~~CAPÍTULO 14~~ALESSANDRE BELLUCCIBeijar Simona não foi nada do que esperava. Foi mais. Muito mais Várias mulheres passaram pelos meus lençóis, mas eu podia contar em uma mão quantas delas eu beijei. As pessoas diziam que o sexo era o ato mais íntimo entre homem e mulher. Eu discordei. Havia muito mais peso em um beijo do que bater seu pau em alguma vagina aleatória. E beijar Simona provou isso de alguma forma. Seu sabor doce, lábios macios e língua de veludo agitaram meu interior para a vida. Engoliu a escuridão, uma lasca de luz rasgando o véu preto. O modo como ela deixou de lutar e cedeu ao beijo me fez pensar se ela também o sentia, ou eu estava apenas me agarrando a algo que não estava lá? Aconteceu quando ela saiu no convés, a brisa agitando a sobreposição do vestido, cachos selvagens caindo pelos ombros. Foi um momento em que ela se tornou mais do que apenas um meio para um fim, mais do que uma esposa cujo nome eu precisava em um pedaço de papel. Ela não era mai
~~CAPÍTULO 15~~SIMONA ESPOSITOMinhas pernas estavam fracas e meu joelhos tremendo, a saia do meu vestido ainda puxado nos meus quadris. Não consegui me mexer. Eu não conseguia nem me empurrar para fora da mesa. Anestesiada e totalmente gasta, continuei deitada ali enquanto soluços se espalhavam por mim. Como carne rasgada e feridas escorrendo, minhas lágrimas rasgaram do meu corpo quando a infecção se espalhou. Minhas veias ardiam com sangue envenenado, meu intestino pesado e rasgado por dentro. Eu me senti miserável. Maculada, como se tivesse sido tocada pelo próprio diabo. Alessandre conseguiu virar meu corpo contra mim. Minha cabeça perdeu a batalha, e eu sucumbi a algo sórdido e torcido, algo que me fez desmoronar sob seu toque, e eu perdi o controle. E agora que o êxtase se dissipou, a realidade afundou e, como uma âncora, me puxou para debaixo d'água e enchia meus pulmões, afogando-me uma lágrima de cada vez. Um pano passou pela minha cintura e pela minha coxa, e fiquei
~~CAPÍTULO 17~~SIMONA ESPOSITOO ódio era uma palavra forte. Valente. Poderosa. E neste caso... uma mentira. Mas não consegui pensar em nenhuma outra palavra para descrever o que senti. Enquanto ele estava fora, bebendo o bourbon que eu podia sentir seu hálito quando ele limpou meu rosto, eu estava aqui em agonia. Meu corpo estava tão desesperado para se libertar, que eu não conseguia parar de esfregar meu sexo contra os lençóis de seda, o que não ajudava absolutamente em nada para aliviar a dor. Era como ter dez anos de novo e descobri a beleza da masturbação sem entender como funcionava. Tentei me lembrar de como fiquei com medo quando Alessandre me expulsou daquele hotel com ameaças de criar um massacre, se eu sequer pensasse em correr. Eu queria sentir o medo novamente, o pânico, a humilhação que senti quando ele me fez andar nua por seu corredor e tomar banho enquanto ele assistia. Se eu pudesse me lembrar de todas essas coisas, lembrar disso tudo, talvez eu parasse de pe
~~CAPÍTULO 19~~SIMONA ESPOSITOFazia dias desde que Alessandre e eu nos perdemos um no outro. Dias desde que cedi a desejos depravados, que nunca soube que tinha. Meu corpo ganhou vida sob seu toque, como se não precisasse mais de ar. Apenas ele, seu beijo, a sensação dele dentro de mim. Mas claramente o sentimento não era mútuo. Dias se passaram desde que ele falou mais de cinco palavras para mim. Na maioria das vezes, ele estava a portas fechadas em seu escritório, e a única pessoa autorizada a entrar e sair era Enrico. Até Viviane parecia receber a indiferença de seu sobrinho. Eu mentiria se dissesse que não me incomodava. Que eu não fiquei acordada à noite secretamente esperando que ele viesse me buscar. Me pegar. Tocar. Beijar. Meu corpo se tornou meu próprio inimigo, e as chamas foram reacendidas toda vez que eu pensava sobre como Alessandre me pegou, quão cru era estar com ele e desmoronar com sua mão. Todos os dias, mais e mais, eu o queria, meu corpo doendo para se
~~CAPÍTULO 20~~SIMONA ESPOSITOEu olhei para Viviane e Enrico em pé a alguns metros de mim e Viviane, claramente falando sobre algo que eles não queriam que ouvíssemos. Alessandre estava com as mãos enfiadas nos bolsos da calça, o vento agitando seus cabelos negros. Mesmo à distância, eu podia sentir a presença dele em volta de mim como uma capa de domínio. Havia um mistério sobre ele, uma escuridão que me sugou. Meu corpo ainda ansiava por ele. Ainda ansiava por seu toque perverso, querendo ser a tela que ele pintou com todas as suas intenções distorcidas. Mas ele não tentou me tocar novamente, e era óbvio que ele evitava situações que nos levariam a ficar sozinhos juntos. Era engraçado. Parecia que as coisas haviam mudado. Como se ele estivesse lutando comigo agora. — Vamos. Cuidado onde pisa. Viviane subiu no barco fretado e estendeu a mão para mim. Não foi fácil subir em uma lancha de salto agulha e uma saia lápis apertada enquanto segurava o seu chapéu de sol para impedi
Bernadette admitiu.— Vamos fazer compras? — Muitas compras.Eu encostei meu corpo no apoio do carro enquanto entramos nas docas, diferente do caminho antigo, nós entramos na esquerda em direção ao sul. Aos poucos um vilarejo apareceu, com mar, grandes prédios e flores, muitas flores.— É lindo.Bailey exclamou surpresa com o paraíso a sua frente. Ela virou o carro para o estacionamento e freou usando freio de mão, depois desligou o carro.— Este é estacionamento para turistas, faremos tudo andando ou alugando bicicletas.— Eu quero bicicleta, mãe.Chloe deu um grito entusiasmado.— Você não sabe andar de bicicleta, Chloe.— Mãe, compra uma bicicleta para mim?Chloe questiona.— Claro, seu pai vai adorar te ensinar.O sarcasmo em seu tom de voz fez-me rir, nós descemos do carro, e iniciamos a caminhada para conhecer o centro da vila, há muitos turistas passeando pelas ruas, fazendo registro do lugar. Nós passamos da sorveteria, depois fomos à praia.— Você é muito calad
~~CAPÍTULO 21~~ALESSANDRE BELLUCCIEu queria apertar o gatilho. Eu queria ver o rosto do filho da puta espalhado por toda a estrada. Foi tudo o que pensei desde o momento em que Simona entrou naquele carro com a minha irmã, afastando-se de mim. O filho da puta não passava de uma pedrinha no meu caminho de vingança. Uma que eu nem precisei tirar do caminho. Eu podia simplesmente passar por cima dele e nem perceber que ele estava lá. Eu o lembraria de agradecer à irmã algum dia porque ela o salvou de um tiro no rosto. — Alessandre, você está me machucando. Sua voz tremia enquanto eu apertava seu cotovelo, arrastando-a. Eu pisei na direção do meu Maserati Sport preto. Simona parou quando estava prestes a entrar no banco do passageiro, examinando o carro da frente para trás. — Você pode alimentar uma vila inteira com o preço deste carro. Você sabe disso, certo? Agarrei seu pulso e a puxei para mais perto, meus dedos apertando sua mandíbula enquanto eu segurava seu rosto pe
~~CAPÍTULO 22~~SIMONA ESPOSITODurante todo o caminho no carro, tudo o que pensei foi como queria me afastar dele. Quanto eu o odiava por estar disposto a matar meu irmão, a fim de me recuperar, para que ele pudesse continuar esta guerra com meu pai. Nunca na minha vida encontrei um ser humano tão egoísta, tão vingativo que ele não se importava com quem machucaria no processo. No entanto, quando ele me prendeu contra a árvore, as mentiras em suas palavras uma completa contradição com a verdade em seus olhos, eu sucumbi. Pela primeira vez desde que essa bagunça começou, Alessandre havia me desafiado, e não o contrário. Ele me desafiou a ver através do engano de sua língua e ouvir a desonestidade em sua voz. E eu fiz. Os tons de azul em seus olhos refletiam o que ele não podia dizer. Ele sabia disso. Ele queria que eu visse sem ele ter que baixar a guarda, sem ele ter que expor sua fraqueza. Eu. Enquanto Alesandre se erguia sobre mim, seu corpo pressionado contra as minhas