Ao notar a presença de sua nora, Giulia levantou-se com um sorriso radiante e caminhou até Bianca. —Bom dia, querida! Me desculpe, o cheiro da comida estava tão irresistível que nem percebi você aqui!" O brilho nos olhos de Giulia era acolhedor, mas Bianca sentia um nó no estômago.
A jovem estava nervosa diante dos sogros, uma sensação angustiante que a acompanhava desde que se tornara parte da família. Giulia percebeu a tensão de Bianca e a envolveu em um abraço caloroso. O corpo da jovem ficou rígido no início, como se estivesse presa em uma bolha de insegurança, mas aos poucos relaxou, permitindo-se sentir o carinho da sogra.
Leonardo entrou na cozinha nesse momento, puxou a cadeira e se sentou à mesa com um sorriso tranquilo. —Bom dia a todos!—As risadas e conversas animadas começaram a fluir, mas Bianca permaneceu de pé, hesitante.
Matteo, observando a nora em pé, lançou um olhar gentil e perguntou: —Você não vai tomar café com a gente?—A voz dele era suave, mas Bianca apenas balançou a cabeça em um gesto tímido e envergonhado. Na verdade, seu estômago roncava de fome; ela estava faminta. Contudo, na casa dos pais, Ela era proibida de sentasse a mesa para refeições
Bianca sempre teve uma visão clara sobre o valor de cada pessoa: todos eram iguais, independentemente de sua posição social. Essa crença a tornava humilde e acolhedora, mas seus pais tinham uma perspectiva diferente. Eles se achavam superiores aos empregados e não aceitavam a ideia de que alguém em uma posição mais baixa pudesse ser tratado como igual.
Certa vez, Bianca decidiu convidar uma empregada para se juntar a ela à mesa durante o jantar. Para ela, era um gesto natural, uma forma de mostrar respeito e dignidade. No entanto, ao ouvir sobre isso, seus pais ficaram furiosos. —Como você pode fazer isso?— gritaram eles, a desaprovação clara em seus rostos.
Ela disse aos pais que todos eram iguais e que mereciam o mesmo respeito. Por isso, os pais ficaram bravos e a proibiram de sentar à mesa. —Se você gosta tanto de se igualar aos empregados, a partir de hoje você só vai comer com eles na cozinha, quando todos comerem, e só comerá as sobras até entender que não somos iguais.— Eles queriam mudar a atitude da jovem até que ela reconhecesse que estava errada. Mas Bianca nunca fez isso. Essa situação causou a fúria dos pais há mais de oito anos, o castigo foi severo.
Mesmo assim, Bianca mantinha sua crença forte. Ela sabia que cada pessoa tinha seu valor e merecia ser tratada com dignidade. Essa luta interna a acompanhava sempre
Os pais de Bianca, decididos a intensificar o castigo, ordenaram que as cozinheiras diminuíssem a quantidade de alimentos servidos, para que não sobrasse muito. Muitas vezes, Bianca ia dormir com fome, mas sua convicção permanecia inabalável; ela nunca voltou atrás em sua opinião sobre a igualdade.
Com essas lembranças, a tristeza se instalou em seu coração. Giulia, percebendo o pesar da jovem, perguntou suavemente: —Você está bem, querida?—perguntou Giulia, ao perceber a melancolia da jovem.
Nesse instante, uma voz intensa interrompeu o momento: —Sente-se e tome seu café conosco ou ficará com fome até a próxima refeição. Aqui, o horário das refeições é sagrado.—Bianca levantou os olhos e encontrou os olhos frios do marido. Um arrepio percorreu seu corpo; ela congelou diante da severidade dele.
Com as mãos trêmulas, deu um passo à frente, mantendo a vista baixa. Pegou um prato e ficou olhando para a mesa, sem saber o que comer.
—Sente-se,— ordenou ele novamente, sua voz carregada de autoridade. O coração de Bianca disparou enquanto ela lutava contra as emoções conflitantes que borbulhavam dentro dela.
Bianca sentou-se cabisbaixa, o olhar fixo no prato à sua frente. Todos na mesa notaram o desconforto da jovem, um silêncio pesado pairando no ar.
—O que foi? Não vai comer?—perguntou Vincent, sua voz cortante. Sem ousar olhar para ele, Bianca murmurou: —O que devo comer?— A pergunta, inocente e vulnerável, deixou o homem irritado.
—Como a porra que quiser! Será que tenho que decidir o que você quer comer? Ou vai querer que eu mastigue para você também?—A raiva em suas palavras era clara, e os olhos de Bianca se encheram de lágrimas. Suas mãos começaram a tremer, um sinal claro de como aquelas palavras a afetavam. Todos perceberam, até mesmo Vincent, que a expressão dela revelava o quanto ele a abalava.
—Vincent…—repreendeu Matteo, com a voz firme e autoritária. O silêncio se instalou por um momento tenso, enquanto Vincent apenas abaixava a cabeça, relutante em reconhecer a gravidade de suas ações.
—Você pode comer o que tiver vontade, querida,— disse Giulia, sua voz suave e protetora enquanto lançava um olhar severo para o filho.
Bianca respirou fundo e pegou um copo, despejando leite quente antes de pegar uma fatia de pão de forma recheado com queijo branco. Começou a comer com visível desconforto, cada mordida acompanhada da lembrança do quão grosseiro Vincent havia sido com ela.
Observando-a, Vincent sentiu uma pontada de culpa ao perceber o quanto ela estava incomodada. Um impulso de querer consertar as coisas surgiu dentro dele. Levantou a mão para colocar uma panqueca no prato dela, mas ao fazer isso, Bianca fechou os olhos e se encolheu, tremendo levemente. Ele interpretou seu gesto como um sinal de medo e isso não passou despercebido.
Quando ela finalmente abriu os olhos, viu uma panqueca delicadamente colocada em seu prato. —Obrigada,— disse ela, sua voz soando como um sussurro tímido. O gesto simples parecia carregar um peso emocional imenso entre eles.
Vincent quebrou o silêncio, sua voz abrupta cortando a tensão na mesa. —Ver se se alimenta direito. Está desnutrida, dá pra notar de longe. E quando você for dormir da próxima vez, se cubra para não congelar e adoecer. Você precisa cuidar um pouco mais da sua própria saúde,—disse ele, tomando um gole do seu café.
Essas palavras pegaram Bianca de surpresa e a emoção a envolveu por dentro. —Ele está preocupado com minha saúde?—Pensou, seu coração batendo mais rápido. Ela nunca imaginou que Vincent pudesse expressar preocupação genuína por ela. A ideia parecia estranha, quase como um sonho distante.
Enquanto mastigava lentamente, sua mente começou a girar em torno dos boatos que ouvira sobre eles. As histórias de crueldade e falta de coração ecoavam em sua cabeça, criando uma batalha interna entre o que ela havia aprendido sobre eles e o que estava experimentando naquele momento.
—Serão eles realmente tão frios quanto dizem?— refletiu Bianca, o dilema envolvendo seu coração. A verdade era que Vincent parecia muito mais complexo do que as histórias permitiam imaginar. Havia uma fragilidade nas palavras dele que contradizia tudo o que ela pensava saber.
Ela olhou para ele furtivamente, tentando decifrar a expressão em seu rosto. O homem à sua frente era uma mistura de autoridade e vulnerabilidade, e isso a deixava confusa.
Depois do café da manhã, os homens saíram para cuidar dos assuntos da máfia, deixando Bianca e Giulia sozinhas na imensa casa. Giulia, com seu jeito entusiasmado, começou a mostrar cada cômodo, sua voz vibrante ecoando pelas paredes decoradas.—Olha só essa sala de estar! E aqui temos a biblioteca, onde você pode passar horas mergulhada em bons livros,—dizia Giulia, apontando para os detalhes da casa com carinho. No entanto, uma sombra pairava sobre o ambiente.—Querida, peço desculpas por ontem, no casamento. Pela forma que o Vincent te tratou... ele não deveria ter te deixado sozinha daquele jeito,— disse Giulia, olhando nos olhos de Bianca com sinceridade.Bianca assentiu, sentindo um misto de compreensão e tristeza. —Eu entendo, dona Giulia. Eu também não estava confortável com o casamento.—A lembrança do altar ainda era fresca em sua mente. —Ele estava noivo da minha irmã. Ela é bonita, elegante... E foi ali, no altar, que ele descobriu que não era a noiva que ele sonhou sou uma
A tensão na sala se intensificou à medida que Vincent desceu as escadas, o sangue escorrendo de suas mãos, um sinal claro de que algo terrível havia acontecido. Seus olhos estavam vermelhos de raiva, e a atmosfera era pesada com a expectativa do que estava por vir.A pergunta surgiu dos lábios de sua mãe, Giulia, acompanhada por Matteo e Leonardo, que já estavam armados. O olhar assassino de Vincent encontrou o deles, e a sala ficou em silêncio. —O que aconteceu aqui hoje?— A pergunta cortou o ar como uma lâmina afiada.— O de sempre, filho. Por que a pergunta?—disse Giulia, tentando desviar da gravidade da situação.—E minha esposa? O que aconteceu com minha esposa? — A voz de Vincent era um rosnado, carregada de uma fúria crescente. O desconcerto tomou conta do ambiente; os rostos se tornaram raivosos à medida que as perguntas eram feitas a compreensão nem começava a se formar.—Querido,— Giulia interveio, mas a preocupação em seu olhar era evidente. —Eu passei o dia inteiro com el
Bianca sentiu seu coração aquecer com aquele gesto tão gentil de Vincent. Desde os 10 anos, ela não recebia afeto, e a falta disso a tornava insegura. Ela desejava abraçá-lo, abrir seu coração e compartilhar todas as suas dores e preocupações. No entanto, a coragem lhe faltava. Afinal, ela só conhecera Vincent no dia do casamento, apenas um dia atrás. O medo de depositar suas esperanças nele e acabar se decepcionando a paralisava. Já estava machucada demais; não queria continuar se ferindo.Enquanto ele tocava suavemente seu rosto, Bianca sentiu um arrepio. O cheiro dele evocou lembranças de momentos que ela gostaria de esquecer, mas que estavam ali, vivos em sua mente. Vincent segurou seu queixo e, com um olhar intenso, aproximou os lábios dos dela. O coração de Bianca acelerou; como ela queria aquele beijo! Mas uma sombra de dúvida a envolveu. Ela não era a esposa que ele desejava; na verdade, sentia-se como uma substituta. Com isso em mente, desviou o rosto, fazendo com que os lábi
Ao sair do quarto, Vincent foi invadido por lembranças da noite passada, um turbilhão de emoções que o atingiu como uma onda. Ele se lembrou do momento em que a viu entrar na igreja, deslumbrante em um vestido branco perolado, bordado com detalhes que reluziam sob a luz suave. A calda enorme arrastava-se atrás dela, enquanto seus cabelos estavam presos em um coque elegante, com alguns fios soltos que emolduravam seu rosto delicado. Dois cachos caíam graciosamente sobre suas têmporas, e a maquiagem leve realçava sua beleza natural. Os lábios rosados pareciam convidativos para um beijo, e seu coração pulou ao vê-la apesar do vestido está folgado ela estava linda, e tudo que ele queria era ir até ela.Mas a visão de Bianca não era apenas de beleza; havia tristeza em seus olhos, lágrimas acumuladas que falavam de um sofrimento profundo. Essa dor o atingiu em cheio e o deixou frustrado e furioso consigo mesmo. Ele desejava correr até ela, beijar seus lábios e assegurar que tudo ficaria bem
— O que você tem em mente, filho? — perguntou Giulia, acomodando-se no sofá ao lado, seus olhos curiosos fixos em Leonardo.— Eu... eu quero mandar um presente para a família Gambino. — A voz de Leonardo era firme, mas seu rosto sério não revelava nenhuma emoção. Havia uma raiva silenciosa e um olhar assassino, como se ele estivesse lidando com algo insignificante a raiva de saber que sua cunhada sofreu agressão no dia do casamento era considerado uma grande falta de respeito.— Vincenzo, preciso que venha comigo — disse Leonardo, seu olhar estava intenso e vazio.— Eu também vou com vocês! — interveio Vincent com uma fúria assassina nos olhos.— Negativo — respondeu Leonardo, cortante. — Você tem uma esposa para cuidar, irmão. Deixe que nós cuidaremos de tudo.Vincent hesitou por um momento, mas então concordou com um a Senar de cabeça resignado. Havia algo reconfortante na confiança de Leonardo que o fazia sentir-se seguro em ficar para trás.Vincenzo era o irmão caçula de Matteo
Vincenzo e Leonardo saíram em seu Maserati Nero, um carro blindado que simbolizava não apenas riqueza, mas também proteção em um mundo repleto de traições. A noite já avançava, mas a urgência da missão os impelia a seguir em frente. Eles estavam a caminho da base da máfia, determinados a obter respostas do que tinha acontecido com Bianca.Ao chegarem, foram direto para a sala de computação, onde uma equipe de hackers trabalhava incansavelmente para garantir que as operações da máfia permanecessem no escuro. O brilho das telas iluminava os rostos concentrados dos jovens, cada um deles imerso em códigos e estratégias digitais. Leonardo sabia que não poderiam voltar sem informações cruciais.A confiança era tudo nesse jogo perigoso. Leonardo contava com cinco homens que se tornaram seus aliados mais leais, todos resgatados por ele em suas primeiras missões como conselheiro da máfia. Cada um deles tinha uma história trágica e um passado marcado pela dor, mas juntos haviam encontrado um no
A atmosfera entre os cinco hackers se tornou ainda mais pesada enquanto assistiam aos vídeos e analisavam as imagens que haviam conseguido. O que começou como uma busca por informações sobre Bianca rapidamente se transformou em um pesadelo. As cenas eram perturbadoras, e o que eles viam era difícil de suportar.No vídeo, Bianca estava deslumbrante em seu vestido simples branco, irradiando bondade ao alimentar crianças carentes em um evento familiar. Os olhares admirativos se voltavam para ela, ofuscando completamente Beatrice, que estava vestida com um vestido extravagante e cheio de joias. A inveja e a raiva de Beatrice eram grande; ela não suportava ver a atenção voltada para a irmã.O momento em que Beatrice a agrediu foi devastador. O tapa ressoou como um eco cruel na sala onde os cinco assistiam, e lágrimas começaram a escorregar pelo rosto de Bianca enquanto ela tentava reagir. A brutalidade da situação era inegável; o chute que veio em seguida parecia ser o ápice da frustração
Já era 3 da manhã quando Vincent entrou no quarto. Bianca estava dormindo com seu moletom surrado, encolhida em um canto da cama. Ele observava a jovem dormir, admirando cada traço do seu rosto angelical. Os cabelos ruivos cobriam parte do seu rosto delicado.Ele queria poder guardar essa mulher dentro dele, onde ninguém poderia machucá-la novamente. Quando notou que ela se debatia e implorava: —Não, por favor, não fui eu, eu juro, por favor, me tire daqui, não, por favor.Vincent sentiu seu coração disparar ao ver Bianca se debatendo na cama, a expressão de medo em seu rosto tão vívida que parecia real. Ele se aproximou rapidamente, envolvendo-a em seus braços, tentando transmitir segurança e conforto.—Ei, tá tudo bem, você está segura— ele murmurou suavemente, passando a mão pelos cabelos dela para afastá-los do rosto. —Eu estou aqui. É só um sonho.Bianca começou a acalmar-se lentamente, o reconhecimento da voz familiar trazendo um pouco de alívio. Seus olhos começaram a abrir, re