- Eu fui um covarde.- Admitiu Nicolas, sentado em seu sofá da sala de estar. Amanda estava de frente para ele, observando os generosos cortes e machucados que o rapaz adquiriu após a briga que teve com o Arthur. - Foi.- Ela concordou. - Eu não deveria ter negado o que a gente sentia um pelo outro. Tanta coisa teria sido evitada…- - Agora não adianta ficar se lamentando, Nic. O que aconteceu não pode ser remediado.- - Me deixa concluir, eu tenho muita coisa para falar.- Nicolas segurou as duas mãos da moça que até então estavam apoiadas em seu colo. - Claro… Desculpe.- - O que nós sentimos um pelo outro não é apenas uma atração passageira, e eu sabia disso desde o primeiro momento em que nos beijamos. Acontece que não era fácil para mim sentir algo tão forte pela irmãzinha caçula do meu melhor amigo. Não era tão simples chegar para o Arthur e contar tudo o que está acontecendo, porque eu sabia que ele não acreditaria. O seu irmão ama você e tem todo o direito de tentar
Um silêncio ensurdecedor tomou conta da sala de estar - com exceção a respiração pesada de Arthur, que era o único que repercutia aos arredores-. Amanda olhou para os próprios dedos das mãos, esperando qualquer reação que fosse positiva, mas todos pareciam ter engolido a própria voz. - Namorando?- Perguntou Lúcia, estupefata. Foi o único que a matrona conseguiu dizer. - Ah, que novidade maravilhosa. Eu sempre gostei muito desse rapaz!- Disse vovó Teresa, verdadeiramente feliz. Amanda sorriu com a reação de sua avó, caminhando até a confortável poltrona para abraçá-la. Hugo preferiu não manifestar nenhuma opinião, já que não estava disposto a enfrentar o seu irmão mais velho, que olhava de cara feia para a avó. Teresa revidou o olhar fuzilante para o seu neto, que desviou os olhos para outro ponto da sala. - Meu filho, você sabia?- Lúcia perguntou a Arthur. - Eu descobri essa palhaçada hoje. Parece que há um tempo eles vêm se relacionando.- Lúcia levou a mão a boca,
- Sobrevivemos bem ao primeiro dia.- Brincou Nicolas, pousando um beijo suave aos lábios de Amanda. - Eu sempre soube que no máximo todos ficariam assustados… Com exceção ao Arthur, claro.- - Ah, mas eu tenho certeza que em algum momento ele vai nos aceitar. O Arthur tem a cabeça mais dura do que esse asfalto, mas ainda assim é uma boa pessoa.- - Concordo.- Falou Amanda, pousando um beijo longo e terno nos lábios dele. Nicolas envolveu os dois braços ao redor do corpo da garota, abraçando-a, e a puxou para mais perto de si, de modo que o contorno suave dos se.ios fossem pressionados por seu tórax rijo. Após a despedida, Nicolas entrou em seu carro e partiu rumo ao seu apartamento. Amanda o assistiu se afastar, esperando alguns minutos para adentrar no prédio que morava. Ela estava prestes a empurrar o portão de vidro para cruzar o caminho até o hall de entrada, quando sentiu alguém agarrar o seu cotovelo. O susto foi tanto, que a reação automático da jovem foi tentar ac
- A verdade, por favor.- Falou Amanda, de frente para a janela de seu quarto. Nicolas estava sentado em uma das cadeiras que ficava próxima á cabeceira da cama, com os dedos entrelaçados, postura que adquiria quando estava nervoso. Amanda, como boa observadora que era, não hesitou ao constatar o que viu. - Está nervoso, Nic?- - A Rachel foi na minha casa hoje. Ela não entrou, mas tentou bastante. Acho que não vai aceitar tranquilamente o nosso namoro, e tenho receio do que ela é capaz de fazer. Dizem que não existe nada pior do que uma mulher com dor de cotovelo.- Amanda ficou em silêncio, refletindo um pouco sobre o rumo que aquela conversa poderia tomar. - A Rachel mandou uma foto do seu encontro com a Camila. Em uma das fotos parecia que vocês estavam…- Amanda pigarreou, entregando o seu celular para Nicolas, com o intuito de que ele veja com os próprios olhos a foto que mencionou. - Do ângulo que a foto foi tirada realmente parece que estávamos nos beijando.- Nicola
- Ao contrário de você, eu gosto da Amanda de verdade.- Fábio empurrou Nicolas para trás, que quase perdeu o equilíbrio com o empurrão. - Ao contrário de mim? Você por um acaso sabe o que se passa na minha cabeça?- Nicolas trincou os dentes, cerrando os próprios punhos. - Ela não passa de uma aventura exótica para você. Você deve achar muito divertido f*der com a irmã do seu melhor amigo.- Falou Fábio. Nicolas disferiu um gancho de direita contra o rosto do primo, fazendo-o cair sentado sobre a mesa de computador. - Mais respeito ao se referir a Amanda. Você não sabe de nada, seu moleque miserável.- - Cara, você engravidou a sua ex noiva, tran.sa.va com a Camila e ainda por cima fo…- Fábio parou de falar ao perceber que iria cometer o mesmo erro pela segunda vez.- E ainda por cima também ficava com a Amanda. Eu tenho certeza que daqui a um tempo você vai se cansar dela, e eu quero poupa-la desse sofrimento desnecessário.- - Eu era solteiro e estava tentando fugir dos meu
- O Nic disse que quer se encontrar comigo no restaurante da praia?- Amanda piscou os olhos bastante surpresa, enquanto conversava com um dos funcionários do prédio, que a abordou no momento em que ela cruzava a área da recepção do prédio. - Sim, senhora. Pediu que o encontrasse em vinte minutos.- Falou o homem, demonstrando ser muito solícito. - Obrigada.- Falou Amanda, caminhando novamente na direção da rua. Ela tinha combinado de ir com as amigas na sorveteria, mas antes passaria na casa da Samanta, já que o estabelecimento ficava mais próximo de lá. A garota avisou que atrasaria alguns minutos, e explicou de que provavelmente se tratava de uma conciliação com o Nicolas, mas achou estranho o fato dele ter mandado o recado por outra pessoa, no lugar de ter ligado para ela. Por mais que suas amigas, com a exceção de Samanta que nem sequer recebia as mensagens, avisassem que seria melhor que ela tentasse falar com o Nicolas para confirmar, Amanda jamais poderia imaginar que tu
Amanda estava completamente desestabilizada. Flagrar o seu namorado em um encontro amoroso com outra mulher era no mínimo terrível. A garota passou a tarde inteira jogada na cama, chorando, e se recusou sair do quarto até para comer. Suas amigas insistiam com mensagens perguntando aonde diabos ela se enfiou, e por mais que soubesse que estava sendo injusta, Amanda não estava disposta a falar com ninguém. Ela só queria desaparecer. A única capaz de entrar em seu quarto foi Samanta, encontrando-a em uma situação deplorável. Amanda estava enfiada por entre as cobertas, e o seu nariz estava tão vermelho quanto os seus olhos, deixando-a com ares de doente. A outra envolveu a amiga em um abraço apertado, deixando-a chorar ainda mais, e não fez nenhuma pergunta que a obrigasse relembrar tudo aquilo que a fazia sofrer. - Pode chorar.- Murmurou Samanta, afundando os dedos nas mechas castanhas dos cabelos de Amanda.- Pode chorar, porque uma hora tudo isso vai passar, sempre passa.-
- Acha mesmo que isso é uma boa ideia?- Perguntou Amanda, parada ao lado de Nicolas de frente para o elevador de serviço de seu prédio. - Quer resolver logo a situação ou não?- Perguntou Nicolas, com impaciência. - Claro que quero! Mas acho que abordando o homem assim vamos amedontrá-lo.- - Eu só preciso de um nome.- Disse Nicolas, batendo um dos pés no chão. Amanda disferiu um olhar irritado para o pé do rapaz. Ela ja estava ansiosa o bastante para que outra pessoa piorasse o que já estava ruim. - Um único nome vai me fazer entender uma grande parte do que está acontecendo.- Ele continuou a falar. - Será que você pode parar de bater o pé?- Amanda segurou o braço do rapaz. - E por que você me pede que pare de bater o pé segurando o meu braço?- Nicolas a provocou. - Porque eu não posso segurar o seu pé!- Disparou a garota com irritação. - Seria interessante te ver tentar.- Nicolas tornou a bater o pé no chão. A garota resfolegou, erguendo o seu próprio pé do ch