AntônioMas que grande merda aconteceu nessa casa ontem? Eu ainda estava me decidindo de onde vinha a imensa raiva que tinha brotado em meu peito. Eu sei que a presença de Arthur Vasconcelos mexeu monstruosamente com meu psicológico, mas eu sempre soube como lidar com isso, até mesmo quando Margareth estava viva eu sabia como controlar o ciúme louco que eu tinha dele, mas ontem eu explodi e descontei na pessoa errada. Ela nem é nada minha e tem razão em achar ruim de eu me intrometer no cortejo de Arthur com ela. Ela é linda, empolgante e uma pessoa doce e ele percebeu isso extremamente rápido. Saí do meu quarto para dar de cara com a pessoa que está tirando meu sono. Pensei em cumprimentá-la, contudo ela se fechou e entrou no quarto, como na noite anterior e isso estava me deixando louco. Eu gostava muito da sua presença, agora não sei como tudo ficaria. Desci as escadas rápido sem prestar atenção em nada. — Bom dia, senhor Campos — Luana me cumprimentou — Já estou terminando de co
RoseForam dois dias em completo silêncio. Eu mal o cumprimentava quando ele vinha ver o filho quando estava nas áreas centrais da casa. Nenhum de nós fazia questão de resolver a situação, afinal ele era meu patrão e era essa a postura que eu queria que tivéssemos a partir de agora. Nada de intimidades por eu ser irmã de sua cunhada, para que ele não cogitasse liberdades que não possuía.Todos os funcionários já tinham percebido que algo havia acontecido, Luana, Bianca e Janice até tentaram arrancar de mim, mas eu disse que tudo estava como deveria estar e se elas não queriam que ele as colocasse no olho da rua, era melhor cada uma fazer o seu serviço e parar de cuidar da vida do futuro conde e com isso as fiz entender que algo que eu tinha feito tinha ameaçado o meu emprego por isso me "coloquei no meu lugar".O problema era que minha cabeça pensava nele o tempo todo, mesmo eu querendo esquecer ou pensar no filho do duque, Antônio tomava conta dos meus pensamentos, com seus sorrisos
AntônioDesci as escadas e peguei a mesa posta apenas uma xícara de café preto, eu sabia que estava atrasado, mas nada no mundo seria mais importante que meu filho. Meus irmãos que esperassem.— Luana? — chamei assim que a vi passar pela porta — Rosely ficará cuidando de Otávio hoje em tempo integral, suba de hora em hora para ver se ela necessita de algo para si ou para ele e qualquer coisa mande me chamar. — Ela confirmou com a cabeça — Obrigado. — Coloquei a xícara na mesa e sai de casa indo em direção ao meu motorista.O trajeto até a empresa demorou mais que o normal, eu não queria estar lá e sim com meu filho, era como se algo estivesse errado e que minha mente me mandasse embora a todo custo.Chegando à fábrica fui em direção a minha sala, onde meus dois nem tão adoráveis irmãos já me esperavam.—Você está atrasado — André falou assim que cruzei a porta.—E não vai explicar o motivo de nos fazer esperar por mais de duas horas por sua ilustre presença?— Preciso? —os dois me olh
RoseAcordei em um silêncio absoluto, tudo estava escuro e não havia nem sinal de Antônio e nem de Otávio em lugar algum. Me sentei na cama tentando lembrar exatamente o que tinha acontecido para eu dormir tanto e me lembrei da noite turbulenta que tivemos.Me levantei correndo e fui até o banheiro, me assustei com a minha aparência, parecia que uma boiada inteira tinha passado por cima de mim. Tomei um banho para ficar mais apresentáv
AntônioQualquer coisa que ela disser eu vou aceitar. Qualquer coisa.Sempre que eu achava que estávamos melhorando em nossa relação, algo acontecia, agora era essa maldita mania de querer interferir em qualquer coisas que falam para ela. Eu sei que não tenho nada com isso e mesmo assim quero que ela entenda o meu ponto de vista. Ela é uma mulher incrível, mas não é para aquele idiota. Para nenhum idiota. Rosely sempre mereceria mais de qualquer pessoa, até mesmo de mim. Eu sabia que ela precisava de uma pessoa que visse toda a força que ela tinha, que aceitasse a mulher esperta e interessante.Até agora eu não tinha conhecido nenhum homem que cumprisse todos os requisitos para ocupar um lugar em sua vida, além do que eu ainda me sentia responsável por ela desde que tinha ajudado a resgatá-la dos sequestradores.—
RoseQuem em sã consciência manda flores às 20h? Eu não sabia o que pensar e o semblante fechado de Antônio me fazia ficar ainda mais em dúvida.— Senhoritas, senhora— ele falou olhando para minhas irmãs— Fiquem à vontade, vou me recolher— ele não olhou mais para mim, apenas se viro
AntônioA noite foi longa e insone, tentei diversas vezes fechar os olhos e desligar, mas a moça de cabelos negros, olhos puxados e pele branca se fixaram em minha mente. Tentei ler, mas lá estava ela novamente. Tentei pensar em Margareth, e mesmo assim Rose continuava tomando seu lugar."Ninguém vai tomar o meu lugar!"Meu subconsciente me lembrou, as palavras de minha mulher sempre ecoavam, mesmo que o rosto de Rose permanecesse em meus pensamentos. Eu tinha prometido, jurado que nunca colocaria ninguém em seu lugar e continuaria assim, até que meu tempo se findasse na terra.E depois de várias tentativas resolvi que o melhor era ir até o escritório trabalhar, já que eu não conseguia dormir de forma alguma.Me afundei nos papeis que se acumularam do dia anterior e observei todos os registros que meus irmãos tinham feito. Eles queriam muito
AntônioÀs vezes eu achava que vivia em uma realidade paralela ao dos meus irmãos, eles sempre tinham algo irritante que poderia ser resolvido facilmente, mas faziam disso uma tempestade tão grande que me irritava.— André?— chamei a atenção do meu irmão do meio que já veio em minha direção.— Conseguiu conversar com sua esposa sobre ficarem um tempo no norte para novos contatos?— Bom, sobre isso... — o olhei com raiva, eu sabia o quanto ele postergava isso.—Você não falou e nem vai— terminei sua frase.— Você sabe como ela é, sabe que não é tão fácil assim, Margareth também não era.— Era diferente.— Então vou contratar outra pessoa para ir em seu lugar.— Não vai nã