Charlotte não costumava ser sorrateira, ao menos não com seu marido, mas considerando a forma como Lucian a agarrava em seu sono, ela sabia que precisaria ser muito cuidadosa para sair de seu abraço sem que ele acordasse. Não o culpava, estava, na verdade, tocada por sua preocupação, o cuidado dele lhe aquecia o coração, mas agora precisava de um pouco de ar e, principalmente, precisava encontrar sua irmã. Saíra do baile cedo demais para saber o que aconteceu depois da dança e tal coisa lhe tirara o sono, estava ansiosa para descobrir se houveram avanços e torcia por sua irmã, mas sabia que a adversária dela era perspicaz e, principalmente, desleal. Desde que pôs seus olhos na princesa escocesa, a ruiva percebeu que a garota faria de tudo para vencer aquela batalha, mas confiava no caráter de Jonathan para não se deixar levar pelas armas levianas de uma mulher desesperada. Com cuidado, Charlotte se desvencilhou dos braços fortes de Lucian, pisando cuidadosamente no chão e mantendo
Então, virou-se e seguiu em direção aos últimos degraus, deixando a garota para trás. Isla continuou ali olhando para as costas esguias da mulher e sentindo a mente completamente congelada. A jovem piscou os olhos algumas vezes e balançou a cabeça, se perguntando se essa era mesmo a jovem interesseira e manipuladora de quem ouvira falar. Charlotte seguiu seu caminho parando apenas na frente da porta da sua irmã, dando três batidas na porta e esperando. Torcia para que Brista não estivesse dormindo e, quando a porta se abriu, suspirou aliviada. Sua irmã não parecia sonolenta, pelo contrário, o quarto estava iluminado com um candelabro e, sentada na cama da loira, Maya encarava a porta com um olhar empolgado. — Acho que cheguei em boa hora — Charlotte disse com um sorriso animado. Brista abriu espaço para que ela entrasse e a abraçou delicadamente, sorrindo para a irmã e dizendo:— Sempre é uma boa hora para ter você, Lottie. Como está? Marcel me disse que você não se sentia bem mai
Quando o dia amanheceu no palácio, não se falava em outra coisa que não a dança do príncipe com Brista Capman e aquela altura as moças apostavam entre si sobre a possibilidade da família Capman conseguir mais um membro da realeza, desta vez um ainda mais poderoso.O alvoroço estava instalado, mas Brista preferiu não se apresentar para as fofoqueiras do reino naquele dia, logo, ao invés de passar a manhã nos jardins, com as outras damas, ela seguiu em direção à biblioteca, caminhando sem pressa alguma pelos corredores até chegar ao local. Adorava a literatura, por isso, para ela não havia companhia melhor que um bom romance, principalmente considerando que seu coração estava em um impasse do qual não conseguia sair. Empurrou a porta delicadamente e seguiu em direção ao interior do lugar, que parecia vazio. As imensas prateleiras se erguiam abarrotadas de livros, tornando o lugar como um labirinto onde qualquer um que adorasse a magia das palavras amaria se perder. Brista seguiu tran
Jonathan queria falar mais, pretendia dizer muito mais, mas quando ela o olhou, ele percebeu o pequeno corte acima da sobrancelha da garota. Suas sobrancelhas se uniram e ele deslizou os dedos do queixo pela lateral do rosto de Brista, parando pouco acima do corte, fazendo a loira suspirar e sentir as pernas fraquejarem por um momento. — O que foi isso? — perguntou ele, sério, mas ainda gentil. — Algo aconteceu?— Não é nada, foi apenas um pequeno acidente — Brista respondeu, baixando os olhos, mas o toque insistente dele ergueu seu rosto uma vez mais. — Não minta para mim, Brista, eu sei quando você mente. — E de fato ele sabia, os orbes azuis tremiam de nervosismo e ela nunca conseguia sustentar seu olhar quando escondia algo dele. — Me diga… Como isso aconteceu?A medida que ele falava, fechava a distância entre os dois, incapaz de controlar seus impulsos. Jonathan ergueu a mão livre e pousou sobre a cintura de Brista, fazendo a jovem suspirar pesadamente, sentindo as borbole
Jonathan não tinha outra opção. Por mais que seu corpo ainda queimasse pelo beijo trocado, Aggie ainda era uma convidada e ele não podia simplesmente deixá-la lá, por isso, com um olhar sutil e um pedido de desculpas silencioso, ele se afastou de Brista, caminhando apressado com Isla em direção à saída da biblioteca. Do lado de fora, o príncipe não demorou a ver a cabeleira ruiva espalhada pelo chão, ao passo que a princesa se encontrava, supostamente, inconsciente. Sua dama de companhia abaixou-se ao lado dela, dando leves tapinhas em seu rosto, chamando seu nome com tom de preocupação, mas sem resposta. Isla encarou o príncipe com um olhar preocupado, mas, por dentro, estava feliz que tudo estava correndo como o planejado. — Senhor, ela não está acordando! O que farei? Ah, minha princesa! — dramatizou a jovem, seus olhos piscando lentamente com lágrimas fingidas se acumulando neles. Jonathan apenas suspirou levemente, então abaixou-se lentamente e pegou Aggie em seus braços, a e
Ao sair da biblioteca, Brista tocou seus lábios levemente e sorriu, sentindo o coração ainda eufórico diante do que havia acontecido. Ela sequer se importava com o escândalo fajuto de Isla, nem com o suposto desmaio da princesa, tudo o que lhe importava era a forma como se sentiu enquanto Jonathan apertava em seus braços fortes enquanto os lábios dele tocavam os seus com fome e ela retribuía igualmente faminta pelo sabor dos lábios dele. A loira seguiu pelo corredor sem um rumo certo, perdida em seus pensamentos, até que sentiu uma mão delicada segurar em seu ombro, surpreendendo-a e fazendo-a dar um pulinho para trás e quase esbarrar na pessoa. — Estava sonhando com quem? — Maya pergunta rindo divertida ao ver a reação da amiga. — Estava te chamando, te vi no começo do corredor, mas você não me ouviu, tive que correr até aqui! Por sorte, não havia nenhuma outra dama por perto — a fala dela estava um tanto ofegante, mas havia um riso divertido em seus lábios. — Desculpe, estava dis
Seus braços encontraram o peito forte de Jonathan e ele escondeu o rosto na curva delicada do pescoço de Brista, inspirando seu perfume delicioso enquanto se deixava levar pelos sentimentos que tomavam seu coração. — Fiquei surpreso com o convite — falou Jonathan, ainda com o rosto no pescoço dela, sua respiração lhe causando arrepios. O beijo naquela manhã, o convite inesperado, era como se todas aquelas interações tivessem derrubado barreiras que ele sequer notou que havia erguido, agora, era como se estar perto dela fosse algo natural para seu corpo, como se suas mãos precisassem estar segurando-a para estarem calmas.— Convite? — Brista perguntou unindo as sobrancelhas saindo do torpor que o toque dele lhe trazia. Ao longe, três cabeças apareceram na entrada do labirinto. Maya, Charlotte e Chelsea encaravam o casal com sorrisinhos empolgados e maliciosos. Risinhos cochichados ecoaram levemente e Brista com ouvidos afiados, se virou, seus olhos focando bem a tempo de ver as cabe
A noite era dos apaixonados, principalmente aquelas onde a lua está cheia no céu. A caminhada pelo labirinto foi, a princípio, silenciosa, Brista sentia as bochechas coradas e o coração acelerado, enquanto Jonathan, por sua vez, estava longe de estar calmo, por mais que seu olhar e postura não demonstrassem seu nervosismo. Diferente de Marcel e Lucian, com quem tinha mais proximidade, ele não tinha tanta experiência com mulheres e, muito menos, com amor. Suas palmas suavam e isso o envergonha, afinal, apertava os dedos de Brista com tamanha força que, certamente, ela sentia a umidade de sua pele. Caminharam lado a lado silenciosamente, vez ou outra esbarrando no ombro um do outro, olhando-se e sorrindo. Ao contrário do amor comumente visto na corte, que nasce e entra em combustão como a palha banhada em álcool, o amor entre Brista e Jonathan nasceu e cresceu lentamente, como uma orquídea, e agora, depois de tanto tempo escondido em seus corações, ele começava a desabrochar, lindo, d