Depois do café da manhã, os homens saíram para cuidar dos assuntos da máfia, deixando Bianca e Giulia sozinhas na imensa casa. Giulia, com seu jeito entusiasmado, começou a mostrar cada cômodo, sua voz vibrante ecoando pelas paredes decoradas.
—Olha só essa sala de estar! E aqui temos a biblioteca, onde você pode passar horas mergulhada em bons livros,—dizia Giulia, apontando para os detalhes da casa com carinho. No entanto, uma sombra pairava sobre o ambiente.
—Querida, peço desculpas por ontem, no casamento. Pela forma que o Vincent te tratou... ele não deveria ter te deixado sozinha daquele jeito,— disse Giulia, olhando nos olhos de Bianca com sinceridade.
Bianca assentiu, sentindo um misto de compreensão e tristeza. —Eu entendo, dona Giulia. Eu também não estava confortável com o casamento.—A lembrança do altar ainda era fresca em sua mente. —Ele estava noivo da minha irmã. Ela é bonita, elegante... E foi ali, no altar, que ele descobriu que não era a noiva que ele sonhou sou uma substituta. Não foi justo para mim nem para ele,— falou com um tom triste que revelava a dor que guardava.
Giulia franziu a testa, solidária. —Mas você não tem culpa, querida. Ele foi rude. Se ele tivesse prestado atenção, teria visto o seu desgosto... ou talvez…
—Talvez o quê, dona Giulia?— Bianca perguntou, intrigada pela hesitação da sogra.
—Nada, querida. Deixa pra lá,—disse Giulia rapidamente, mas havia um brilho de preocupação em seus olhos. —Só quero que você pare de me chamar de dona Giulia,— ela acrescentou com um sorriso suave. —Me chama de tia.
Bianca sentiu um calor no coração ao ouvir aquilo. A ideia de ter uma figura maternal ao seu lado era reconfortante em meio ao turbilhão emocional que estava vivendo. —Claro, tia Giulia,— respondeu ela com um sorriso tímido.
Enquanto continuavam a explorar a casa, Bianca percebeu que talvez houvesse um espaço ali para construir uma nova relação – não apenas com Giulia, mas também consigo mesma e com as novas realidades que tinha pela frente.
Meio-dia, e apenas as mulheres estavam à mesa. O silêncio na sala era confortavelmente acolhedor, Ela olhava para a mesa cheia de pratos deliciosos, ainda sem saber se podia se servir de tudo. A ausência opressora de Vincent a deixava mais à vontade, permitindo que ela respirasse um pouco mais livremente.
Sentada à mesa, Bianca começou a se servir. Ela Escolheu uma salada fresca e um pedaço de frango grelhado, tentando ignorar as vozes internas que lhe diziam para ter cuidado com o que comia. Com cada garfada, ela sentia uma mistura de liberdade e insegurança. O ambiente ao seu redor parecia acolhedor, e aos poucos ela começou a relaxar.Enquanto mastigava, pensou em como seria importante ter alguém como Giulia ao seu lado durante esse período conturbado. A ideia de encontrar apoio em meio ao caos era reconfortante. E mesmo que o mundo ao seu redor estivesse repleto de incertezas, naquele momento, entre as sombras do passado e as promessas do futuro, havia uma luz tênue começando a brilhar dentro del. Depois da refeição Giulia levantou-se e disse: —Vou ao meu escritório por um tempo. Tenho algumas coisas para resolver.— Sua voz era firme, mas havia um toque de suavidade que tranquilizava Bianca.
—Claro, tia,— respondeu Bianca, admirando a determinação de Giulia. Enquanto ela saía, Bianca aproveitou para olhar ao redor. A casa era linda e cheia de vida, refletindo a força e a dedicação da mulher que acabara de conhecer.
Giulia era responsável por um hospital especializado em tratamentos para pacientes com câncer e também dirigia um abrigo para mulheres que haviam sofrido violências físicas e mentais. Essa revelação fez com que Bianca sentisse uma profunda ,admiração por ela. Era inspirador ver como Giulia usava seu poder e influência para ajudar os outros em vez de se deixar dominar pela situação da máfia.
A noite caiu como um manto pesado sobre a casa, e Bianca decidiu tomar um banho para relaxar. Ao sair, enrolada em uma toalha e com os cabelos molhados escorrendo pelo rosto, seus pensamentos estavam distantes, perdidos em reflexões sobre o dia. Ela não percebeu a presença de Vincent sentado no sofá, um copo de whisky em mãos, a expressão sombria estampada em seu rosto.
Quando ele a viu, os olhos de Vincent escureceram, e um arrepio percorreu o ambiente. A raiva que fervia dentro dele se manifestou como uma tempestade prestes a desabar. —Que porra é essa?— ele disparou, encarando a jovem com um olhar penetrante que parecia atravessar sua alma. O medo tomou conta de Bianca de forma avassaladora; sem pensar, ela soltou a toalha que cobria seu corpo.
O olhar dele percorreu cada centímetro dela, e sua fúria cresceu ainda mais. O copo em sua mão se apertou com tanta força que os cacos começaram a furar sua pele, mas ele não sentia dor — apenas uma fúria crescente . O peito de Vincent subia e descia freneticamente enquanto a raiva pulsava em suas veias.
Bianca ficou pálida como um papel, o terror tomando conta dela. O que havia desencadeado aquela explosão? Seria o fato de ela estar apenas com uma toalha? Ou talvez por estar no quarto dele? As perguntas se aglomeravam em sua mente desesperada: —Devo ir para um quarto de hóspede? Será que isso apaziguaria sua fúria?
Antes que pudesse encontrar uma resposta ou formular qualquer plano, a porta do quarto se fechou abruptamente atrás dele. O som ressoou pelo corredor como um trovão, seguido por um grito de fúria que ecoou pela casa — um aviso sombrio do que estava por vir.
O coração de Bianca batia descompassado. Ela sabia que precisava se afastar daquela situação antes que fosse tarde demais. Com as mãos tremendo levemente, ela pegou a toalha caída no chão e rapidamente se enrolou novamente, tentando encontrar alguma segurança na fraqueza da situação.
Os gritos de Vincent ainda reverberavam na sua mente enquanto ela tentava processar tudo.
Sentou-se na cama e chorou amargamente sem saber o que tinha feito de errado para deixá-lo tão bravoA tensão na sala se intensificou à medida que Vincent desceu as escadas, o sangue escorrendo de suas mãos, um sinal claro de que algo terrível havia acontecido. Seus olhos estavam vermelhos de raiva, e a atmosfera era pesada com a expectativa do que estava por vir.A pergunta surgiu dos lábios de sua mãe, Giulia, acompanhada por Matteo e Leonardo, que já estavam armados. O olhar assassino de Vincent encontrou o deles, e a sala ficou em silêncio. —O que aconteceu aqui hoje?— A pergunta cortou o ar como uma lâmina afiada.— O de sempre, filho. Por que a pergunta?—disse Giulia, tentando desviar da gravidade da situação.—E minha esposa? O que aconteceu com minha esposa? — A voz de Vincent era um rosnado, carregada de uma fúria crescente. O desconcerto tomou conta do ambiente; os rostos se tornaram raivosos à medida que as perguntas eram feitas a compreensão nem começava a se formar.—Querido,— Giulia interveio, mas a preocupação em seu olhar era evidente. —Eu passei o dia inteiro com el
Bianca sentiu seu coração aquecer com aquele gesto tão gentil de Vincent. Desde os 10 anos, ela não recebia afeto, e a falta disso a tornava insegura. Ela desejava abraçá-lo, abrir seu coração e compartilhar todas as suas dores e preocupações. No entanto, a coragem lhe faltava. Afinal, ela só conhecera Vincent no dia do casamento, apenas um dia atrás. O medo de depositar suas esperanças nele e acabar se decepcionando a paralisava. Já estava machucada demais; não queria continuar se ferindo.Enquanto ele tocava suavemente seu rosto, Bianca sentiu um arrepio. O cheiro dele evocou lembranças de momentos que ela gostaria de esquecer, mas que estavam ali, vivos em sua mente. Vincent segurou seu queixo e, com um olhar intenso, aproximou os lábios dos dela. O coração de Bianca acelerou; como ela queria aquele beijo! Mas uma sombra de dúvida a envolveu. Ela não era a esposa que ele desejava; na verdade, sentia-se como uma substituta. Com isso em mente, desviou o rosto, fazendo com que os lábi
Ao sair do quarto, Vincent foi invadido por lembranças da noite passada, um turbilhão de emoções que o atingiu como uma onda. Ele se lembrou do momento em que a viu entrar na igreja, deslumbrante em um vestido branco perolado, bordado com detalhes que reluziam sob a luz suave. A calda enorme arrastava-se atrás dela, enquanto seus cabelos estavam presos em um coque elegante, com alguns fios soltos que emolduravam seu rosto delicado. Dois cachos caíam graciosamente sobre suas têmporas, e a maquiagem leve realçava sua beleza natural. Os lábios rosados pareciam convidativos para um beijo, e seu coração pulou ao vê-la apesar do vestido está folgado ela estava linda, e tudo que ele queria era ir até ela.Mas a visão de Bianca não era apenas de beleza; havia tristeza em seus olhos, lágrimas acumuladas que falavam de um sofrimento profundo. Essa dor o atingiu em cheio e o deixou frustrado e furioso consigo mesmo. Ele desejava correr até ela, beijar seus lábios e assegurar que tudo ficaria bem
— O que você tem em mente, filho? — perguntou Giulia, acomodando-se no sofá ao lado, seus olhos curiosos fixos em Leonardo.— Eu... eu quero mandar um presente para a família Gambino. — A voz de Leonardo era firme, mas seu rosto sério não revelava nenhuma emoção. Havia uma raiva silenciosa e um olhar assassino, como se ele estivesse lidando com algo insignificante a raiva de saber que sua cunhada sofreu agressão no dia do casamento era considerado uma grande falta de respeito.— Vincenzo, preciso que venha comigo — disse Leonardo, seu olhar estava intenso e vazio.— Eu também vou com vocês! — interveio Vincent com uma fúria assassina nos olhos.— Negativo — respondeu Leonardo, cortante. — Você tem uma esposa para cuidar, irmão. Deixe que nós cuidaremos de tudo.Vincent hesitou por um momento, mas então concordou com um a Senar de cabeça resignado. Havia algo reconfortante na confiança de Leonardo que o fazia sentir-se seguro em ficar para trás.Vincenzo era o irmão caçula de Matteo
Vincenzo e Leonardo saíram em seu Maserati Nero, um carro blindado que simbolizava não apenas riqueza, mas também proteção em um mundo repleto de traições. A noite já avançava, mas a urgência da missão os impelia a seguir em frente. Eles estavam a caminho da base da máfia, determinados a obter respostas do que tinha acontecido com Bianca.Ao chegarem, foram direto para a sala de computação, onde uma equipe de hackers trabalhava incansavelmente para garantir que as operações da máfia permanecessem no escuro. O brilho das telas iluminava os rostos concentrados dos jovens, cada um deles imerso em códigos e estratégias digitais. Leonardo sabia que não poderiam voltar sem informações cruciais.A confiança era tudo nesse jogo perigoso. Leonardo contava com cinco homens que se tornaram seus aliados mais leais, todos resgatados por ele em suas primeiras missões como conselheiro da máfia. Cada um deles tinha uma história trágica e um passado marcado pela dor, mas juntos haviam encontrado um no
A atmosfera entre os cinco hackers se tornou ainda mais pesada enquanto assistiam aos vídeos e analisavam as imagens que haviam conseguido. O que começou como uma busca por informações sobre Bianca rapidamente se transformou em um pesadelo. As cenas eram perturbadoras, e o que eles viam era difícil de suportar.No vídeo, Bianca estava deslumbrante em seu vestido simples branco, irradiando bondade ao alimentar crianças carentes em um evento familiar. Os olhares admirativos se voltavam para ela, ofuscando completamente Beatrice, que estava vestida com um vestido extravagante e cheio de joias. A inveja e a raiva de Beatrice eram grande; ela não suportava ver a atenção voltada para a irmã.O momento em que Beatrice a agrediu foi devastador. O tapa ressoou como um eco cruel na sala onde os cinco assistiam, e lágrimas começaram a escorregar pelo rosto de Bianca enquanto ela tentava reagir. A brutalidade da situação era inegável; o chute que veio em seguida parecia ser o ápice da frustração
Já era 3 da manhã quando Vincent entrou no quarto. Bianca estava dormindo com seu moletom surrado, encolhida em um canto da cama. Ele observava a jovem dormir, admirando cada traço do seu rosto angelical. Os cabelos ruivos cobriam parte do seu rosto delicado.Ele queria poder guardar essa mulher dentro dele, onde ninguém poderia machucá-la novamente. Quando notou que ela se debatia e implorava: —Não, por favor, não fui eu, eu juro, por favor, me tire daqui, não, por favor.Vincent sentiu seu coração disparar ao ver Bianca se debatendo na cama, a expressão de medo em seu rosto tão vívida que parecia real. Ele se aproximou rapidamente, envolvendo-a em seus braços, tentando transmitir segurança e conforto.—Ei, tá tudo bem, você está segura— ele murmurou suavemente, passando a mão pelos cabelos dela para afastá-los do rosto. —Eu estou aqui. É só um sonho.Bianca começou a acalmar-se lentamente, o reconhecimento da voz familiar trazendo um pouco de alívio. Seus olhos começaram a abrir, re
Depois do café da manhã, Leonardo se dirigiu à biblioteca com o pai e os irmãos. Era um momento sério; ele havia preparado os vídeos e fotos que documentavam os abusos que a família de Bianca cometera contra ela. Ao ver as imagens, a indignação tomou conta do ambiente. Vincent, o irmão mais velho, estava furioso, desejando destruir todos eles só de imaginar o que a esposa enfrentou fazia seu sangue fugir das veias. Mas Leonardo, com uma calma surpreendente e um olhar vazio de expressão, pediu paciência. Ele estava prestes a viajar para o Brasil em busca da raiz dos problemas de Bianca: Beatrice. —Todos eles vão pagar— garantiu ele, e Vincent agradeceu a determinação do irmão mais novo.—Eu deveria estar te ajudando e protegendo— disse Vincent, com um olhar preocupado. —Sou o mais velho, e você é quem sempre faz tudo por mim.—Tranquilo, irmão. Somos família. Sei que você faria o mesmo por mim—respondeu Leonardo, sentindo um calor no coração pela lealdade do irmão.—Prometo que serei s