- Eu estou esperando uma explicação...- Insistiu Arthur, trincando os dentes. Nicolas coçou as têmporas, atônito. Mal havia despertado e era como se todo o teto da casa tivesse desabado na sua cabeça. Ele sabia que não podia continuar mentindo para o seu melhor amigo, mas talvez aquela não fosse a hora certa de contar a verdade. Mas quando seria a hora certa? Não existe hora certa para se fazer o certo. Enquanto ele ficar adiando, só vai continuar atrasando o inevitável. Os outros convidados se aglomeraram próximos ao quarto em que acontecia a confusão, e Amanda, que foi a última a acordar, foi chamada por Letícia que tentou resumir tudo o que estava acontecendo. - Não seja um maldito covarde, Nicolas. Naquele dia que eu estava em sua casa a Amanda foi lá sozinha. Agora me diga... Para quê? Já que vocês nunca tiveram essa amizade toda.- Falou Rachel, logo depois da Amanda chegar no quarto. - Me dê uma boa razão para não quebrar a sua cara...- Arthur cerra os punhos. -
Após a praia, Nicolas tomou uma chuveirada e acabou adormecendo no seu próprio sofá. Ele se sentia bem por ter se resolvido com Arthur, e tinha certeza que era apenas uma questão de tempo para que esquecesse a Amanda. Naquele dia, no calor do momento, ele quase falou que a amava, e talvez tivesse metido os pés pelas mãos se falasse. Nicolas não tinha certeza se a amava, mas que sentimento era aquele que o fazia necessitar tanto de uma garota a ponto de perder a razão? Ele trans.ou com a única garota da face da terra que ele deveria se manter a metros de distância, sem nem pensar nas consequências que isso traria para uma amizade da vida toda. Nicolás acordou com o barulho da campainha, sem entender o porquê sua cabeça ainda latejava de dor. Ele suspeitava que nem ao dormir se livrava da dúvida entre esclarecer tudo com Arthur ou afastar a Amanda de vez. Como de costume, o rapaz não fazia a menor ideia de quem se tratava, já que Diógenes, o porteiro, nunca interfonava para a
Samanta deu a confirmação que Arthur precisava para se perder no calor da pele dela. Ele a beijou com muita vontade, tragando toda a essência doce de sua boca. As duas línguas se acolheram e se moveram, como em uma dança, e Arthur continuou a acariciar-lhe o mesmo seio que tinha em mãos anteriormente. Ele levou seus lábios a devorar aquele mesmo seio, friccionando com a língua o mamilo enrijecido. Samanta arfou de prazer, agarrando os cabelos dele enquanto se entregava ao deleite. Arthur ergueu a garota no colo, e ela enroscou as pernas ao redor do corpo dele enquanto ele caminhava com a mesma. Arthur deitou o corpo da garota no sofá, se colocando sobre ela, agarrando os cabelos de sua nuca e puxando sua cabeça para trás, devorando o traço fino do pescoço da moça. Ele desceu o vestido da Samanta ao puxá-lo por seus ombros, beijando-lhe os ombros nus. - Arthur.- Ela murmurou. - O que foi?- Ele lhe acariciou os cabelos castanhos. - O que vai acontecer depois disso?- - Eu não
- Grávida?- Perguntou Arthur, boquiaberto. - Me ajuda, cara... Eu não sei como lidar com essa informação. Rachel vai se aproveitar disso para transformar a minha vida em um inferno.- Nicolas caminhou de um lado para o outro em sua sala de estar. - Você tem certeza que é seu? Porque eu acho a Rachel muito capaz de ter encomendado essa gravidez com outro sêmen só para te prender a responsabilidade.- - Eu sei, também pensei nisso. Quando chegar na décima quarta semana de gestação o médico disse que podemos fazer o exame de DNA.- - Por que na décima quarta? Achei que na décima segunda já era possível.- Perguntou Arthur. - Porque na décima quarta semana o líquido amniótico pode ser coletado.- - Enfim... Estou por fora desses assuntos. A Rachel não ficou maluca de raiva?- - O que você acha? Só faltou querer me matar. Mas eu não confio nela, não vou me submeter a entrar nessa situação até o pescoço e não ser o pai da criança. Você não imagina o quanto vou rezar para o resulta
Arthur estava pálido com a confissão de sua irmã. Ele olhou perplexo de Amanda para Nicolas, esperando que algum dos dois negassem aquela confirmação. - O Mário era seu amigo, não era?- Falou Amanda, dissimulando um sorriso cínico ao olhar para Rachel. Arthur respirou aliviado. Nicolas respirou aliviado. E Rachel resfolegou como um cavalo agitado. - Não pode mentir nessa brincadeira, Amanda.- Falou Priscila. - Você pode provar que ela está mentindo?- Samanta perguntou a Priscila. Priscila encolheu os ombros em resposta. - Se não pode provar que ela está mentindo, logo não tem como afirmar que ela está mentindo.- Falou Samanta, com orgulho de si mesma. - Agora é a minha vez…- Amanda ergueu o copo, olhando maliciosamente para Rachel.- Eu nunca me humilhei para o meu ex namorado que me despreza.- - Não vai beber, Rachel?- Perguntou Letícia, com um sorriso maquiavélico. - Não posso beber bebida alcoólica. E a água acabou.- Falou a outra, secamente. - Ah, não s
Na manhã seguinte, Amanda acordou cedo para o café da manhã. E assim como ela, os outros inquilinos que estavam em sua casa de praia decidiram fazer o mesmo, incluindo Nicolas e Camila, que estavam estranhamente grudados. Os dois trocavam olhares afetuosos, e Rachel sempre arrumava uma forma de derrubar algo em Camila, ou de insinuar algum insulto. Arthur e Samanta também estavam estranhamente harmonizados, e pela primeira vez em muito tempo, não estavam parecendo que queriam se matar. Talvez fosse realmente melhor esquecer o Nicolas e tentar seguir em frente. Amanda olhou para Fábio, que tinha a linha da testa cruzada enquanto analisava um pão de queijo que parecia ter a velha idade de dois dias. Será que Amanda conseguiria se apaixonar por ele? E se conseguisse, será que valeria a pena se apaixonar por ele? Amanda olhou mais uma vez de esguelha para o casal que estava do outro lado da mesa. Nicolas deixava beijos suaves aos lábios de Camila, que levou um pedaç
Amanda paralisou. Ela não conseguia mover os músculos para andar, ou até mesmo falar. Apesar de ter vontade de gritar na cara do irmão tudo o que sentia por Nicolas e tudo o que faziam quando os olhos dele não estavam por perto para fiscalizar, era bem mais difícil pôr os planos em prática. Arthur estava vermelho, com a respiração ofegante, e ela suspeitava que se encontrasse com Nicolas naquele estado seria capaz de matá-lo. - Há quanto tempo estão juntos?- Perguntou sombriamente. Amanda e Samanta se entreolharam, em silêncio. - Eu não vou perguntar de novo.- Falou Arthur. - Não é da sua conta! Vá cuidar da sua vida, porque a minha não diz respeito á você!- Explodiu Amanda. - Não diz respeito a mim? Você é minha irmã, Amanda. É meu dever protegê-la. E ele… Ele é… Ou melhor, ele era o meu melhor amigo.- - Eu não preciso que você me proteja, e menos ainda do Nicolas. Ele gosta de mim, e só não tem coragem de admitir por sua causa! Você não tem o direito de atrapalhar a v
- Eu fui um covarde.- Admitiu Nicolas, sentado em seu sofá da sala de estar. Amanda estava de frente para ele, observando os generosos cortes e machucados que o rapaz adquiriu após a briga que teve com o Arthur. - Foi.- Ela concordou. - Eu não deveria ter negado o que a gente sentia um pelo outro. Tanta coisa teria sido evitada…- - Agora não adianta ficar se lamentando, Nic. O que aconteceu não pode ser remediado.- - Me deixa concluir, eu tenho muita coisa para falar.- Nicolas segurou as duas mãos da moça que até então estavam apoiadas em seu colo. - Claro… Desculpe.- - O que nós sentimos um pelo outro não é apenas uma atração passageira, e eu sabia disso desde o primeiro momento em que nos beijamos. Acontece que não era fácil para mim sentir algo tão forte pela irmãzinha caçula do meu melhor amigo. Não era tão simples chegar para o Arthur e contar tudo o que está acontecendo, porque eu sabia que ele não acreditaria. O seu irmão ama você e tem todo o direito de tentar