do primo, fazendo-o cair sentado sobre a mesa de computador. - Mais respeito ao se referir a Amanda. Você não sabe de nada, seu moleque miserável.- - Cara, você engravidou a sua ex noiva, tran.sa.va com a Camila e ainda por cima fo…- Fábio parou de falar ao perceber que iria cometer o mesmo erro pela segunda vez.- E ainda por cima também ficava com a Amanda. Eu tenho certeza que daqui a um tempo você vai se cansar dela, e eu quero poupa-la desse sofrimento desnecessário.- - Eu era solteiro e estava tentando fugir dos meu
- O Nic disse que quer se encontrar comigo no restaurante da praia?- Amanda piscou os olhos bastante surpresa, enquanto conversava com um dos funcionários do prédio, que a abordou no momento em que ela cruzava a área da recepção do prédio. - Sim, senhora. Pediu que o encontrasse em vinte minutos.- Falou o homem, demonstrando ser muito solícito. - Obrigada.- Falou Amanda, caminhando novamente na direção da rua. Ela tinha combinado de ir com as amigas na sorveteria, mas antes passaria na casa da Samanta, já que o estabelecimento ficava mais próximo de lá. A garota avisou que atrasaria alguns minutos, e explicou de que provavelmente se tratava de uma conciliação com o Nicolas, mas achou estranho o fato dele ter mandado o recado por outra pessoa, no lugar de ter ligado para ela. Por mais que suas amigas, com a exceção de Samanta que nem sequer recebia as mensagens, avisassem que seria melhor que ela tentasse falar com o Nicolas para confirmar, Amanda jamais poderia imaginar que tu