Jonathan não tinha outra opção. Por mais que seu corpo ainda queimasse pelo beijo trocado, Aggie ainda era uma convidada e ele não podia simplesmente deixá-la lá, por isso, com um olhar sutil e um pedido de desculpas silencioso, ele se afastou de Brista, caminhando apressado com Isla em direção à saída da biblioteca. Do lado de fora, o príncipe não demorou a ver a cabeleira ruiva espalhada pelo chão, ao passo que a princesa se encontrava, supostamente, inconsciente. Sua dama de companhia abaixou-se ao lado dela, dando leves tapinhas em seu rosto, chamando seu nome com tom de preocupação, mas sem resposta. Isla encarou o príncipe com um olhar preocupado, mas, por dentro, estava feliz que tudo estava correndo como o planejado. — Senhor, ela não está acordando! O que farei? Ah, minha princesa! — dramatizou a jovem, seus olhos piscando lentamente com lágrimas fingidas se acumulando neles. Jonathan apenas suspirou levemente, então abaixou-se lentamente e pegou Aggie em seus braços, a e
Ao sair da biblioteca, Brista tocou seus lábios levemente e sorriu, sentindo o coração ainda eufórico diante do que havia acontecido. Ela sequer se importava com o escândalo fajuto de Isla, nem com o suposto desmaio da princesa, tudo o que lhe importava era a forma como se sentiu enquanto Jonathan apertava em seus braços fortes enquanto os lábios dele tocavam os seus com fome e ela retribuía igualmente faminta pelo sabor dos lábios dele. A loira seguiu pelo corredor sem um rumo certo, perdida em seus pensamentos, até que sentiu uma mão delicada segurar em seu ombro, surpreendendo-a e fazendo-a dar um pulinho para trás e quase esbarrar na pessoa. — Estava sonhando com quem? — Maya pergunta rindo divertida ao ver a reação da amiga. — Estava te chamando, te vi no começo do corredor, mas você não me ouviu, tive que correr até aqui! Por sorte, não havia nenhuma outra dama por perto — a fala dela estava um tanto ofegante, mas havia um riso divertido em seus lábios. — Desculpe, estava dis
Seus braços encontraram o peito forte de Jonathan e ele escondeu o rosto na curva delicada do pescoço de Brista, inspirando seu perfume delicioso enquanto se deixava levar pelos sentimentos que tomavam seu coração. — Fiquei surpreso com o convite — falou Jonathan, ainda com o rosto no pescoço dela, sua respiração lhe causando arrepios. O beijo naquela manhã, o convite inesperado, era como se todas aquelas interações tivessem derrubado barreiras que ele sequer notou que havia erguido, agora, era como se estar perto dela fosse algo natural para seu corpo, como se suas mãos precisassem estar segurando-a para estarem calmas.— Convite? — Brista perguntou unindo as sobrancelhas saindo do torpor que o toque dele lhe trazia. Ao longe, três cabeças apareceram na entrada do labirinto. Maya, Charlotte e Chelsea encaravam o casal com sorrisinhos empolgados e maliciosos. Risinhos cochichados ecoaram levemente e Brista com ouvidos afiados, se virou, seus olhos focando bem a tempo de ver as cabe
A noite era dos apaixonados, principalmente aquelas onde a lua está cheia no céu. A caminhada pelo labirinto foi, a princípio, silenciosa, Brista sentia as bochechas coradas e o coração acelerado, enquanto Jonathan, por sua vez, estava longe de estar calmo, por mais que seu olhar e postura não demonstrassem seu nervosismo. Diferente de Marcel e Lucian, com quem tinha mais proximidade, ele não tinha tanta experiência com mulheres e, muito menos, com amor. Suas palmas suavam e isso o envergonha, afinal, apertava os dedos de Brista com tamanha força que, certamente, ela sentia a umidade de sua pele. Caminharam lado a lado silenciosamente, vez ou outra esbarrando no ombro um do outro, olhando-se e sorrindo. Ao contrário do amor comumente visto na corte, que nasce e entra em combustão como a palha banhada em álcool, o amor entre Brista e Jonathan nasceu e cresceu lentamente, como uma orquídea, e agora, depois de tanto tempo escondido em seus corações, ele começava a desabrochar, lindo, d
— Eu… — Seus lábios tocaram delicadamente a testa dela. — Príncipe de Kent… — Então ele beijou a bochecha direita. — Estou… — beijou a bochecha esquerda. — Perdidamente… — beijou-lhe demoradamente o queixo… — Apaixonado… — Beijou-lhe a ponta do nariz. — Por você, Brista Capman… Então, selando os lábios dela com um beijo, tudo o que estava escondido no coração de ambos fluiu para fora, como toques de amor que diziam exatamente o que as palavras não podiam expressar. Brista alcançou os cabelos dele com as mãos, puxou delicadamente os fios e o pressionou a si, abrindo os lábios e recebendo com alegria a língua quente de Jonathan, entregando-se completamente aquele beijo que abala suas estruturas da melhor forma que poderia imaginar. Seus corpos se pressionaram um no outro e o calor de ambos se misturou, não havia um centímetro sequer de distância entre os dois e, para eles, aquilo ainda não era o suficiente. Nenhuma proximidade seria o suficiente, era como se precisassem se fundir, un
O sol brilhava forte e intenso, mas aquilo era bom para as damas, que se reuniam em diversas mesas espalhadas pelos imensos jardins do palácio para, cada uma com seu seleto grupo, dividir um momento de chá ao ar livre. Já fazia cerca de dois dias desde que Brista havia se encontrado com Jonathan e aquele ainda era o assunto mais cotado entre as damas, apesar do falatório agora ter sido substituído por expectativa, afinal, todos esperavam um anúncio o mais breve possível. No entanto, estranhamente, o príncipe parecia mais ausente do que normalmente estaria, os cavaleiros já não o viam mais nos salões dos homens e as damas já não o encontravam mais em seus breves passeios a cavalo, até os criados tinham dificuldade de vê-lo.No lado leste dos jardins, em uma área reservada aos nobres, Charlotte, Brista, Maya e Chelsea desfrutavam da companhia uma das outras enquanto aproveitavam o sol e o chá. Sorrisos estavam em seus lábios e a conversa fluía bem e sem desconforto, afinal, diferente
— Chega! — Charlotte interviu, passando na frente da irmã, inflando o peito como um pavão belo e corajoso protegendo seu território. Nunca foi favorável a embates, odiava brigar, principalmente com outras mulheres, ela mesma havia experimentado a crueldade extrema do mundo feito pelos homens e para eles e não gostava de tornar as coisas ainda mais difíceis para outras mulheres, entrando numa competição desmedida. Mas Aggie já havia ido longe demais. — Princesa, peço que se comporte, ou terei que pedir que a retirem daqui — falou a Duquesa, seu tom refletia a qualidade de seu título, aquele era seu reino e, mesmo que Aggie fosse princesa em algum lugar, ali aquele título não valia muita coisa. — Nunca mais ouse insultar minha irmã novamente, deveria saber que damas não devem dirigir umas às outras com palavras tão… Mas antes que ela continuasse a falar, a ruiva ergueu a destra, acertando-lhe um tapa em seu rosto delicado, chocando a todos os presentes. A essa altura, a gritaria já
O vestido de Charlotte sacudia à medida que Lucian a levava nos braços em direção a seus aposentos. A briga, a fofoca, qualquer confusão ficaria para depois diante da imagem do Duque desesperado com sua amada nos braços, caminhando o mais rápido que podia com ela, tentando ao máximo não agitá-la demais. Seus olhos escuros estavam preocupados e a quem diga estarem até úmidos, por mais que seu rosto permanecesse impassível, agora ele tinha uma única missão, deixar sua amada em segurança e descobrir o que estava acontecendo com ela. Atrás dele toda a família Capman seguia, Brista e Chelsea tentavam acompanhar os passos afoitos do Duque enquanto Marcel, que havia acabado de encontrá-los no corredor, corria ao lado do cunhado, afastando as pessoas que caminhavam pelos corredores alheias a situação. Maya também seguia com eles, mas não estava ao lado da família, ficou um pouco mais ao fundo, esperando o médico, que alguns guardas foram buscar. Não demorou mais que alguns minutos para o