Antônio
A noite foi longa e insone, tentei diversas vezes fechar os olhos e desligar, mas a moça de cabelos negros, olhos puxados e pele branca se fixaram em minha mente. Tentei ler, mas lá estava ela novamente. Tentei pensar em Margareth, e mesmo assim Rose continuava tomando seu lugar.
"Ninguém vai tomar o meu lugar!"
Meu subconsciente me lembrou, as palavras de minha mulher sempre ecoavam, mesmo que o rosto de Rose permanecesse em meus pensamentos. Eu tinha prometido, jurado que nunca colocaria ninguém em seu lugar e continuaria assim, até que meu tempo se findasse na terra.
E depois de várias tentativas resolvi que o melhor era ir até o escritório trabalhar, já que eu não conseguia dormir de forma alguma.
Me afundei nos papeis que se acumularam do dia anterior e observei todos os registros que meus irmãos tinham feito. Eles queriam muito
AntônioÀs vezes eu achava que vivia em uma realidade paralela ao dos meus irmãos, eles sempre tinham algo irritante que poderia ser resolvido facilmente, mas faziam disso uma tempestade tão grande que me irritava.— André?— chamei a atenção do meu irmão do meio que já veio em minha direção.— Conseguiu conversar com sua esposa sobre ficarem um tempo no norte para novos contatos?— Bom, sobre isso... — o olhei com raiva, eu sabia o quanto ele postergava isso.—Você não falou e nem vai— terminei sua frase.— Você sabe como ela é, sabe que não é tão fácil assim, Margareth também não era.— Era diferente.— Então vou contratar outra pessoa para ir em seu lugar.— Não vai nã
RoseAcordei assustada com os barulhos que ouvi no corredor. Já era tarde e eu sabia que Antônio ainda não tinha chegado em casa quando eu fui dormir. Dei uma olhada em Otávio enquanto vestia o meu roupão e fui até o corredor.— O que aconteceu?— corri para ajudar Sérgio que tentava subir as escadas carregando Ant&ocir
Antônio"Que porra do caralho eu fiz ontem à noite?"A dor em minha cabeça consumia toda a minha razão, eu já nem me lembrava que não me permitia falar palavrões, mas nesse momento somente eles exaltariam tudo que eu estava sentindo. A dor alucinante me fazia gemer cada vez que me mexia, meu equilíbrio parecia estar fora de foco. Eu realmente não conseguia definir onde mais doía.
RoseEu não entendia nada sobre relacionamentos, mas sabia que algumas mulheres que não se importavam com a fama que recebiam, compartilhavam de intimidades com os homens em troca de status e dinheiro. Eu só entendia o pouco que Emma compartilhava comigo e a marca de batom no abdômen de Antônio me deixou ao mesmo tempo irritada e curiosa.As marcas de unhas pelo corpo também me faziam ter dúvidas de que foi realmente bom para al
RoseNão ouvi a voz de Antônio em momento algum durante o dia, levei seu almoço e café da tarde, mas ele continuava tentando descobrir algo em sua memória. Sua irritação era palpável e seus bufares ouvidos do corredor.Dei um banho em Otávio após o jantar e o coloquei para dormir antes de buscar o jantar de Ant&ocir
AntônioMinha vontade era correr até ela e tomá-la em meus braços.Era loucura, eu sabia, mas estava tão pulsante em minhas veias que eu queria sentir o gosto dos seus lábios, a textura de sua pele. Ouvir meu nome saindo de sua boca.
AntônioEu peguei no sono perto das 5h da manhã, quando não havia qualquer ruido além dos cantos da noite. Minha mente buscou soluções até finalmente se cansar e silenciar para que o sono me invadisse e levasse todas as minhas dúvidas.Acordei com o sol se infiltrando pelas janelas que deixei aberta para admirar a lua durante a noite. Eu mal conseguia me lembrar qual tinha sido a última vez que eu tive a oportunidade de conte
RoseFui atrás de Otávio que a essa hora já estava na cozinha tirando a paz das meninas e as divertindo sem parar. Depois que aprendeu a engatinhar o céu era o limite para aquele bebê. Tudo parecia muito curioso para ele.— Já, já seu pai me manda embora por não cuidar direito de você— Peguei ele no colo que não ficou feliz com a atitude.— Não faça bico, meu amor, vamos para o