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9 Entre medo e fúria

Depois do café da manhã, os homens saíram para cuidar dos assuntos da máfia, deixando Bianca e Giulia sozinhas na imensa casa. Giulia, com seu jeito entusiasmado, começou a mostrar cada cômodo, sua voz vibrante ecoando pelas paredes decoradas.

—Olha só essa sala de estar! E aqui temos a biblioteca, onde você pode passar horas mergulhada em bons livros,—dizia Giulia, apontando para os detalhes da casa com carinho. No entanto, uma sombra pairava sobre o ambiente.

—Querida, peço desculpas por ontem, no casamento. Pela forma que o Vincent te tratou... ele não deveria ter te deixado sozinha daquele jeito,— disse Giulia, olhando nos olhos de Bianca com sinceridade.

Bianca assentiu, sentindo um misto de compreensão e tristeza. —Eu entendo, dona Giulia. Eu também não estava confortável com o casamento.—A lembrança do altar ainda era fresca em sua mente. —Ele estava noivo da minha irmã. Ela é bonita, elegante... E foi ali, no altar, que ele descobriu que não era a noiva que ele sonhou sou uma substituta. Não foi justo para mim nem para ele,— falou com um tom triste que revelava a dor que guardava.

Giulia franziu a testa, solidária. —Mas você não tem culpa, querida. Ele foi rude. Se ele tivesse prestado atenção, teria visto o seu desgosto... ou talvez…

—Talvez o quê, dona Giulia?— Bianca perguntou, intrigada pela hesitação da sogra.

—Nada, querida. Deixa pra lá,—disse Giulia rapidamente, mas havia um brilho de preocupação em seus olhos. —Só quero que você pare de me chamar de dona Giulia,— ela acrescentou com um sorriso suave. —Me chama de tia.

Bianca sentiu um calor no coração ao ouvir aquilo. A ideia de ter uma figura maternal ao seu lado era reconfortante em meio ao turbilhão emocional que estava vivendo. —Claro, tia Giulia,— respondeu ela com um sorriso tímido.

Enquanto continuavam a explorar a casa, Bianca percebeu que talvez houvesse um espaço ali para construir uma nova relação – não apenas com Giulia, mas também consigo mesma e com as novas realidades que tinha pela frente.

Meio-dia, e apenas as mulheres estavam à mesa. O silêncio na sala era confortavelmente acolhedor,  Ela olhava para a mesa cheia de pratos deliciosos, ainda sem saber se podia se servir de tudo. A ausência opressora de Vincent a deixava mais à vontade, permitindo que ela respirasse um pouco mais livremente.

Sentada à mesa, Bianca começou a se servir. Ela

Escolheu uma salada fresca e um pedaço de frango grelhado, tentando ignorar as vozes internas que lhe diziam para ter cuidado com o que comia. Com cada garfada, ela sentia uma mistura de liberdade e insegurança. O ambiente ao seu redor parecia acolhedor, e aos poucos ela começou a relaxar.

Enquanto mastigava, pensou em como seria importante ter alguém como Giulia ao seu lado durante esse período conturbado. A ideia de encontrar apoio em meio ao caos era reconfortante. E mesmo que o mundo ao seu redor estivesse repleto de incertezas, naquele momento, entre as sombras do passado e as promessas do futuro, havia uma luz tênue começando a brilhar dentro del. Depois da refeição  Giulia levantou-se e disse: —Vou ao meu escritório por um tempo. Tenho algumas coisas para resolver.— Sua voz era firme, mas havia um toque de suavidade que tranquilizava Bianca.

—Claro, tia,— respondeu Bianca, admirando a determinação de Giulia. Enquanto ela saía, Bianca aproveitou para olhar ao redor. A casa era linda e cheia de vida, refletindo a força e a dedicação da mulher que acabara de conhecer.

Giulia era responsável por um hospital especializado em tratamentos para pacientes com câncer e também dirigia um abrigo para mulheres que haviam sofrido violências físicas e mentais. Essa revelação fez com que Bianca sentisse uma profunda ,admiração por ela. Era inspirador ver como Giulia usava seu poder e influência para ajudar os outros em vez de se deixar dominar pela situação da máfia.

A noite caiu como um manto pesado sobre a casa, e Bianca decidiu tomar um banho para relaxar. Ao sair, enrolada em uma toalha e com os cabelos molhados escorrendo pelo rosto, seus pensamentos estavam distantes, perdidos em reflexões sobre o dia. Ela não percebeu a presença de Vincent sentado no sofá, um copo de whisky em mãos, a expressão sombria estampada em seu rosto.

Quando ele a viu, os olhos de Vincent escureceram, e um arrepio percorreu o ambiente. A raiva que fervia dentro dele se manifestou como uma tempestade prestes a desabar. —Que porra é essa?— ele disparou, encarando a jovem com um olhar penetrante que parecia atravessar sua alma. O medo tomou conta de Bianca de forma avassaladora; sem pensar, ela soltou a toalha que cobria seu corpo.

O olhar dele percorreu cada centímetro dela, e sua fúria cresceu ainda mais. O copo em sua mão se apertou com tanta força que os cacos começaram a furar sua pele, mas ele não sentia dor — apenas uma fúria crescente . O peito de Vincent subia e descia freneticamente enquanto a raiva pulsava em suas veias.

Bianca ficou pálida como um papel, o terror tomando conta dela. O que havia desencadeado aquela explosão? Seria o fato de ela estar apenas com uma toalha? Ou talvez por estar no quarto dele? As perguntas se aglomeravam em sua mente desesperada: —Devo ir para um quarto de hóspede? Será que isso apaziguaria sua fúria?

Antes que pudesse encontrar uma resposta ou formular qualquer plano, a porta do quarto se fechou abruptamente atrás dele. O som ressoou pelo corredor como um trovão, seguido por um grito de fúria que ecoou pela casa — um aviso sombrio do que estava por vir.

O coração de Bianca batia descompassado. Ela sabia que precisava se afastar daquela situação antes que fosse tarde demais. Com as mãos tremendo levemente, ela pegou a toalha caída no chão e rapidamente se enrolou novamente, tentando encontrar alguma segurança na fraqueza da situação.

Os gritos de Vincent ainda reverberavam na sua mente enquanto ela tentava processar tudo.

Sentou-se na cama e chorou amargamente sem saber o que tinha feito de errado para deixá-lo tão bravo

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