Judith estava tão irritada quanto a filha. Não sabia como Charlotte tinha coragem de aparecer numa festa social depois de tudo o que havia acontecido, mas estava disposta a falar sobre isso tão logo estivessem a sós, não admitia tamanha desobediência e falta de respeito. Alheia a tudo isso, Charlotte pegava uma taça que o Duque havia lhe oferecido, sentindo seu coração acelerado e a respiração levemente ofegante, não somente por conta do corpete apertado, estava nervosa. Sentia os olhares sobre si, eles a apavoravam, mas o toque delicado do irmão e os olhares de apoio do Duque, maior interessado na sua presença ali, a mantinha firme em sua decisão. Lucian aguardou pacientemente para que a ruiva se sentisse confortável, a observou beber um pouco de vinho, conversar e sorrir para o irmão, cumprimentar alguns cavalheiros e suas esposas. Então, quando Charlotte parecia mais tranquila e relaxada, voltou a se aproximar, interrompendo uma conversa que ela tinha com algumas damas e incli
Charlotte caminhava sem sequer ter noção de para onde ia, estava desnorteada. Seus olhos não se focavam em nada e seu coração ainda estava acelerado, bem como sua respiração, que fazia seu peito subir e descer numa velocidade preocupante para Lucian. O Duque seguiu a puxando com delicadeza até que chegaram ao jardim, ele caminhou até o pequeno labirinto vivo, com paredes feitas de arbustos, e adentrou o local, fazendo duas curvas para a esquerda e uma para a direita, tentando manter-se longe dos olhares curiosos. Então, segurando suas duas mãos, apertando-as delicadamente, falou. — Charlotte , olhe para mim — mas não obteve resposta. — Charlotte … Precisa se acalmar, por favor!Ele não sabia o que fazer, a mulher a sua frente estava a ponto de sofrer um colapso nervoso e ele não tinha a menor ideia de como ajudá-la. Então, fazendo a única coisa que acreditava que poderia ajudar, ele a abraçou. Puxou-a para si e a apertou em seus braços, segurando-a com carinho, beijando seus cabel
Enquanto ele embebedava-se em seu perfume e no sabor de sua pele, desejando arrancar todas aquelas camadas de tecido e tê-la somente para si ali mesmo, Charlotte sentia todo seu mundo girar. Nunca havia sentido nada assim com Willian, seu ex-marido nunca a havia tocado daquela forma, nunca havia de fato explorado tão deliciosamente seu corpo, ou a beijado com tamanha devoção. Willian nunca a fez gemer, ou levou aquele calor que se acumulava entre suas pernas e se espalhava por todo seu corpo. O que estava acontecendo? Ela não sabia, mas tinha certeza que queria mais, que precisava sentir mais. A essa altura, boa parte dos seus seios estavam para fora do vestido, de forma um pouco desajeitada, enquanto Lucian os cobria com sua boca sem o menor pudor, pressionando seu próprio corpo contra o dela, sedento por seu próprio prazer e por proporcionar a ela tudo o que a ruiva o fazia sentir e ainda mais. Enchia seus lábios com um enquanto sua mão acariciava o outro, apertando-o com certa
— Onde está Lucian? Ele não deveria estar aqui? — Sussurrou o príncipe, enquanto apertava a mão de Marcel. — Willian causou um desentendimento e Lucian foi para os jardins com minha irmã, ela estava muito nervosa — Marcel respondeu, e não deixou de notar o olhar malicioso de Jonathan. — Alteza, não me obrigue a acertar-lhe um tapa na frente de todos. — Seria incapaz, meu bom amigo — respondeu o príncipe, com um riso divertido. — Irei trazer nosso anfitrião de volta para a festa, não queremos mais escândalos e sabemos que o Gloucester não é famoso por controlar seus impulsos. Marcel não retrucou, precisava se manter no salão para observar Willian e também suas irmãs, então, somente assentiu, deixando que Jonathan trouxesse o Duque de volta. Enquanto via o amigo se afastar, Marcel correu os olhos pelo salão, vendo Chelsea conversar com algumas jovens damas, encontrando sua mãe nada satisfeita ao lado de seu pai, que conversava com outros fazendeiros da região. Observou também, do out
Quando encontrou o duque, Jonathan se deparou com uma cena minimamente inusitada. Seu amigo estava claramente desconcertado e a dama que o acompanhava tinha bochechas coradas e um peito arfante que o fez suspeitar que o consolo para um momento difícil não fora dado somente com palavras doces. Mas nada comentou, não iria estragar a noite de Lucian e muito menos envergonhar a pobre moça, que parecia extremamente constrangida ao sair do labirinto mexendo no corset como se o colocasse em seu devido lugar. — Jonathan? — Lucian foi o primeiro a notar o amigo, sorrindo para ele e caminhando rapidamente em sua direção, lhe estendendo a mão. — Achei que não viria, está bastante atrasado — seu tom não era acusador e muito menos rude, na verdade, estava rindo, afinal, sabia que a última coisa que o príncipe queria era estar ali. — Sabe que meu pai é muito persuasivo e, além disso, eu precisava conhecer a dama que está fazendo meu amigo enlouquecer e suspirar pelos cantos — respondeu o príncip
— Pouco importa o que ele está sentindo, Brista! — Judith vociferou, erguendo uma das mãos e apontando o dedo em riste para a loira. — Você é uma mulher bonita e qualquer homem se deitaria com você sem pensar duas vezes, seduza-o, faça isso e ele será obrigado a se casar com você por ferir sua honra! Então… — Chega! — Brista falou, posicionando-se perante a mãe de forma altiva pela primeira vez na vida, algo que Charlotte jamais teve a coragem de fazer. — Não vou permitir que me humilhe! Eu não sou um objeto a ser vendido para quem pode pagar mais por mim! A fala fez Judith ofegar em surpresa. O que estava acontecendo ali? Ela não compreendia. Onde estavam suas passivas filhas? Seria Chelsea a única ainda disposta a ouvir seus conselhos? — O que está dizendo? Brista, está me desafiando? — gritou ela, tentando se impor diante da loira, que continuava exibindo um olhar afiado. — Não vê que essa é sua oportunidade de…— Eu não vou me submeter a isso! Não me comportarei como uma mer
Quando chegou à casa principal dos Capman, Lucian notou o clima tenso que estava instalado ali. Judith desceu as escadas com um semblante furioso e , quando o olhou, o Duque percebeu que ele era a raiz de todo seu ódio. Mas não se importou, a opinião da amarga senhora Capman não lhe era importante em nível algum, sendo assim, a expressão fechada de Judith em nada o afetou. Marcel também notou as feições desgostosas da mãe e, percebendo que Brista já não estava ali, julgou que ambas as mulheres haviam se desentendido, só não sabia o porque, afinal, eram sempre tão próximas. — Bem, senhores — Lucian iniciou, voltando-se para os dois homens e sorrindo brevemente enquanto esticava os ombros. — A noite foi muito divertida, porém, cansativa, vou me recolher. Sem esperar por uma resposta, o homem somente se virou e caminhou em direção às escadas, subindo apressadamente os degraus e entrando em seu quarto, fechando a porta sem sequer olhar para trás. A pressa do Duque soou extremamente su
— Não se preocupe com isso, eu estive distante por muito tempo, mas não deixarei que nossa mãe influencie Chelsea, tenho certeza que nossa irmãzinha será tão honrada e firme quanto você — as palavras do irmão mais velho fizeram seu coração se aquecer. Por mais que nunca admitisse, Brista sentia falta de ser reconhecida pelo que realmente importava, por ser quem era, por sua inteligência ou por seu carisma, estava cansada de ser classificada somente por sua beleza, afinal, um dia ela acabaria e, então, o que seria dela? — Está bem, irmão, eu confio em você — falou, inclinando o corpo e abraçando-o com carinho, sentindo os braços firmes de Marcel cobrirem seu corpo de forma protetora. Enquanto o momento de carinho e irmandade se desenrolava no primeiro quarto do segundo andar, um pouco depois, cerca de três janelas de distância, Lucian Glouchester abria as portas da enorme varanda e encarava as estrelas enquanto a brisa fria noturna batia contra seu peito nu. Usava somente uma calça