Antônio
Sai de casa ainda angustiado, estava claro que aquela mulher só estava ali para destruir a minha vida. Passei na fábrica e avisei a Álvaro o que estava acontecendo.
— Quer que eu te ajude a achar algum lugar? — André já tinha ido para Colinas a alguns dias e ainda não tinha nos dado nenhum sinal de vida, o que também me deixava preocupado.
AntônioCheguei em casa e o silêncio reinava, até parecia que ninguém poderia atiçar o mal que estava vivendo debaixo do nosso teto e isso inflou ainda mais meu ódio.Subi as escadas de dois em dois, eu só precisava ter certeza de que minha mulher e meu filho estavam bem. Parei na frente da porta do nosso quarto ouvindo risadas e conversas, abri lentamente a porta e me deparei com muitas roupas espalhadas pelo quarto.
RoseA aura de minha casa continuava nublada, era como se algo ruim estivesse nos espreitando, esperando para nos atacar a qualquer momento e isso me causava calafrios. Antônio estava mais calado que o normal, conversava o necessário e sua cabeça ficava criando jeitos dele sair daquela situação da melhor forma possível.Tudo parecia nos fazer afundar cada vez mais, nos distanciando do objetivo que era tirar aquela mulher de dentro da nossa casa. Eu só queria que as coisas voltassem ao normal, para tudo se encaixasse de uma vez e nós pudéssemos viver tranquilamente como nos últimos meses.— Querida, de hoje não passa, não se preocupe com nada.— Vou ficar esperando ansiosamente— ele sorriu e me deu um beijo na testa antes de sair para a fábrica. Voltei para a cozinha apenas para terminar de escolher algumas frutas para o
AntônioEu já estava irritado por não achar nenhum lugar para hospedar aquela mulher, ninguém queria uma grávida e todos pareciam a conhecer. Era não para todos os lados, e até mesmo alugar uma casa estava difícil pela fama da mulher.— Irmão, acho melhor você voltar para casa e conversar com a Rose, vamos esperar a resposta daquele último senhor. Quem sabe com a antecipação dos aluguéis que você prometeu ele não ceda.— Espero que sim. São 6 meses Álvaro. Não é possível que nem dinheiro resolva nesse caso.— Acredito que ele ficou bastante tentado com a proposta.— Temos que torcer então— ele concordou— Vou para casa, Rose está bem chateada com a situação e a senhora Olivia ainda provoca mai
RoseSerá que se eu gritasse bem forte conseguiria espantar aquela mulher da minha vida?Era isso ou pular no pescoço dela.Fui até Otávio e vi que meu pequeno ainda estava adormecido alheio a tudo que estava acontecendo. Agradeci a Deus por Antônio ter chegado antes que algo pudesse ter acontecido e não me isentava da culpa de não ter percebido o que aquela mulher estava tramando. Mesmo assim eu me sentia injustiçada.Não esperava que ele fosse me tratar daquela forma, eu sempre quis o melhor para Otávio, como ele podia me acusar de não me importar com o bem-estar dele?Sentei-me na cama alisando a colcha floral, eu precisava distrair minha mente ou logo começaria a chorar de raiva por tudo que estava acontecendo. O dia tinha sido bom até aquele momento. Não queria que tudo tivesse virado de cabeça para baixo, inclus
RoseAntônio saiu mais cedo que o normal de casa. Pude ouvir seus passos no corredor já que passei a noite em claro repensando tudo o que tinha acontecido no dia anterior.O que mais eu senti foi a falta dele e isso me mostrou que mesmo com todos os nossos erros, eu era incapaz de me afastar dele por muito tempo. Eu precisava senti-lo perto de mim, como sempre foi, mesmo durante nossas brigas. Eu precisava do seu humor inconstante e de seus abraços apertados. Precisava de tudo de bom e de tudo de não era tão bom assim que ele tinha para me oferecer, afinal ele era humano assim como eu, cheio de falhas prontas para serem corrigidas.Resolvi que hoje me sentaria com ele e resolveria todas essas pendências, deixaria claro que o que ele havia falado sobre eu não me preocupar com o bem-estar de Otávio estava completamente errado e que mais do que nunca eu queria voltar a ficar bem com ele. Porém deixa
AntônioSai de casa mais cedo para não ter que ver novamente o olhar triste de Rose. Eu sabia que tinha me excedido. Quando tudo se acalmou novamente eu percebi o quanto fui injusto com ela e fiquei ainda mais irritado.Realmente aquela mulher estava conseguindo acabar com a paz e a harmonia que existia em minha casa e eu não podia mais suportar isso. Eu precisada de uma saída e faria qualquer coisa para que não tivesse mais que deixá-la perto de Rose e Otávio.Álvaro tinha acabado de chegar na empresa quando passei pela porta e fui em sua direção.— Bom dia— falei o cumprimentando.— Bom dia Antônio— ele estava analisando um lote que tinha acabado de chegar.— Vou mandar Rose e Otávio para ficarem em sua casa por uns dias.— Ele se virou para mim.— Demorou para tomar essa atitu
— Acha mesmo que viria até aqui, tentaria dar um golpe em mim e em minha família colocando-os em risco e sairia ilesa?—Mas... mas...— gaguejou olhando para todos os lados procurando uma rota de fuga.— Mas nada, eu quero saber direitinho tudo desde o início. Tenho certeza de que alguém a está ajudando.— Me recostei na mesa de frente para ela e Rose se aproximou de mim. Ela era uma fortaleza, eu podia sentir o quanto ela queria nos proteger de tudo o que estava acontecendo.— Não tem ninguém. É somente eu.— falou novamente.— Pare de mentir— parei a frente dela.— Quem está por trás de toda essa falcatrua? O que vocês queriam?— Eu não sei do que o senhor está falando.— Se fez de desentendida.—Claro que não, vai
Antônio— Você só vai sair daqui quando falar tudo o que aconteceu.— falei novamente.— Eu ... eu não sabia quem era o senhor quando entrou no bar.— Ela começou sua história olhando somente para mim. Era impressão minha ou ela ainda tentava jogar seu charme?—E quem foi que disse quem eu era?— perguntei torcendo para que seu cumplice fosse o filho do duque. Assim eu me livraria de duas pestes de uma vez só.— Minha amiga de trabalho.— Amiga? Droga, não era isso que eu queria ouvir.— Que amiga?— olhei para Rose que estava com os braços cruzados encarando toda a situação. Minha esposa parecia uma rocha. Eu só sabia admirá-la.— Janice, ela já trabalhou para o senhor, mas por causa dessa ai você a colocou na rua.—