Capítulo 45Eliza CamposEu estava quase dormindo no carro de Pedro quando ele me chamou.— Querida, estamos em casa — diz Pedro, sacudindo-me gentilmente.Eu me estiquei um pouco para tentar afugentar o sono que eu estava sentindo naquele momento.— Certo — digo enquanto me sento e esfrego meus olhos, tentando me concentrar nele — Deixe-me apenas sair do seu carro para que você possa estacioná-lo.Encostamos no estacionamento do meu condomínio, e não posso deixar de rir dele quando ele se aproxima e me agarra na mão, puxando-me para perto para um beijo antes de soltar.— Não precisa sair amor, vou estacionar na minha vaga exclusiva aqui do condomínio — ele responde e segue com o carro por mais alguns minutos.Eu o observo enquanto ele dirige, suas mãos no volante, seus olhos focados na estrada. Ele parece tão confiant
Capítulo 46Pedro MonteiroAcordei na manhã seguinte, era sábado e Eliza ainda estava dormindo no meu peito. Eu sorri para ela enquanto dormia, e ela se mexeu um pouco antes de abrir os olhos.— Bom dia — disse ela com um sorriso.Beijei-lhe a testa e respondi.— Bom dia, meu amor.Logo em seguida dou um selinho leve em seus lábios, que ela aceita de bom grado e antes que o beijo pudesse se tornar algo mais ela se afasta.— Que horas são? — ela perguntou se espreguiçando para tentar espantar o sono que sentia naquele momento.Me ajeitei melhor na cama e olho para o relógio que havia na mesa de centro do meu quarto.— Ainda é cedo, amor. Acabou de dar oito horas da manhã — digo — Quer levantar agora ou vai continuar deitada?Ela parece pensar por alguns instantes antes de responder.— Vamos le
Capítulo 47Eliza CamposAssim que ouço a campainha tocar começo a suar frio com medo de atender aquela porta e as pessoas ficarem nos julgando, principalmente a mim, já que Pedro era noivo da minha irmã que até pouco tempo atrás nem sabia da existência dela, e eu sei ser um sentimento recíproco entre mim e ela, já que nosso pai escondeu isso de nos durante um bom tempo.Quando Pedro percebe que estou nervosa, o mesmo segura as minhas mãos em um sinal claro de apoio a mim.— Fica calma, Eliza. Dará tudo certo, não precisa ficar com medo de as pessoas vão te julgar, e só você não ligar para isso, se acontecer.Respiro profundamente antes de falar qualquer coisa.— Eu sei, amor, pode abrir a porta, estou mais calma — digo.Pedro ainda segurando uma de suas mãos se aproxima da porta e a abre, a pes
Capítulo 48Pedro MonteiroEram duas crianças que haviam se aproximado de nós, eles aparentavam ter uns sete anos.— Aconteceu algo? — pergunto me virando em direção as crianças — cade os pais de vocês dois?Olho ao redor para ver se consigo ver algo, porém eles parecem estar sozinhos ali, mas ao olhar para as mãos deles percebo estarem cada um, com caixas de doces, eles estavam trabalhando.— Desculpem por interromper, mas vocês sabem que horas são? — a menina perguntou.Levanto o meu relógio em direção ao meu rosto e percebo que já passavam das dez da manhã.— São dez e meia da manhã — respondo triste por ver aquelas crianças trabalhando ali, tão novas.— O que vocês estão fazendo aqui, meus amores? — Eliza questiona o
Capítulo 49Eliza CamposJá havíamos chegado ao serviço e Pedro logo foi para a sua sala. Eu estava arrumando algumas coisas no meu armário até que fui interrompida.Se tratava de Heloísa.— Parece que você conseguiu conquistar o Pedro, não é, sua safada — Heloisa parecia estar zangada.Respiro profundamente antes de me virar em direção a Heloisa.— Helô, chega dessas discussões sem fundamento. Já te disse que você é minha irmã, mas não ficarei aturando essas coisas. Estou cansada de tudo isso — digo.— Nem comecei com você sua sonsa, vou fazer da sua vida um inferno, fique ciente disso — ela fala saindo de perto de mim e indo até à Cassandra, que parecia feliz com as ameaças que eu havia sofrido.Quando Heloisa sai de perto de mim, Carla aparece com uma expressão estranha em seu rosto.— Amiga, o que foi aquilo, a Heloisa parecia possuída — ela fala com os olhos arregalados.Após Carla falar sobre isso, conto a ela tudo que aconteceu e dos bilhetes ameaçadores que havia recebido, faz
Capítulo 50 Eliza Campos Abro meus olhos, mas tudo que vejo são formas borradas passando por mim. Minha cabeça está girando e eu sinto uma sensação estranha de pessoas tentando falar comigo. — Mas que… — murmuro e tento me levantar, mas me sinto muito fraca naquele momento. — Acalma-se, você está bem, mas não pode se levantar agora — diz uma voz misteriosa. Olho ao redor para ver o que está acontecendo, mas minha cabeça parece que está prestes a explodir. Posso ver alguém sendo colocado em uma maca, mas não consigo perceber quem era, ainda me sentia muito tonta. Tento falar novamente para tentar descobrir o que estava acontecendo. — Não diga nada, você precisa ficar calma — diz a voz novamente. Eu me pergunto o que aconteceu, sentindo uma sensação de pavor rastejando sobre mim, não me lembro de como acabei aqui, mas a única coisa que posso fazer é ficar quieto. Após isso eles me colocam na ambulância e sinto uma
Capítulo 51Pedro MonteiroEliza havia acabado de dormir após chorar bastante quando descobriu ter perdido o nosso bebê. Os médicos me explicaram que ela estava somente com um mês de gestação, mas que não havia sentido nenhum sintoma. Ela me confidenciou estar se sentindo estranha nos últimos dias, contudo não desconfiou que fosse realmente uma gravidez e eu nem desconfiei também.Após Eliza dormir, ouço a porta ser aberta e por ela passa minha mãe.— Ela está melhor, meu querido? — minha mãe questiona.— Agora sim. Contei para ela sobre o bebê e ela chorou até dormir — respondo beijando a testa de Eliza, que suspira em seu sono.— Que bom! — ela fala — Meu filho, você vai ter que apoiar ela em tudo que ela for fazer, ainda mais agora depois dessa perda do bebê, do ataque ao irmão dela e da morte do animal.Balanço a cabeça em concordância.— Eu sei mãe, mas confesso que estou com um certo medo de como irei fazer isso — digo — ela passou por coisas horríveis ontem, não irei desistir a
Capítulo 52Eliza CamposEu realmente não acreditava no que estava vendo. Aqui estava ela, a mesma menina que encontramos na praça. E agora, ela estava aqui na comunidade? Pedro e eu nos aproximamos ainda mais dela, tentando descobrir o que estava acontecendo.— Você mora aqui? — perguntei, ainda perplexa — no dia do parque você saiu antes de perguntarmos o seu nome e do seu irmão.— Que surpresa — ela fala — Eu me chamo Fernanda e meu irmão se chama Heitor, temos sete anos.Por mais que já estivesse imaginando qual seria a sua idade, eu ainda assim fiquei surpresa quando ela me respondeu isso.— Sou eu sim, — respondo me aproximando ainda mais da menina junto de Pedro, que também parecia surpreso — e o que você faz aqui?— Moro com a minha avó aqui na comunidade — ela responde ficando triste de repente.— Por que está com essa carinha? — Questiono ficando de joelhos para poder olhar o rosto daquela menininha.Ela suspira profundamente.— Minha avó está muito doente. Por isso que esta