Jovens meninas afoitas não era algo difícil de se ver em temporadas, normalmente, estas eram as mais nervosas, sendo assim, quando as meninas começaram a vagar pelos corredores em busca dos dois homens, não foram encaradas com estranheza pelas outras damas. Chelsea não demorou a ter sucesso, Lucian não era um homem difícil de encontrar, afinal, era o Duque, sempre havia certa comoção e acúmulo de cavalheiros onde ele estava. Então ela apenas meteu-se entre os homens, empurrando-os sem discrição alguma até alcançar seu cunhado. — Duque… — falou, timidamente, até talvez baixo demais se comparado ao vozerio dos homens, mas Lucian se virou para ela no mesmo instante, visivelmente preocupado. — Poderia vir comigo, por favor? — Está tudo bem, Chelsea? — indagou Lucian, virando-se no mesmo instante. O Duque afastou-se dos cavalheiros, sendo guiado pela jovem pelos corredores e, apesar de seu nervosismo, a falta de resposta de Chelsea o fez entender que aquele era um assunto a ser tratad
A fúria tomava o pensamento deles, afinal, como Hector poderia ser tão corajoso a ponto de espalhar tais rumores? Era inegável que Lucian e Marcel eram homens de prestígio e o que aconteceu com Willian Griffin ainda ressoava entre os cavalheiros, então, como ele teve coragem de arriscar-se assim? Nenhum dos homens tinha a resposta, mas naquele momento, aquilo não importava, Hector seria contido ou teria o mesmo destino de Willian Griffin. Brista ainda se sentia incomodada, os criados serviram o vinho e ela olhou para a jovem que deixava uma taça a sua frente, ela tinha cabelos castanhos que pareciam empapados por óleo, seu rosto, apesar de limpo, tinha uma pele maltratada e seus olhos pareciam maliciosos. A garota desconhecida a encarou por longos segundos, pousando lentamente a taça cheia sobre a mesa e lhe dando um breve sorriso antes de se afastar, mas não era um sorriso simpático, parecia zombaria. A loira suspirou levemente, bebendo um pequeno gole do vinho, acreditando que, pr
Sua visão estava turva e seus olhos mal se mantinham abertos, Brista não conseguia se mover, estava tonta demais, suas pernas cederam pouco depois que ela se virou, mas, ao contrário do que imaginou, seu corpo não foi ao encontro do chão. No entanto, ela certamente preferia tal coisa. Hector tinha um sorriso nos lábios quando amparou a loira segurando seu corpo com firmeza e a erguendo do chão, sentindo o aroma doce e feminino de seu perfume enquanto caminhava com ela em direção ao final do corredor. — Não fiz nada, senhorita… — sussurrou ele, deslizando uma das mãos pelas costas do vestido da loira desatando as fitas apressadamente. Ela era belíssima e ele tinha seus planos para as horas que teriam juntos, sendo assim, não tinha tempo a perder e nem queria. Mesmo sonolenta e letárgica, o toque de Hector fazia o estômago de Brista se contorcer, levando uma expressão de nojo ao seu rosto. Seus movimentos lentos de resistência não a ajudaram em nada e Hector ficou ainda mais confia
— Claro, minha querida, claro — ele respondeu se erguendo e aproximando-se dela puxando a cadeira para que a Duquesa também se levantasse. Com carinho o homem pegou-lhe a mão direita, entrelaçando os dedos aos dela e caminhando em direção à saída do salão de jantar. Os demais convidados os acompanharam com os olhos, alguns os cumprimentando na saída, mas voltaram em seguida as suas refeições, afinal, sabendo da gravidez delicada da Duquesa, qualquer indelicadeza era perdoada, inclusive a de se retirar em meio a um jantar com a rainha. Lucian guiou Charlotte sem pressa, acariciando os dedos dela, enquanto caminhavam, o Duque fez questão de guiá-la pela lateral do castelo, para que sentisse a brisa noturna e, principalmente, tomassem um lance de escadas que não passava pelos corredores dos hóspedes, tratando-a com tamanho cuidado que a fazia pensar se não havia se tornado uma taça de cristal frágil, já que seu marido temia que ela fosse quebrar a qualquer momento. — Não há necessida
As mãos pesadas do Duque se firmaram nos ombros de Hector que, por um momento, ficou completamente paralisado. Ele não esperava intervenções, Isla havia lhe assegurado que não haveria quem o impedisse, e agora cá estava ele, sendo arrancado de seu sonho ganancioso por mãos firmes em seus ombros e um puxão que o fez cambalear para trás até que suas costas colidissem fortemente contra a parede. O punho de Lucian acertou-lhe o rosto com toda força, fazendo o gosto metálico de sangue chegar à boca de Hector como um amargo aviso de que a colheita para suas ações grotescas havia chegado.Brista resmungou nos braços dele, voltando a tentar se soltar lentamente, ainda semi-consciente, enquanto Hector encarava Lucian com os olhos cheios de medo. — D-Duque… — ele começou, engolindo em seco enquanto o homem alto e robusto o olhava com ódio. — Não é o que…— Sugiro, rapaz, que cale sua boca antes que eu decida impedi-lo de falar pelo resto de sua vida! — vociferou Lucian, sua voz potente ecoand
— Guarde suas desculpas, seu verme maldito! — gritou o Duque, completamente impaciente. — E não ouse levantar seus malditos olhos para ela novamente, ou vou arrancá-los aqui mesmo!Hector manteve o rosto no chão, chorando como uma criança apavorada ao passo que escutava os passos firmes se aproximando do corredor, eram como a sinfonia de sua sentença de morte. Marta não demorou a chamar Marcel e este, poucos segundos depois, requisitou a presença do príncipe que, mesmo cansado, não recusou o convite do amigo, sabendo que Lucian jamais os chamaria se não houvesse um bom motivo. A empregada não disse sobre qual assunto se tratava, mantendo a boca fechada para evitar que rumores começassem a surgir antes que os três homens pudessem controlá-los. Marcel foi o primeiro a passar pelo umbral do corredor, seus olhos atentos se fixando em Lucian e, principalmente, em sua querida Brista desacordada nos braços do cunhado. Seu corpo enrijeceu-se completamente e ele, respirando como um touro, pa
Quando a pesada porta do calabouço se abriu, Jonathan adentrou o local imundo pisando firme. Ao lado dele, Lucian e Marcel seguiam com punhos cerrados e expressões quase tão fechadas quanto a do monarca. Seguiram pelo corredor longo que dava para as celas carregando apenas uma tocha, que deixava o ambiente amarelado, e, parando em frente a uma delas, Lucian puxou a porta sem cerimônia alguma, fazendo Hector se encolher no chão sujo e gemer de medo. Ele havia passado horas ali, sozinho, a completa escuridão, engolindo-o enquanto os ratos passavam por cima de seus pés e guincharam perto demais de seu corpo, avisando que o lugar onde ele estava seria, provavelmente, sua última parada.— Levante-se — o príncipe disse entredentes, mas Hector não se moveu. — Levante-se agora, seu imundo! — gritou ele, fazendo o homem estremecer e, lentamente, se levantar. Jonathan não costumava ser um homem agressivo, considerava a paciência uma das virtudes mais preciosas de um membro da realeza, porém,
— Está bem! — se rendeu, encarando os três homens a sua frente com um olhar cheio de medo. — Foi a criada da princesa estrangeira, ela quem me pagou para fazer o que fiz! Mandou que eu perseguisse a senhorita Capman, que flertasse com ela na frente de todos e disse que, hoje a noite, eu deveria me deitar com ela, assim eu me casaria com uma família rica! Se eu dormisse com sua irmã — ele apontou para Marcel —, meus problemas estariam resolvidos, seria de uma boa família e herdaria tudo o que fosse dela! A mandíbula de Marcel se tenciona e ele sentiu os dentes rasparem uns nos outros levemente quando um grunhido de ódio escapou de seus lábios. Seu olhar enfurecido, tingido de vermelho, deslizou de Hector para Jonathan, que parecia tão furioso quanto ele, então, falou:— Espero, majestade — cuspiu a palavra —, que resolva de uma vez esta situação, ou eu mesmo irei o fazer! Então, soltando a tocha, o Capman mais velho deixou o calabouço enfurecido. Mesmo sendo um dos melhores amigos do