— Ele acordou?— Está sedado.— Podemos vê-lo?— Não recomendo hoje.Olhei para o chão.— Vamos pra casa — disse Alessandro segurando meus ombros. Não tenho opção... Tenho? Voltamos para casa e assim que entramos no apartamento, Maria se aproximou.— Ele está bem?— Vai ficar bem — respondeu Alessandro.— Minha Nossa Senhora! Que agonia que eu fiquei quando vi na televisão!— Imagina ao vivo... — resmunguei baixo. Maria se aproximou e me abraçou apertado.— Você foi muito corajosa.— Aquilo apareceu na tevê? — perguntei surpresa.— Sim. Estava sendo transmitido ao vivo.— Que maneira ruim de ficar famosa, não é? — Todos riram.— Vá descansar. Tome um banho para relaxar um pouco — aconselhou Maria.— Está bem.Segui para o meu quarto e fiz o que ela disse. Depois de tomar um banho, me deitei na cama e não consegui dormir. É engraçado como passo pelas coisas e só depois paro para pensar que foi muito perigoso... Cometa poderia muito bem ter me amassado com as patas e aí seriam dois machu
— Mas ele é seu marido agora.— E daí? Você sabe tanto quanto eu que esse casamento é de fachada.— Sim, mas é como uma espécie de agradecimento, afinal, você o ajudou.— Eu não sei. Não quero mais um motivo para falarem que dei o golpe do baú.— Você não deu golpe nenhum.— Eu sei disso.— E vive dizendo que a opinião das pessoas não importa.— Não importa mesmo.— Então você vai fazer veterinária — disse calmo.— Acho que esse golpe na sua cabeça foi mesmo forte...— Por que está dizendo isso?— Você me dizendo que a opinião das pessoas não conta? Só pode ter sido o golpe na cabeça.— Eu estou muito bem.— Tá...— A gente vê isso quando você terminar a escola.Concordei com a cabeça. Não vou discutir isso agora.— Você está se sentindo bem?— Só estou com um pouco de dor de cabeça.— Quer que eu chame alguém?— Não.— Quer outra coisa então?— Acho que meu travesseiro está muito baixo...— Então vou pedir outro a enfermeira.Guilherme segurou a minha mão antes que eu conseguisse ir.
O que eu sinto? Algo forte o bastante para entrar na frente de um cavalo irado e arriscar minha própria vida. Seria amor? Eu disse que nunca ia sentir isso na minha vida! Deve ser outra coisa..., mas por que não amaria ele? É um cara tão doce, lindo e charmoso, tem seus defeitos, mas quem não tem? Ele é tão sensível que dá vontade de guardar num potinho e cuidar com todo carinho para não se machucar.— Eu acho que amo você.O quarto ficou silencioso, mas não achei um silêncio ruim. Acabei de falar algo “grande”, até eu me senti assustada ao dizer, imagina ele ao ouvir? Guilherme estava me encarando sem piscar. Estava começando a ficar preocupada. Será que deu pane?— Você está bem?— Me ama?— Acho que sim...— Por que acha?— Eu nunca me relacionei com ninguém. Não tenho certeza e nem como fazer comparações.— Que eu me lembre, você não gosta de comparações...— Entre namoradas não gosto mesmo! Ainda mais me comparar com aquela biscate! Estou falando de mim! Comparar o que eu sentia o
— Como é?— Mas que boca grande! — reclamei irritada.Guilherme cruzou os braços, olhando na minha direção. Será que algum dia a gente vai parar de discutir?— Que história é essa, Daniela?— Você não queria que contasse a verdade? — Rafael perguntou confuso.— Não agora!— Quer me explicar o que está acontecendo? — Guilherme perguntou irritado.— Em casa eu explico. Vamos! — Agarrei a mão dele e puxei para sair dali.Dessa vez ele veio, mas não falou nada. Fomos o caminho todo em silêncio. Não tenho paz! A gente se acerta e aí algo acontece, pronto, discussão e briga... M*****a loira peituda!Ao chegarmos, eu segui para a cozinha, ia beber um copo de água antes da discussão. E quem disse que Guilherme deixou? Quando viu que eu estava indo para a cozinha, passou um dos braços pela minha barriga e me ergueu do chão. Sei que sou magra, mas como ele fez isso? Guilherme me colocou no chão e fechou a porta do seu quarto. Logo virou de frente para mim e cruzou os braços. Respirei fundo.— Me
Ele soltou uma risada e eu mordi o lábio.— Não é bem dizer... — Se aproximou de mim. Minha respiração acelerou, assim como meu coração.— É o que então?— Eu quero você.— É mesmo? — perguntei em dúvida. Ele sempre correu de mim! O que mudou?— Por que está surpresa?— Ah! Você sempre me negou!— Não era negação! Eu só queria...— Que fosse especial. Eu sei, você disse mil vezes.— Você não é fácil nem nessas horas, hein! — Rimos.Ficamos em silêncio um olhando para o outro por um momento. Guilherme acariciou meu rosto levemente e sorriu. Sorri de volta e ele se aproximou.— Você quer? — sussurrou. Fiz que sim com a cabeça.— Você sabe que quero.— Mas pode mudar de ideia.— Tá! Depois de tanto tempo, você finalmente quer e eu vou mudar — falei revirando os olhos.Guilherme soltou uma gargalhada e me enlaçou pela cintura. Ele acariciou o meu rosto com uma das mãos e ficou me olhando nos olhos por um longo tempo. Então se aproximou e me beijou. O beijo foi lento e calmo. Apesar de dize
Guilherme saiu de cima de mim e se deitou ao meu lado. Fiquei em silêncio olhando-o. Ele me puxou para perto e me envolveu em seus braços.— Está tudo bem? — Concordei com a cabeça. — Tem certeza? Estou te achando estranha.— Você disse que me ama...— O que tem?— Tem certeza?— Sim. Eu não consigo ficar longe de você e adoro suas provocações. — Sorri e ele também. — Mas o principal de tudo, é que quero loucamente você e não gosto de pensar em você machucada.— Por que me machucaria? Caindo?— Em todos os sentidos. Eu queria você loucamente, mas não queria te machucar agora... Fiquei puto comigo mesmo por não ter acreditado em você e ter te feito sofrer por isso. — Abri a boca para falar e ele colocou o dedo. — E depois por descobrir o que Aline fez.— Ela é uma grande filha da puta!— Sim. Espero que não tenha feito mais nada...Mentalizei aquela ameaça e olhei nos olhos do Guilherme. Não vou contar isso a ele.— Que eu saiba não fez.— Que bom.— Por que estamos falando dela? Vamos
Sorri largamente. Finalmente terminamos de ver o filme. Estava com a cabeça apoiada no peito de Guilherme e ele acariciava os meus cabelos.— Posso fazer uma pergunta?— Claro.— Se você tem essa casa maravilhosa, por que mora com seu pai?Guilherme ficou em silêncio um grande momento. Levantei a cabeça e olhei o seu rosto. Estava pensativo.— Não queria morar sozinho.— Só isso?— Minha mãe me ajudou a mobilhar essa casa para morar com alguém.— Alguém?— Vamos mudar de assunto.Saltei na cama e o encarei com fúria.— Fizeram essa casa para você morar com a Aline?Guilherme não respondeu, mas sua expressão disse tudo.— Não acredito que você me trouxe aqui pra... — Não consegui nem terminar a frase. Estava furiosa. Como ele me traz para viver esse momento maravilhoso na casa que pensou morar com aquela vadia? Me levantei da cama com fúria e peguei minhas roupas do chão. Guilherme levantou também e se aproximou de mim.— Daniela...— Não toca em mim! — Tirei a mão dele do meu braço.—
Estava com a cabeça apoiada no peito de Guilherme e apertava a sua camisa com força. Ele ficou abraçado comigo até que os soluços diminuíram.— Não fica brava comigo...— Por que me levou lá?— Porque é minha casa.— Mas foi feita para você morar com ela. — Engoli a vontade de chorar. Se começar de novo, ferrou...— Minha mãe me ajudou a mobiliá-la para morar com alguém. Na época eu até estava namorando-a, mas não pensei em morar com ela lá.Levantei a cabeça e olhei seu rosto.— Você não a levou lá?— Não. Quando pensei em levar, ela mostrou quem era de verdade.— Hum...— Eu não levaria você para termos uma noite dessas se ela tivesse passado lá.— Como eu ia saber? — perguntei começando a chorar tudo de novo. Guilherme me apertou com força contra seu peito.— Está tudo bem. — Beijou minha cabeça. — Não chora, por favor. — Segurou o meu queixo e me fez olhá-lo. Ele limpou as lágrimas que desciam do meu rosto.— Esse negócio faz efeito mesmo?— Faz.— Mas já teve casos de pessoas que