Margarida Rosa Nascimento, era o nome da paciente que estava naquele hospital há mais de onze anos. Havia tido um Acidente vascular cerebral, que lhe custou todas as funções motoras. Apesar de estar conscientes de todo o tempo em que viveu no quarto. Não podia se mover, apenas os olhos tinham alguma autonomia.dezoito anos atrásQuando chegou na casa dos avós Débora era uma menina muito doce, apesar de traumatizada. A menina se esforçou para dormir aquela primeira noite em um quarto estranho. Tudo era novo para ela, não tinha mais a sua mãe amada, a sua casa no campo. Só restava seu avô amado. Mas esse não foi o único dos problemas que a garota teve para se adaptar à nova vida.No outro dia pela manhã uma das empregadas levou a garota para a escola. Jorge havia pedido à esposa que a colocasse na escola. “Margarida, procure uma escola para que Débora possa estudar.”“Vou fazer isso hoje.”A mulher respondeu sem levantar a cabeça que estava baixa olhando o que iria colocar no seu prato
Logo os adultos levaram as duas para a sala da diretora. A mulher era uma senhora, alta e muito bonita, se vestia de uma forma bastante elegante e se auto proclamava defensora da justiça. Quando a professora trouxe as duas garotas para a sua sala, ela logo começou um sermão de que violência não leva a lugar nenhum.A outra garota apesar de ter o mesmo tamanho que Débora, tinha na verdade quase quatorze anos. Era aluna do sétimo ano na escola. E se chamava Ana. Era amiga de bagunça de Raquel, Carol e Lívia. As quatro eram uma gangue que intimidava as crianças menores na escola.Sobre os olhos dos adultos. Que tratavam as suas ações como pequenas travessuras da idade.Quando Débora tentou explicar a situação foi calada aos gritos pela mulher. Raquel era sua filha mais nova. E foi a própria mãe quem mandou perseguir Débora.depois de algum tempo ela ligou para Margarida buscar Débora. Afirmando que a garota havia cometido violência contra uma outra garota na escola.Quando Margarida che
Depois de uma manhã atormentada na escola, Débora chegou com muita fome em casa. As meninas da gangue tomaram seu lanche. “Boa tarde, menina.”Falou a cozinheira. Que era a única pessoa simpática para Débora na casa, naqueles tristes dias.“Estou morrendo de fome, Mara.”“Temos biscoito amanteigado na cozinha. Vem comigo e eu te dou.”A menina e a empregada foram para a porta da cozinha. Entrando na casa pelos fundos.O cheiro de biscoito flutuava no ambiente. Logo, Débora estava com a boca cheia de água. A empregada começou a tirar as formas de biscoitos do forno do fogão. Colocou sobre a mesa diferentes bandejas com biscoitos fresquinhos.em um prato de sobremesa ela separou alguns para a garota comer.“Cuidado está muito quente.”A empregada colocou o pratinho sobre a mesa da cozinha.“Obrigada, Mara.”A menina começou a soprar um biscoito para colocar na boca. Naquela hora, Maria vinha da sala para a cozinha. Quando viu a menina comendo, correu até a patroa e falou que a menina
Débora estava sendo empurrada por uma cadeira de rodas enquanto pensava em todos esses acontecimentos de anos atrás. Ao chegar na enfermaria o médico que tentava reanimar a velha na cama de hospital, ele olhou para Débora e fez sinal que não adiantava mais. Os outros chegaram quase ao mesmo tempo que ela. Ela deu sinal para o médico cobrir o corpo da paciente, um lençol foi puxado até sua cabeça. Ao fazer esse movimento, todos entenderam que não tinha mais nada o que fazer. “Por favor saiam. tenho que falar em particular com o médico de plantão.O grupo composto por, Carlos izabel, Amélia André e Jorge saíram da sala. Só então ela falou com o médico.“Doutor Bernardo, providencie a autópsia e um relatório da saúde geral da paciente. Antes do acontecido. Aproveite e mande aqui as enfermeiras que cuidam dela.”“Sim, claro, doutora.”O médico saiu imediatamente da sala com sua equipe de plantão. “Doutora, mandou me chamar.”"Era cuidadora, paga pela família para passar vinte e quatro
Durante três dias os legistas fizeram diferentes tipos de exame na defunta, afinal precisam definir a quanto tempo ela estava sendo medicada com a substância. No quarto dia o funeral foi feito com maior das prescrições, afinal se a notícia vazasse para a imprensa o hospital poderia correr sérios riscos de ter a reputação danificada.Algumas pessoas eram suspeitas, inclusive a própria Débora. Mas nada seria alardeado até que se encontrasse o culpado pelo crime. A face de Margarida não estava serena, portanto Débora pensou que ela soube que iria morrer, bem antes de acontecer. A médica sabia que isso era possível, porque quando a velha sofreu o Acidente Vascular cerebral, os neurônios danificados foram os responsáveis pelas funções motoras, e ela estava completamente lúcida nesses onze anos em que viveu no hospital.Naquela manhã do funeral, Carlos estava na casa em que dividia com Débora. Ao sair do quarto, ajeitou a gravata no pescoço. Do outro lado do corredor saiu Jorge com um ter
No dia seguinte a vida foi voltando ao normal, apesar da investigação que estava sendo conduzida, ninguém da família de fato se preocupava em ser envolvido.Débora começou a trabalhar a todo vapor no grupo Mandacaru. E no hospital ao mesmo tempo. Ela quase não tinha tempo de respirar. Mas queria aproveitar para fazer uma bela faxina em alguns departamentos da empresa do avô.Sorte que ela tinha a Tina, uma mão de obra qualificada. A médica até pensava em colocá-la no comando de um dos grupos se precisasse. Por isso que a levava a toda parte. Para que ela se familiarize com a dinâmica de administração dos dois setores empresariais.No primeiro diaDébora organizou uma reunião com os principais acionistas da empresa. Da empresa na tarde do primeiro dia. Mas pela manhã ela e Carlos saíram juntos e logo que chegaram lá Débora organizou uma reunião menor com Alberto, Carlo, Tina e Samuel, ela queria aliar com esses personagem um plano de potencialização do crescimento da empresa. “Primei
Depois de colocar Debora na cama do seu quarto. Pensou em tirar a roupa dela, para que a esposa pudesse dormir confortavelmente. Mas desistiu. Não era muito recomendável, no estado em que estava seu corpo no momento.Na manhã seguinte, eles deveriam partir para visitar o avô. Todos tinham concordado que eles.Ao chegar no próprio quarto, Carlos tirou a pouca e partiu para um banho frio no banheiro. Ele recordou a noite.Depois que a filha do padrinho de Débora chegou, ficou tudo equilibrado, eram seis pessoas. Três casais. Não mais, cinco. Com aquele outro querendo ciscar no seu terrenos. Nunca Carlos havia visto Débora tão alegre e solta. Como hoje a noite. Um sorriso se abriu na boca de Carlos. Ao lembrar do beijo. O beijo dela o deixou pegando fogo de verdade. Mas ele tinha consciência que era porque ela estava completamente bêbada, amanhã provavelmente nem lembraria. Carlos foi dormir com a sensação dos lábios macios dela no seus!De manhã, a primeira coisa que Débora lembrou foi
Depois de falar com o guarda costa responsável ela trocou de casaco, colocou um chapéu panamá na cabeça e o lenço envolta do pescoço. Pegou a mão de Carlos e saiu do carro.“Nós vamos fazer de conta que somos um casal em lua de mel.”“Claro, querida.”“Vá até os outros. Nossa presença pode colocar em risco todos. Eu quero saber quem está atrás de mim. Penso que isso tem haver com o último episódio de violência contra mim.”Na noite fria, o casal caminhava calmamente em busca de uma pousada ou hotel, na cidade. O carro saiu. O guarda ainda estava relutante em deixar os dois sozinhos no meio da noite. Mas o que ela falou era verdade. Ele teria que ficar com a atenção dividida entre os bandidos e a segurança do casal.O casal entrou em uma táxi logo após:“Por favor, poderia nos levar a um hotel?”“Sim, senhor.”O motorista os levou para uma charmosa construção em estilo suiço, depois de Carlos pagar e agradecer ao homem, os dois entraram na recepção do hotel e pediram um quarto. “Sua b