Cerberus tentou não fazer muita bagunça comendo, parecia um animal faminto. Sem modos, desesperado, as vezes olhava para Helena e parava, sentia-se tímido sob os olhos femininos.Depois de jantar Helena foi arrumar a louça da cozinha, mas Apollo não permitiu insistiu que ela deveria descansar, que depois de tudo que passou nas últimas noites pelo menos aquela tinha que ser tranquila.Ela entrou no quarto e colocou uma camisola bonita, notou a peça branca de cetim no dia em que chegou, foi presente de Hera, mas nunca pensou em usar, pois em sua mente Cerberus nunca a veria como mulher.Helena amamentou seu bebê e o trocou, deixo-o pronto para dormir, mas o menino estava bem acordado. A agitação da fome havia passado, ele havia dormido bem e agora estava com os olhos bem arregalados mexia os braços e as pernas alegre e rua quando Helena falava com ele.— Você tem que dormir meu bebê, já está ótimo, agora é só dormir... — Ela dizia e murmurava uma música, uma música da infância que não s
Depois de alguns minutos Helena saiu do quarto, fez o café e adiantou o almoço. Cuidava do filho enquanto isso e arrumava a casa.Ela notou que Cerberus a olhava, fingia procurar algo na cozinha e saía, parecia querer falar algo,as perdia a coragem sempre que se aproximava.Helena fez sanduíches, aquele seria o lanche da tarde, passaria sua tarde com o filho e com Cerberus.— Helena, já conhece a cachoeira? — Apollo perguntou no mesmo momento em que Cerberus passava pela sala.— Cachoeira? Não, nem mesmo perto do rio no internato eu já fui.— Que tal hoje, eu cuidar do Eros e você ir com o Cerberus conhecer o local, é muito bonito...Helena sorriu. Deixou Apollo pegar o bebê em seus braços, ele levava jeito com crianças e era amoroso com o menino.— Apollo... Onde está o seu bebê? — Helena perguntou deixando Apollo espantado e mais espantado ainda ficou Cerberus ao ouvir a pergunta.— Por que está me perguntando isso? — Notava-se uma pontada de dor na voz dele.— Você cuida do Eros co
Cerberus sorriu, achou tão doce, tão bonita a expressão... Não faria sexo com Helena, faria amor.— Helena eu não sei como... Sei o que é ser amarrado, acorrentado, ter as roupas tiradas a força, ainda sinto o gosto das drogas que aquela mulher me dava junto com o caçador, lembro das ameaças e da fome que passava quando mesmo drogado não queria fazer sexo com eles.Helena o abraçou, seu peito doeu, doeu profundamente por Cerberus ter crescido no mesmo lugar que ela, mas assim, sem um pingo de compaixão.— Não vou te amarrar, nem te prender, vou deixar você conhecer o meu corpo e quando se sentir seguro comigo, vou querer conhecer o seu.Cerberus sorriu, não tinha pressa, cada toque e carícia seria feito com calma e amor.Um vento um pouco mais frio agitou as águas e eles resolveram sair, sentaram molhados na toalha de mesa e Helena colocou o vestido, não fechou, apenas o usou para se proteger do frio.Eles comeram os sanduíches e logo partiriam para casa, mas Cerberus queria aproveita
Cerberus sentia a raiva fluir por cada poro de seu corpo, ele e Helena foram machucados, com risco de prejudicar Eros antes mesmo dele nascer.Hera falou ainda do exame de paternidade, queria ter a confirmação do que seu coração já sentia. Ela falou ainda de uma festa de casamento, viu os olhos de Helena brilharem com a proposta. Com certeza, Helena sonhava em ter uma cerimônia e uma festa de casamento.— Apollo está demorando, não está? — Hera disse enquanto devolvia Eros para os braços de Helena. Como psicólogo, Hera imaginou que ele fosse falar com um paciente, e que logo estaria de volta.----------Enquanto isso Apollo estava em apuros, o suposto trabalho era a morte de homem que aliciava meninas para prostituição. Como ele mesmo dizia, uma pessoa que valia mais morta do que viva, mas na verdade, era uma emboscada.— As escadas, ele subiu as escadas! — Um dos perseguidores dizia enquanto Apollo corria as escada de incêndio.Apollo já havia trocado tiro com vários homens, tinha ma
Passaram-se três dias até Apollo ter alta e voltar para casa. Assim que passou pela porta, Helena foi até ele e o abraçou, Cerberus confiava nos amigo, mas Selene não sabia quem era a outra mulher.— Cuidado Helena, assim me machuca. — Apollo reclamou. — Essa é Selene, ela cuidou de mim esses dias.— Muito obrigada! Me chamo Helena, esse é Cerberus e o bebê é Eros.Selene sorriu, parecia que Helena e Cerberus eram uma família.— O que houve? — Cerberus perguntou.— Me ajude a ir para o quarto e conversamos... — Apollo pediu, em seu olhar estava clara a preocupação.Cerberus passou o bebê para os braços de Helena e seguiu com Apollo, enquanto Helena e Selene foram para cozinha. Apollo contou da emboscada e do perigo que ele corria, falou também que isso significava que Helena e Eros também estavam em perigo.— O que vamos fazer? — Cerberus perguntou preocupado.— Temos que saber quem e porquê, deve haver um motivo para isso. Por enquanto vamos cuidar da segurança, sua e da Helena.— E
A noite parecia tranquila, em casa em família. Tudo aquilo era um sonho, um sonho bom demais para continuar assim.Hades descobriu a falha, soube quase que de imediato que Cerberus não participou do serviço de Apollo e pior, nem mesmo Apollo estava morto.Hades tinha um segundo plano, se Apollo estava acamado e Cerberus não saía de casa, o pegaria em casa mesmo...Hades contratou uma pessoa que faria o serviço, o homem se passaria por veterinário e assim faria aquilo que Hades não conseguiu antes.O plano parecia simples, matar Cerberus, pegar o bebê de Helena e receber a herança. Depois de tudo em seu nome, como guardião da criança, se desfazer dela era só mais um detalhe.Não passou nem mesmo uma semana, Selene estava ajudando Helena com o bebê, Eros flechava mais um coração.— Eu vou me deitar, leve essa sopa para Apollo, fará bem a ele. — Helena deu a sopa nas mãos de Selene e pegou o filho.No quarto, Helena deu banho na criança e depois o colocou no berço, olhava o filho dormir
Levou quase a noite inteira, mas finalmente Cerberus e Helena chegaram até algumas civilização.— E agora, o que faremos? — Selene perguntou.No rosto de todos havia dúvidas, angústias e muita preocupação.— Cerberus, vou ligar para sua mãe, você e Helena não podem ficar na rua com uma criança pequena, é perigoso demais. Ela vai gostar de recebê-los.— Todos saberão de Helena, apenas a minha mãe sabe, mas e você? Para onde vai?— Eu me viro, sempre me virei. — Apollo disse com um sorriso de lado, sua vida era uma incógnita e se dependesse dele, continuaria sendo.Não demorou muito para o motorista de Hera aparecer, ele ficou encarregado de levar Cerberus e Helena para aquele que seria o seu novo lar.Apollo partiu em um táxi logo em seguida, iria para o seu refúgio, para a casa que um dia deixou para trás quando foi trabalhar com Cerberus.-------Na casa de Hera, ela deixava uma mesa posta, tinha tudo que o filho mais gostava e muito mais, pois ela pensava se Helena gostaria também.
Helena foi levada para o quarto de Cerberus, demorou alguns minutos para acordar e quando despertou, tinha todos ali a olhando. Até mesmo um médico foi chamado.— Veja, ela está acordando... — O médico disse ao ver seus olhos se mexerem. — Olá senhorita. — Senhora! — Cerberus rosnou para o médico, o fazendo engolir seco e tremer.— A senhora, teve uma queda de pressão, deve ter passado por algum pico de estresse.— Helena, o que houve? Algo a irritou? — A mãe de Cerberus perguntou.Helena olhou Hades ali parado próximo a porta, parecia pronta para dizer seus medos, para entregar tudo, mas os olhos sombrios dele a fizeram recuar, não podia, não deveria fazer isso, pois talvez se colocasse em perigo se o fizesse.— Vocês falaram de um incêndio em sua casa, acham pouco? É muito estresse. — Hades disse. Ele era astuto, daria um jeito de manter Helena calada.Helena apenas concordou com a cabeça e forçou um sorriso, não questionaria ou revelaria nada, não nesse momento.------Enquanto i