~~CAPÍTULO 10~~ALESSANDRE BELLUCCI— Você tomou conta dele? Enrico deslizou o telefone sobre a mesa em minha direção e eu olhei para a imagem de um homem morto pendurado de cabeça para baixo no teto. Dei-lhe o telefone de volta. — Parece que foi um fim doloroso para ele. — Extremamente doloroso. — Bom. Não há testemunhas? — Claro que não. Eu deveria saber que era uma pergunta estúpida de se fazer em primeiro lugar. Enrico era meu braço direito desde que eu assumi cargos de importância. Não havia nada que ele não faria por mim, nenhuma linha que ele não cruzaria se eu pedisse. Confiei nele com minha vida, confiei em sua lealdade. Tornamo-nos amigos em tenra idade, sua mãe trabalhando como empregada doméstica na mansão de meu pai. Mas meu pai era um homem cruel, exigia respeito das formas mais desumanas e tratava os outros como merda. No dia em que decidi construir uma mansão, Enrico pegou sua mãe e saiu comigo da casa principal. Ambos trabalharam para mim desde
~~CAPÍTULO 11~~SIMONA ESPOSITOGostaria de poder dizer que continuei sendo teimosa e me recusando a comer a comida dele. Mas, infelizmente para mim, eu era humana e estava morrendo de fome. Então eu comi. Comi todas as migalhas no meu prato. Eu o ignorei, no entanto. Completamente. Como se o bastardo nem estivesse lá. As persianas das janelas da sala de jantar estavam abertas, diferente as do meu quarto. Claramente, Alessandre estava tentando manter algo escondido. Esse ‘algo’ sendo eu. Pelo menos havia uma enorme pintura do Coliseu contra a parede à minha frente, que provavelmente era a coisa mais próxima que eu iria ver um dos marcos famosos.Enquanto mastigava frutas frescas, continuei olhando para a pintura. Os diferentes tons de azul usados no céu acima da estrutura oval eram quase os mesmos dos tons nos olhos de Alessandre. Não havia nuvens, um dia óbvio de verão, mas havia algo escuro no céu ao fundo. Como se houvesse uma tempestade, os cantos sombreados de um azul brilha
A borda da mesa de jantar mordeu minha região lombar e ele soltou minha mão. Seu braço serpenteava em volta da minha cintura e me levantou sobre a mesa. Meus músculos ficaram tensos, meu núcleo se contraiu com uma necessidade que ardia tão brilhante quanto o fogo em seus olhos. — Diga-me que suas coxas não estão doendo agora. Seus dedos roçaram meus joelhos. — Diga-me que se eu deslizar um dedo dentro da sua calcinha, não encontrarei sua buceta escorregadia e inchada para mim. Os dedos agarraram meus joelhos e os separaram, abrindo minhas pernas e rasgando o vestido na lateral da minha coxa. O rasgo ecoou entre nós, mas ele nem piscou, não se importando de ter arruinado um vestido de mil dólares. Eu queria dizer a ele para parar, mas não consegui. 'Não' queimou a ponta da minha língua, e minha mente lutou contra as ondas de desejo contaminado que se espalharam pelo meu sangue como uma doença. Mas não havia como parar. Meu corpo já estava infectado e fora de controle, s
~~CAPÍTULO 12~~ALESSANDRE BELLUCCIEu tinha que admitir, Simona foi melhor do que eu esperava. Durante todo o caminho na limusine, do outro lado da doca e para o meu iate, Simona se agarrou ao meu lado como se sua vida dependesse disso. Ela manteve a cabeça baixa, inclinou-se para o meu peito e apertou minha mão com força. Nós nos movemos rapidamente, Enrico abrindo o caminho com Viviane dois passos atrás dele. Como suspeitamos, conseguimos evitar uma multidão viajando ao amanhecer e colocando segurança extra no lugar. Mas eu jogava esse jogo há tempo suficiente para saber que sempre havia alguém olhando. Embarcamos no iate, os saltos de Simona clicando no convés de madeira. A Imperatriz tinha um preço de quinze milhões de euros, um presente que comprei há alguns meses. Era um iate de luxo que rivalizava com todos os outros. Eu não pude deixar de olhar para ela enquanto ela observava o ambiente. Aqueles lindos olhos verdes dela estavam radiantes de admiração pelo iate 460 GT.
~~CAPÍTULO 13~~SIMONA ESPOSITOFoi uma mentira. Uma zombaria de algo que deveria ser sagrado e bonito. Além de me casar com um homem que não suportava, ele também escolheu fazer um espetáculo inteiro também. Passei minhas mãos pela frente do vestido. Viviane não parava de falar sobre o design do Oscar de la Renta desde que entrei. Eu poderia ter dito que odiava o vestido, que não era o meu estilo. Mas eu estaria mentindo. O vestido era perfeito, um design simples e elegante que eu teria escolhido. Era um vestido sem alças, de ilusão nua, a delicada sobreposição bordada com galhos delicados e frondosos para adicionar um toque romântico. O decote baixo entre os meus seios, e o tecido da sobreposição parecia seda contra a minha pele. Houve um brilho sutil que começou no topo dos meus quadris, o enfeite de folhas viajando pelos vincos sutis. O tom nude fundia contra a cor da minha pele, e se tudo isso fosse real e eu me casasse com o homem que amava, teria sido o meu vestido de noi
~~CAPÍTULO 14~~ALESSANDRE BELLUCCIBeijar Simona não foi nada do que esperava. Foi mais. Muito mais Várias mulheres passaram pelos meus lençóis, mas eu podia contar em uma mão quantas delas eu beijei. As pessoas diziam que o sexo era o ato mais íntimo entre homem e mulher. Eu discordei. Havia muito mais peso em um beijo do que bater seu pau em alguma vagina aleatória. E beijar Simona provou isso de alguma forma. Seu sabor doce, lábios macios e língua de veludo agitaram meu interior para a vida. Engoliu a escuridão, uma lasca de luz rasgando o véu preto. O modo como ela deixou de lutar e cedeu ao beijo me fez pensar se ela também o sentia, ou eu estava apenas me agarrando a algo que não estava lá? Aconteceu quando ela saiu no convés, a brisa agitando a sobreposição do vestido, cachos selvagens caindo pelos ombros. Foi um momento em que ela se tornou mais do que apenas um meio para um fim, mais do que uma esposa cujo nome eu precisava em um pedaço de papel. Ela não era mai
~~CAPÍTULO 15~~SIMONA ESPOSITOMinhas pernas estavam fracas e meu joelhos tremendo, a saia do meu vestido ainda puxado nos meus quadris. Não consegui me mexer. Eu não conseguia nem me empurrar para fora da mesa. Anestesiada e totalmente gasta, continuei deitada ali enquanto soluços se espalhavam por mim. Como carne rasgada e feridas escorrendo, minhas lágrimas rasgaram do meu corpo quando a infecção se espalhou. Minhas veias ardiam com sangue envenenado, meu intestino pesado e rasgado por dentro. Eu me senti miserável. Maculada, como se tivesse sido tocada pelo próprio diabo. Alessandre conseguiu virar meu corpo contra mim. Minha cabeça perdeu a batalha, e eu sucumbi a algo sórdido e torcido, algo que me fez desmoronar sob seu toque, e eu perdi o controle. E agora que o êxtase se dissipou, a realidade afundou e, como uma âncora, me puxou para debaixo d'água e enchia meus pulmões, afogando-me uma lágrima de cada vez. Um pano passou pela minha cintura e pela minha coxa, e fiquei
~~CAPÍTULO 17~~SIMONA ESPOSITOO ódio era uma palavra forte. Valente. Poderosa. E neste caso... uma mentira. Mas não consegui pensar em nenhuma outra palavra para descrever o que senti. Enquanto ele estava fora, bebendo o bourbon que eu podia sentir seu hálito quando ele limpou meu rosto, eu estava aqui em agonia. Meu corpo estava tão desesperado para se libertar, que eu não conseguia parar de esfregar meu sexo contra os lençóis de seda, o que não ajudava absolutamente em nada para aliviar a dor. Era como ter dez anos de novo e descobri a beleza da masturbação sem entender como funcionava. Tentei me lembrar de como fiquei com medo quando Alessandre me expulsou daquele hotel com ameaças de criar um massacre, se eu sequer pensasse em correr. Eu queria sentir o medo novamente, o pânico, a humilhação que senti quando ele me fez andar nua por seu corredor e tomar banho enquanto ele assistia. Se eu pudesse me lembrar de todas essas coisas, lembrar disso tudo, talvez eu parasse de pe