A sala ficou em um silêncio mortal, nem parecia que ela estava cheia de pessoas. Não sei se foi a curiosidade das pessoas que gritou mais alto, ou foi o grito da minha irmão Melissa, que atrapalhou o falatório. Algo la no fundo do meu ser, sabia que Aline não conseguiria se manter calma por muito tempo, não quando Melissa teve a ousadia de falar mal de Bernadete. Tive certeza, que as coisas iriam ficar feia naquele momento. Minha esposa conseguiu tirar as minhas mãos do seu braço, e foi em direçao a minha irmã. Ela puxou Melissa pelos cabelos, para o escritório de Augusto, tentei correr para impedir, não queria que minha esposa se culpasse depois por estragar a festa de noivado da sua melhor amiga, mas fui parado pelo grito do meu pai. — Não ouse dar nenhum passo a mais Murilo. — Me virei e olhei para ele, tentando entender a sua reação.— O senhor sabe que minha esposa não estar bem, por tudo que aconteceu. Se ela passar do ponto e machucar Melissa, não reclame depois. — Melissa, j
A raiva ainda era um sentimento vivo em mim, se Melissa achou que acabou apenas com a surra de Aline, ela estava muito enganada. Só não subi atrás dela na mesma hora que ela subiu as escadas, porque eu não iria deixar minha noiva sozinha, após a humilhação que minha irmã a fez passar. Era naqueles momentos que eu agradecia a Deus, por minha menina ter uma amiga tão leal a ela igual Aline. Enquanto Aline, estava em meu escritório trancada, fazendo Deus sabe o que, com Melissa, percebi que Bernadete não demonstrou nenhuma reação.— Você esta bem minha menina? — Tudo ótimo. — Ela respondeu olhando para a porta do meu escritório.— Não deixe que Melissa acabei com a nossa noite. — Ela acaba com a nossa noite? Porquê? Por ela ter dito a verdade, que você esta me colocando no lugar da sua ex. Me trazendo para a casa que um dia foi dela. — Eu falei para você na entrada, e vou repetir. Nunca irei te forçar a nada, entendeu? Se você tivesse me falado que não queria tudo isso, eu teria acaba
Completou um mês que Rael estava morando comigo e Murilo, e nesse tempo, voltamos a nos dar bem, não vou dizer que viramos melhores amigos, mas estávamos convivendo bem, acho que é certo dizer, que voltamos ser aqueles irmãos que implica com tudo um do outro. Ele e Manuella não voltaram mais, meu irmão continuou com a decisão do divórcio. Rael disse que percebeu que sua esposa não era mais a mulher por quem ele se apaixonou, que tudo que nosso pai já fez, ela sempre passava a mão na cabeça dele, e que sempre ele era o culpado por querer ficar ao lado. No dia que completou um mês Rael quis voltar a morar na casa dos nossos pais, porem eu pedi que ele ficasse mais um tempo, e que ele não precisava sair as pressas como se estivesse fugindo, mas ele estava disposto a não nos incomodar, então Murilo ofereceu um apartamento que ficava a frente do nosso para meu irmão, e com muita insistência ele aceitou. Combinamos de ir à casa dos nossos pais, para pegar umas coisas que Rael tinha deixado
Descobri que eu era irmã de Rael no dia do aniversário de quinze anos da entojada. Tinha discutido com minha mãe, pois estava cansada de ouvir todos dizendo que eu era filha de uma puta, e não iria demorar nada para eu ir pelo mesmo caminho da minha mãe. Até então eu não tinha nada contra aquela pirralha, não via ela como ameaça, mas minha mãe deixou escapa no momento que eu estava saindo de casa, que o pai daquela pirralha era o mesmo que o meu. Não quis acreditar, pois, ela estava bêbada, na verdade, não tinha um dia que eu conseguisse me lembrar dela sem estar bêbada. “ Por sua culpa minha vida se transformou na merda que ela é hoje.” Essa era a frase mais amorosa que eu ouvia sair da boca dela, diariamente, e o sentimento que sentíamos uma pela outra era recíproca. Fui até o local que aconteceria a festa de quinze anos da pentelha, e chegando lá perguntei se poderia conversar com o homem que minha mãe disse ser meu pai. Ele pediu para que eu o acompanhasse até seu escritório, e a
Com o passar dos tempos, eu tentei me reaproximar de Murilo muitas vezes, ligações que não eram mais atendidas, mensagens que não eram mais respondidas, viramos dois estranhos, porem o que me deixava em paz, era saber que todos às vezes que ele tentava se aproximar da sua amada esposa, era em vão, pois a irmãzinha que eu nunca pedi a Deus, se trancava dentro do seu quarto, no momento que sabia notícias da sua ida a nossa vila.Eu amava ver os dois sofrendo, tinha prazer de saber que não era apenas minha vida que estava revirada de cabeça para baixo. Sempre que eu via meu pai, eu me fingia de coitadinha, mostrava estar sofrendo, por tudo que meu ex noivo, e sua atual esposa fizera comigo. Eu sempre perguntava a ela aos prantos, o porquê de nada na minha vida não dar certo, primeiro foi ele que me abandonou, para viver com sua família perfeita, e segundo meu noivo me deixou justamente por conta da mesma pessoa. A cada lágrima minha eu via acontecer uma pequena mudança nele. Meu pai semp
Os dias posteriores a descoberta de que Bruna era irmã de Aline e Rael, e com isso se tornando minha cunhada, não foram nada fácies, pois Bruna colocou na cabeça que tinha direito a parte dos bens que foram deixados para minha esposa por sua mãe. Bruna não dava um segundo de paz, nem para Rael ou para minha esposa. A última proeza que armou foi ter dado parte da minha esposa, por alienação parental. Isso mesmo, ela deu parte dos seus irmãos por negligenciarem ela, e não pensarem em dividir a parte da herança deixada por Sebastian. O incrível que até após morto, aquele homem conseguia não no deixava esquecer que ele um dia já existiu. Quem parecia não esta nem um pouco incomodada com tudo que estava acontecendo era Aline. Ela estava apenas pensando no aniversário de Ian. Faltavam poucos dias, e ela se focou em cada do que estava acontecendo, parecia que ela tinha criado uma bolha sobre ela, e o que acontecesse fora da bolha, não importava. No dia que ela foi solicitava para uma audiên
Saber que Bruna era minha irmã, fruto de mais uma covardia que meu pai fez contra minha mãe, doeu, mas do que eu imaginava que doeria. Por que de bilhões de pessoa que existia no mundo, tinha que ser ela. Acho que eu odiaria meu pai bem menos, se fosse outra pessoa. Ele era realmente um desgraçado, pois até mesmo após morto, ela conseguia acabar com um pouco da minha paz. Estava cansada de ouvir, todos perguntando se eu estava bem. Que pergunta mais merda que poderiam fazer a uma pessoa que tinha acabado de descobrir que as pessoas que mais me fizeram mal na vida, eram sangue do meu sangue. Eu me sentia suja por ter tanto ódio em meu coração, pois eu sabia estar me igualando a eles. Tive uma discussão com Murilo, onde falei o que estava entalado em minha garganta, mas acho que falei demais. Eu disse coisas que não estavam em meu coração, falei que o odiava por ter se envolvido com Bruna, e que eu tinha certeza que ela nunca nos deixaria viver em paz, a sombra dela sempre iria nos per
Entrei no primeiro bar que apareceu à minha frente, sentei em uma cadeira que ficava em frente ao balcão e Rael sentou ao meu lado. Ficamos em silêncio por um tempo, meu peito ainda doía pela discussão. Sinceramente, eu pensava, ou até mesmo queria acreditar que minha esposa tinha esquecido, os meus erros no passado, mas percebi que subestimei muito a dor que lhe causei, pensava que com meu carinho, e amor sem medidas ela passaria uma borracha em tudo e que viveríamos o nosso amor, sem interrupções, mas subestimei a minha capacidade de ser egoísta. Como eu pude esquecer do tamanho do mal que eu fiz a ela? Eu tinha que ter pensado nela, que ao descobrir que Bruna era sua irmã poderia mexer muito com ela. Afinal, querendo ou não, eu a deixei no altar por sua própria irmã. Pedi um whisky puro, queria ficar bêbado muito rápido, pois se mais rápido eu ficasse bebo, mas rápido eu voltaria para meu apartamento. Talvez se eu voltasse beber, eu conseguiria conversar melhor com minha esposa,